quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

3368 - GUERRA RUSSO JAPONESA

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História do Partido Comunista (Bolchevique) da URSS
Comissão do Comitê Central do PC(b) da URSS
Capítulo VI — O Partido Bolchevique Durante o Período da Guerra Imperialista. A Segunda Revolução na Rússia (1914- Março de 1917)

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2 — Os Partidos da Segunda Internacional passaram para o lado de seus governos imperialistas. — A Segunda Internacional se decompõe numa série de partidos social-chovinistas isolados.

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Lenin repetidas vezes havia lançado o brado de alerta contra o. oportunismo da Segunda Internacional e a falta de firmeza de seus chefes. Havia afirmado sempre que os chefes da Segunda Internacional só de palavra eram contrários à guerra e que no caso da guerra estalar desertariam certamente de suas posições e passariam para o lado da burguesia imperialista, converter-se-iam com toda a certeza em defensores da guerra. O prognóstico de Lenin se confirmou desde os primeiros dias de guerra.

Em 1910, no Congresso celebrado pela Segunda Internacional em Copenhague, se havia tomado uma resolução que obrigava os socialistas a votar nos parlamentos contra os créditos de guerra. O Congresso mundial da Segunda Internacional celebrado em Basiléia, em 1912, durante a guerra dos Bálcans, declarou que os operários de todos os países consideravam um crime atirar uns contra os outros para aumentar os lucros dos capitalistas. Tal era a posição que se adotava, de palavra, nas resoluções dos Congressos.

Mas quando começaram a troar os canhões da guerra imperialista e se apresentou a necessidade de levar à prática aquelas resoluções, os chefes da Segunda Internacional se revelaram como traidores do proletariado e servidores da burguesia, passando para o campo dos defensores da guerra.

A 4 de agosto de 1914, a social-democracia alemã votou no parlamento os créditos de guerra, votou a favor da guerra imperialista. E exatamente o mesmo fizeram, em sua esmagadora maioria, os socialistas da França, da Inglaterra, da Bélgica e dos demais países.

A Segunda Internacional havia deixado de existir. Decompôs-se de fato numa série de partidos social-chovinistas isolados que faziam a guerra uns contra os outros.

Os chefes dos partidos socialistas, traindo o proletariado, passaram para a posição do social-chovinismo e abraçaram a defesa da burguesia imperialista. Ajudaram os governos imperialistas a enganar a classe operária e a inocular-lhe o veneno do nacionalismo. Sob a bandeira da defesa da pátria, estes social-traidores começaram a atiçar os operários alemães contra os franceses e os operários franceses e ingleses contra os alemães. Só uma minoria insignificante de homens dentro da Segunda Internacional se manteve na posição internacionalista, marchando contra a corrente, sem uma convicção muito firme e de um modo bastante vago, é certo, mas, apesar de tudo, marchando contra a corrente.

O Partido bolchevique foi o único que levantou desde o primeiro momento e sem vacilações a bandeira da luta decidida contra a guerra imperialista. Nas teses sobre a guerra, redigidas por Lenin no outono de 1914, se assinalava que o fracasso da Segunda Internacional não era por acaso. A Segunda Internacional, dizia Lenin, foram os oportunistas que a puseram a pique. E contra eles fazia já muito tempo que os melhores representantes do proletariado revolucionário se vinham pondo em guarda.

Os partidos da Segunda Internacional estavam contagiados de oportunismo, já antes da guerra. Os oportunistas pregavam abertamente a renúncia à luta revolucionária, a teoria da "evolução pacífica do capitalismo para o socialismo". A Segunda Internacional não queria lutar contra o oportunismo, era partidária de viver em paz com ele e o deixava fortalecer-se. E seguindo a política de conciliação com o oportunismo, acabou por se converter ela também em oportunista.

À custa dos lucros que arrancava das colônias e da exploração de que eram vítimas os países atrasados, a burguesia imperialista, mediante uma política de salários elevados e outras remunerações, corrompia sistematicamente uma minoria escolhida de operários qualificados, a chamada aristocracia operária. Deste reduzido setor operário saíam muitos dos dirigentes dos sindicatos e das cooperativas, muitos dos deputados e conselheiros, muitos dos redatores da Imprensa e dos funcionários das organizações social-democratas. Ao estalar a guerra, estas pessoas, receiosas de perderem sua posição privilegiada, fizeram-se inimigos da revolução, convertendo-se nos defensores mais raivosos de sua burguesia e de seus governos imperialistas.

De oportunistas se converteram em social-chovinistas.

Os social-chovinistas — incluindo entre eles os mencheviques e social-revolucionários russos — pregavam a paz de classes entre os operários e a burguesia dentro do país, e a guerra com os outros povos no exterior. Enganavam as massas acerca dos verdadeiros responsáveis da guerra, fazendo-as acreditar que a burguesia de seu próprio país estava livre de toda a culpa. Muitos social-chovinistas passaram a ser ministros dos governos imperialistas de seus países.

Não menos perigosa para a causa do proletariado era a posição dos social-chovinistas encobertos, dos chamados centristas. Os centristas — Kautski, Trotsky, Martov e outros — defendiam e justificavam os social-chovinistas declarados e, portanto, traíam em ligação com estes, o proletariado, encobrindo sua traição com frases "esquerdistas", a respeito da luta contra a guerra, frases destinadas a enganar a classe operária. De fato, os centristas apoiavam a guerra, pois não equivalia a outra coisa sua proposta de não votarem contra os créditos de guerra, limitando-se a se absterem desta votação. Também eles, tanto quanto os social-chauvinistas, exigiam que se renunciasse à luta de classes enquanto durasse a guerra, para não impedir seus governos imperialistas de prosseguirem a guerra. Em face dos problemas mais importantes da guerra e do socialismo, o czarista Trotsky se manifestava sempre contra Lenin, contra o Partido bolchevique.

Desde os primeiros dias da guerra, Lenin começou a agrupar forças para criar uma nova Internacional, a Terceira Internacional. A tarefa de fundar a Terceira Internacional para substituir a Segunda que havia fracassado tão vergonhosamente, aparece já no manifesto lançado contra a guerra, em novembro de 1914, pelo Comitê Central do Partido bolchevique.

Em fevereiro de 1915, celebrou-se em Londres uma conferência de socialistas dos países da Entente, na qual interveio, por diretiva de Lenin, o camarada Litivinov. Este exigiu que os socialistas (Vandervelde, Sembat, Guesde) saíssem de seus governos burgueses da Bélgica e da França e rompessem totalmente com os imperialistas, abandonando a colaboração com eles. E exigiu que os socialistas mantivessem uma luta decidida contra seus próprios governos imperialistas e condenassem quantos votassem a favor dos créditos de guerra. Mas a voz de Litivinov não encontrou o menor eco nesta conferência.

Em começo de setembro de 1915, se reuniu em Zimmerwald a primeira Conferência dos internacionalistas. Lenin dizia que esta Conferência tinha sido o "primeiro passo" no desenvolvimento do movimento internacional contra a guerra. Lenin formou nela o grupo de esquerda de Zimmerwald. Mas o único que, dentro da esquerda zimmerwaldiana, manteve uma posição acertada e conseqüente do princípio ao fim contra a guerra foi o Partido bolchevique, com Lenin à frente. A esquerda zimmerwaldiana editava em alemão um periódico intitulado "Vorbote" ("O Precursor"), onde se publicaram vários artigos de Lenin.

Em 1916, conseguiu-se reunir na pequena vila suíça de Kienthal a Segunda Conferência Internacionalista, que se conhece com o nome de Segunda Conferência zimmerwaldiana. Naquela ocasião, iam-se definindo grupos de internacionalistas em quase todos os países e se destacava já com traços acentuados a cisão entre os elementos internacionalistas e os social-chovinistas. E sobretudo, as próprias massas, sob a influência da guerra e das calamidades provocadas por ela, iam-se orientando para a esquerda. O manifesto de Kienthal foi o fruto de uma resolução entre os diversos grupos que se debateram na Conferência. Representava, em comparação com o manifesto de Zimmerwald, um passo à frente.

Mas também a Conferência de Kienthal não adotou as teses fundamentais da política bolchevique: transformação da guerra imperialista em guerra civil, derrota, na guerra, do governo imperialista do Próprio país e organização da Terceira Internacional. Não obstante, a Conferência de Kienthal tornou possível o afastamento dos elementos internacionalistas, que mais tarde haviam de formar a Terceira Internacional, a Internacional Comunista.

Lenin criticava os erros dos internacionalistas pouco conseqüentes dentro das fileiras dos social-democratas de esquerda, tais como Rosa Luxemburgo e Carlos Liebknecht, ao mesmo tempo que os ajudava a adotar uma posição acertada.

continua>>>

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Este texto foi uma contribuição do

Inclusão 27/11/2010


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