sábado, 8 de janeiro de 2011

7454 - REWVOLUÇÃO RUSSA DE 1917


Revolução Russa
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A Revolução RussaA Europa estava em guerra, a Primeira Guerra Mundial. A Rússia sai da guerra abandonando Inglaterra e França diante dos poderosos exércitos Austríaco e Alemão... Rapidamente os norte-americanos enviam tropas descansadas e com armamento de ponta em reforço, o que decide (temporariamente...) a guerra a favor dos aliados ocidentais.Mas e a Rússia em si? O que estava acontecendo por lá, afinal? Os contemporâneos tomaram conhecimento da Paz de Brest-Litovskv assinada em março de 1918 entre a Rússia e a Alemanha.
O que significava este fato?
Para os Aliados era mais do que a saída de um membro da Tríplice Entente da guerra. A decisão daquela Nação, provocava o rompimento de mais um laço da Rússia com o Mundo Ocidental Capitalista. A Revolução já se processara na Rússia: a Revolução Socialista.
O desmoronamento do Império Russo iniciou-se no momento em que a guerra ainda não havia sido decidida nos campos de batalha da Europa, quando na frente ocidental os exércitos se imobilizavam nas trincheiras e na frente oriental enormes contingentes de soldados russos eram destruí­dos pela ofensiva alemã.
No entanto, as origens da Revolução Russa devem ser procuradas nas estruturas políticas e socioeconômicas da Rússia pré-revolucionária: Monarquia Absoluta - Czarisrno - acentuada crise socioeconômica - onde os camponeses reclamavam terra, o crescente proletariado vivia em condições precárias e a burguesia era incapaz de concorrer com o capital industrial estrangeiro, tudo se agravando com a passagem do feudalismo ao capitalismo.
Nesse contexto surgiram os parti­dos políticos de oposição que, desenvolvendo-se na clandestinidade até 1905, contribuíam para o agravamento das contradições e, conseqüente-mente, para a crise. O governo, por sua vez, mostrava-se incapaz de enfrentar a crise, principalmente quando o Império entrava em guerra. Tudo se mos­trava bastante propício para o início da Revolução... mas para a implantação do Socialismo muitas coisas precisavam ser feitas...
Em 1905 ocorreu o Ensaio Geral “e algumas concessões foram arrancadas do Czar: o direito de voto, uma Assembléia (a Duma), ao mesmo tempo em que surgia nova forma de organização, o soviete”.
O que eram os sovietes? Eram conselhos de representantes operários, camponeses e soldados que surgiram como forma de organizar os movimentos populares.
Durante o Império, o proletariado, abandonando as simples greves de reivindicações econômicas, passara a promover manifestações de cunho político, como a do dia 1º de maio de 1900, na cidade de Kharkov: uma verdadeira manifestação política de mas­sa - dez mil operários - exigia jornada de oito horas de trabalho e liberdades políticas.
Porém, quando em janeiro de 1905 multidões de manifestantes desarma­dos foram fuziladas nas ruas de Petrogrado (atual São Petersburgo) extinguiu-se, em definitivo, a fé na “boa vontade” do Czar...
Foi então que o movimento operário galgou mais um degrau. As comemorações de 1° de maio de 1905 evoluíram para grandiosa manifestação de solidariedade do proletariado... De maio até fins de julho a greve não ha­via terminado ainda e os operários, com o objetivo de melhor dirigir a greve, criaram, pela primeira a vez, o seu Soviete de Deputados, isto é, o Conselho de Representantes Operários, logo transformado em novo poder revolucionário.
A luta pela Revolução Socialista far-se-ia então, através desses sovietes onde os Bolchevistas, Menchevistas e Socialistas Revolucionários, ex­pondo-lhes seus planos, procuravam liderá-los.
Um fato veio acelerar o processo revolucionário: a Rússia entrou na Primeira a Guerra Mundial e o país, despreparado para os esforços de guerra, teve seus problemas agravados, o que se evidenciava na Duma, onde a oposição se fortaleceu.
Os movimentos grevistas cresciam e provocavam choques entre o povo e a polícia, mas uma parte do Exército uniu-se aos manifestantes e o poder czarista desmoronou... Foi a Revolução de março de 1917.
No entanto, esta ainda não era a Revolução Socialista. Veja o que John Reed, jornalista que participou dos acontecimentos revolucionários e do dia-a-dia com o povo e seus líderes, escreveu sobre a Revolução de Março em seu livro Dez Dias que Abalaram o Mundo (Edições Zumbi, págs. 22 e 23):

“Durante os primeiros meses do novo regime, com efeito, não obstante a confusão que se segue a um grande movimento (...) a situação interior bem como a força combativa dos exércitos melhorou sensivelmente”.
Mas essa 'lua-de-mel' teve curta duração. As classes dominantes pretendiam uma alteração unicamente política que, tirando o poder do Czar, passasse para as suas mãos. Queriam fazer na Rússia uma revolução constitucional, segundo o modelo da França ou dos Estados Unidos, ou então uma Monarquia Parlamentar, como a da Inglaterra. Ora, as massas populares queriam, porém, uma verdadeira Democracia operária e camponesa.”“.

John Reed mostra-nos também o estado de espírito dos trabalhadores russos naquele momento, através de um trecho do livro A Mensagem da Rússia, de William E. Walling:

“Os trabalhadores compreendiam bem que, mesmo sob um governo liberal, eles se arriscariam a continuar morrendo de fome, se o poder ainda permanecesse nas mãos de outras classes sociais”.
O operário russo é revolucionário (...) Está disposto a levar até o fim a luta contra seu opressor, a classe capitalista (...)
Os trabalhadores russos reconhecem que nossas instituições políticas [norte-americanas] são preferíveis às deles, mas não querem trocar um despotismo por outro (o da classe capitalista).”(REED, J., op. cit., pág. 23.)”.

Foi nesse clima que se desenvolveu na Rússia, depois da Revolução Burguesa e no próprio curso da Primeira Guerra Mundial, a Revolução Socialista. Controlando os principais sovietes, os Bolchevistas prepararam a Revolução Socialista. O líder dos Bolchevistas, Vladimir Ulianov (Lênin), estava exilado na Suíça quando explodira a Revolução de Março. Nas memórias de Yakov Guenetzkov encontramos relato sobre os planos de Lênin para voltar à Rússia; descrevendo sua partida, mostra-nos a esperança que depositavam em Lênin: "(...) eis que é chegada a hora de tomar o trem (...) enviamos ao grande líder nossos últimos cumprimentos e pensamos: Ele há de colocar a revolução sobre os trilhos certos (...)" (Citado por NENA­ROKOV, A., 1917. A Revolução de Mês a Mês, Editora Civilização Brasileira, págs. 45 e 4G.)

Enquanto isso, a 4 de julho teve início em Petrogrado uma passeata com mais de meio milhão de manifestantes. Suas faixas diziam: "Fora com os Ministros Capitalistas", "Todo o poder aos Sovietes de Deputados, Operários, Soldados e Camponeses".
Mas, como já ocorrera no ano de 1905, houve cenas de tiroteio contra a passeata pacífica. O Governo Provisório, contando com o apoio dos Menchevistas e Socialistas Revolucionários, convocou cossacos para esmagar a manifestação das massas e fechar jornais bolchevistas.
A luta estava declarada. O Governo Provisório foi deposto e os Bolchevistas assumiram o poder. No entanto, esta era apenas a primeira etapa, pois, agora, não se tratava de uma simples tomada de poder por um novo grupo. Os homens que tomaram o poder em 1917 procuraram, em atos e palavras, criar um novo tipo de sociedade que apenas existia na mente de seus adeptos até então.
No resto do mundo, a amplitude do fenômeno só foi totalmente compreendida no pós-guerra. Na Rússia, no entanto, os protagonistas da Revolução percebiam claramente sua importância. E John Reed que, descrevendo uma reunião do Comitê Central Executivo dos Sovietes, mostra-nos o pronunciamento da mulher, segundo ele, mais poderosa e amada da Rússia, Maria Spiridonova:

“Os operários da Rússia têm diante de si perspectivas históricas até agora desconhecidas. Todos os movimentos revolucionários do proletariado, até o presente, foram derrotados. O movi­mento atual é internacional. Eis por­que é invencível. No mundo inteiro, não há força capaz de extinguir este incêndio revolucionário. O velho mundo desmorona-se e um novo mundo nasce.”

Seu pronunciamento foi seguido pelo de Trotsky, que, complementando-o, afirmou: “De hoje em diante to­das as terras ;da Rússia têm um único dono: a união dos operários, camponeses, soldados de marinheiros!” (REED, J., op. cit., págs. 378 e 379.)
A Europa, quando tomou conheci­mento de tudo isso, estava mergulhada em crises. Era, então, um campo aberto para idéias revolucionárias e, da partir daí, da "estrela" além de ter "perdido seu brilho" com da Primeira Grande Guerra, debatia-se ante as tentativas revolucionárias de tomada do poder nos moldes bolchevistas. E, com a Segunda Grande Guerra, alguns países passariam da integrar o campo socialista.
O mundo desde então ficaria dividido: Capitalismo de um lado e Socialismo de outro.
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