segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

7538 - O ASSASSINATO DOS ROMANOV

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História - Século XX


SÉCULO XX

O assassinato dos Romanov

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Em menos de um ano a dinastia Romanov, que governava há três séculos o Império Russo, foi posta abaixo e seus os derradeiros herdeiros fuzilados por um comando revolucionário. De março de 1917 a julho de 1918, todo o fantástico poder que Nicolau II possuía esboroou-se, desabando como se fora um castelo de cartas. O czar e sua família, aprisionados na cidade de Ekaterinburg, foram então sumariamente executados por ordem de Lenin.



"Assim o quero, logo assim deve ser! Esta fórmula manifestava-se em todos os atos daquele débil soberano que fez, unicamente por fraqueza, tudo o que caracterizou seu reinado: o derramamento constante de sangue mais ou menos inocente e, na maioria das vezes, absolutamente desnecessário."
Conde Witte, ministro do Czar de 1892 a 1906

Mane, Mane, Tecel, Persin! Estas antigas e enigmáticas palavras, dizem, estavam rabiscadas na parede dum quarto da casa Ipatiev, em Ekaterinburg, onde a família Romanov inteira fora fuzilada. Presumiu-se ser a letra da czarina Alexandra, mulher devota e conhecedora da Bíblia que, um pouco antes de tombar, lembrou-se delas.
Pertencem ao Livro de Daniel ( Daniel 5.4) e dizem respeito a maldição que atingiu o Rei Baltazar da Babilônia; “Deus mediu teu reino e deu-lhe fim; tu foste pesado na balança e fosse julgado deficiente; teu reino foi divido e entregue aos medos e persas” Alexandra morreu acreditando que a Revolução de 1917 era uma rebelião da criadagem ingrata e que aqueles tipos mal encarados que prenderam o casal e seus filhos, quatro belas meninas e um garoto, deviam ser “os medos e persas”. Para Nicolau II, seu marido, eram “os judeus”.

Verdadeiro isso, se esta inscrição de fato existiu , é mais um testemunho de como a Rússia Czarista era governada: os monarcas tinham a cabeça na Idade Média. Não se deve pois estranhar que o monge benzedeiro Gregory Rasputin, uma figura dostoievskiana, beberrão, devasso e semi-analfabeto, tornou-se, desde 1905 até 1916, o primeiro-ministro informal do imenso Império Russo.


Um governante repressor





A execução dos Romanov (17 de julho de 1918)
Jorge Luís Borges disse certa vez que “os inteligentes são bons”. Nicolau II era parvo e perverso. Quando soube da passeata pacifica (seu líder, o padre Gapon era um agente da polícia secreta) que os trabalhadores da capital fariam no dia 22 de janeiro de 1905 , ausentou-se do Palácio determinando que a Guarda Cossaca os dissolvesse à metralha. Esse episódio, que redundou em matança - 100 mortos e centenas de feridos - foi o célebre “Domingo Sangrento”, estopim daquela primeira revolução que Lenin chamaria de “ensaio geral”.

León Poliakov atribui a ele, a Nicolau II, a paternidade do moderno terrorismo de extrema direita, com seu entusiasmo pela Tchernaia Sotnia, a Centúria Negra, um agrupamento protofascista a quem protegia e financiava, especializado em pogroms e na morte seletiva de oposicionistas. “Os protocolos dos Sábios do Sião”, um panfleto anti-semita encomendado por um espião seu, Ratchkóvski, foi seu mais duradouro “legado intelectual”.


O sumiço dos corpos






Desde a execução dos Romanov (o czar Nicolau, a czarina Alexandra, as quatro filhas, a Grã-duquesas Olga, Tatiana, Maria e Anastácia, e o czarevich Alexei) pelo comando do bolchevique Yakov Yurovski (1878-1938), chefe da Tchéca local, assassinados em 17 de julho de 1918, seus esqueletos haviam se extraviado nos bosques da região de Ekaterinburg.(*). Em 1928, um destacamento da Tchéca recolhera os cadáveres e os incinerara. Descobertos os restos pelos pesquisadores Alexander Avdonin e Gely Riabov em 1979 , foram finalmente inumados na cripta da família na Catedral de Pedro e Paulo, em São Petersburgo, após um cerimônia discreta. Os russos em geral mantiveram-se ausentes, indiferentes ao sepultamento. Por mais que hoje maldigam o regime comunista eles não querem voltar a reunir-se ao redor dos ossos dos Romanov.

(*) a intenção original dos bolcheviques era seguir a tradição das revoluções populares, como a inglesa em 1649 e a francesa em 1793, de levar o soberano caído às barras de um tribunal revolucionário e depois de submetê-lo a uma execução publica. Trótski confessou que desejava ser atuar como o principal acusador. Todavia a possibilidade dos brancos , os contra-revolucionário, virem a resgatar Nicolau II e sua família, fez com que os bolcheviques mudassem de plano.















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