quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

7989 - GENERAIS INGLESES DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

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Guadalcanal Ilha do Terror
Por Alexander Vandergrift*


Apesar de anos de treinamento, a Campanha de Guadalcanal significou para os americanos, principalmente para os Marines, uma série de novidades de ações e conceitos. Desde 1898 os Marines não faziam um desembarque anfíbio em território inimigo, então todas as decisões e movimentos táticos eram imersos em certa confusão. Porém as lições de Guadalcanal foram bem aprendidas, visto que os desembarques seguintes no decorrer da guerra foram se aperfeiçoando e sistematizando cada vez mais. Foi também a primeira vez que o “imbatível” invasor japonês foi espetacularmente derrotado e forçado a retirar-se, em anos de história de guerra nipônica. A variedade de ações foi muito grande, sendo comum na ilha uma ação naval coincidir com um bombardeio de praias, enquanto bombardeiros, caças e bombardeiros de mergulho disputavam seus espaços e domínio dos céus. Em terra as batalhas multiplicavam o tumulto, e a obstinação dos dois lados combatentes fazia com que a luta terminasse, na maioria das vezes, com a derrota total dos japoneses. O abastecimento das forças alternava-se conforme as horas do dia. À noite o Expresso de Tóquio abastecia os japoneses, durante o dia reforços alcançavam as praias dominadas pelos americanos. Pela primeira vez na guerra, ao final da campanha, a balança começava a pender para o lado americano. Em terra começava, em Guadalcanal, a guerra defensiva nipônica. Os americanos tomavam, por fim, a iniciativa que não perderiam até o final da Segunda Guerra Mundial.

Logo após derrotar os japoneses na Batalha de Midway, os Estados Unidos decidiram por concentrar seus esforços na região estratégica do sudoeste do Pacífico. Ambos os comandantes do Pacífico, General Douglas MacArthur (sudoeste) e Almirante Chester Nimitz (central) tinham características ofensivas, eram líderes agressivos, e receberam muito bem a diretiva recebida em 2 de julho de 1942. A diretiva clamava por ataques paralelos nas ilhas de Rabaul, Nova Guiné e Salomão, e os planos eram de que os ataques iniciassem imediatamente.

Em pouquíssimo tempo os planos americanos tinham que ser revistos, assim que reconhecimentos aéreos mostraram tropas japonesas partindo de Tulagi para Guadalcanal e ali construindo um campo de pouso. Ainda assim os americanos já tinham sido avisados por guardas costeiras australianos que os nipônicos estariam ocupando Guadalcanal, uma ilha de aproximadamente 145 por 40 km quase inteiramente coberta de florestas tropicais, montanhas, mangues e malária, e sabiam que um campo de pouso japonês nessa posição prejudicaria pesadamente os planos em toda a região. A princípio a ilha ficaria sob o comando de MacArthur, mas com uma pequena mudança de perímetro comando coube a Nimitz.

As preparações e treinamentos começaram freneticamente. Nimitz nomeou três grupos navais (Saratoga, Wasp e Enterprise) sob comando do Almirante Fletcher para dar superte à operação, e ele encontrava-se no comando geral desta. O Almirante Turner comandava a força de desembarque, formada da 1st Marine Division e de um regimento da 2nd Marine Division, somando 19.000 homens sob comando do General Alexander Archer Vandegrift. Por fim a operação foi apoiada por uma força conjunta (TF44) de cruzadores e destróieres americanos e australianos.

Às 0900 horas de 7 de agosto de 1942, oito meses após o ataque à base naval de Pearl Harbor, 11.000 Marines desembarcaram aos trancos e barrancos em Guadalcanal após bombardeios naval e aéreo. O desembarque não encontrou resistência por parte dos japoneses, e o campo de pouso que seria conhecido como Campo Henderson foi ocupado ainda no primeiro dia de operações. Tulagi foi também invadida por uma força de 1.000 Marines, mas a história foi um pouco diferente. Os nipônicos resistiram ferozmente, e em dois dias os fuzileiros mataram praticamente toda a resistência inimiga.

Durante o segundo dia as coisas começaram a dificultar para os americanos, pois Fletcher recuou os grupos cargueiros de suprimentos temendo ataques vindos de Rabaul. Turner fez o mesmo com os transportes. Os Marines estavam agora por sua própria conta em território inimigo, e para piorar um pouco, os transportes de Turner recuaram ainda com grande parte dos suprimentos que deveriam ter ficado na ilha, além de 1.000 combatentes. A única força naval na área eram navios-patrulha da TF44. Vandegrift dispôs então os Marines numa linha defensiva de 8 quilômetros e começou a completar a construção do campo de pouso, parte com equipamento americano, parte com equipamento japonês deixado para trás.

O Comandante Japonês na área, Almirante Mikawa, enviou uma força naval de Rabaul pela Fenda (espaço entre as ilhas da cadeia das Salomão) na noite do dia 8 e tomou a TF44 de surpresa. Em duas batalhas rápidas ao largo da Ilha de Savo, as forças aliadas perderam o Canberra, Quincy, Astoria, Vicennes e o Chicago, com grande perda de vidas. Em 13 de agosto, o comando em Tóquio ordenou que o Décimo Sétimo Exército, sob comando do General Haruyoshi Hyakutake ainda em Rabaul, tomasse o controle das ações em terra em Guadalcanal para garantir a situação japonesa na ilha. No quadro naval o esforço seria conduzido pelo Contra-Almirante Raizo Tanaka, veterano dos desembarques nas Filipinas e Indonésia, e das batalhas do Mar de Coral e Midway.

Na noite de 20 de agosto os japoneses anteriormente desembarcados lançaram sobre a linha dos Marines do Rio Tenaru um fanático ataque “Banzai”. Eram 900 homens comandados por Ichiki, que decidiu não esperar pelos outros 2.500 combatentes ainda a desembarcar para aumentar sua força. Os jovens Marines firmaram suas posições e desmantelaram os atacantes. Quando o sol ergueu-se, jaziam à frente das posições dos Marines mais de 800 corpos japoneses, 15 outros foram feitos prisioneiros e os mortos americanos somavam 43 fuzileiros. Os jovens que até a pouco tempo eram civis normais transformaram-se em uma força profissional que derrotara a onda atacante. A pressão continuou no dia seguinte em perseguição aos poucos sobreviventes. Artilharia, metralhadoras e fogos de morteiro colaboravam para a carnificina, enquanto os tanques que atravessavam o rio e seu banco de areia iam esmagando cadáveres com suas lagartas até que, nas palavras de Vandegrift, “as traseiras dos tanques pareciam máquinas de moer carne”. Era o fim da supremacia japonesa, fim do mito. Ichiki pagara caro pelos seus erros estratégicos, sobreviveu às ondas de ataque e perseguição, conseguindo retornar a Taivu. Derramou óleo sobre sua bandeira regimental, queimou-a e suicidou-se.

20 de agosto foi também o dia que os primeiros caças dos Marines pousaram na nova pista, e os pilotos logo auto-denominaram-se “Força Aérea Cactus”. O próprio campo de pouso recebeu o nome de Campo Henderson em honra ao Major Lofton R. Henderson, morto na Batalha de Midway. Os japoneses continuaram subestimando as forças americanas em Guadalcanal, e lentamente mandando reforços. Também mantiveram a pressão sobre a US Navy, que retornava à área. Em meio a batalhas o Enterprise foi crivado de bombas, enquanto os japoneses perderam o porta-aviões Chitose e mais de 70 aeronaves. Um transporte de tropas japonês também foi afundado, e o USS Saratoga foi posto fora de ação por três meses após torpedeamento. O Wasp e o North Carolina também foram afundados, e as mortes infligidas às tripulações foram pesadíssimas.

A batalha pela ilha continuava com os Americanos desembarcando homens e suprimentos durante o dia, e os japoneses fazendo a mesma coisa após o anoitecer. Este procedimento japonês de desembarques e bombardeios navais às posições americanas durante a noite ficou conhecido como o “Expresso de Tóquio”. A noite de 21 de agosto foi cenário para outro ataque banzai direcionado contra o Campo Henderson. 1.000 japoneses lançaram-se aos gritos de “Banzai!” e “Marine vai morrer!” sobre as posições americanas, e antes do amanhecer 800 deles já tinham dado suas vidas pelo Imperador.

O “Expresso de Tóquio” despejou mais 6.000 combatentes, e em 13 de setembro 3.500 deles atingiram o perímetro sul do Campo Henderson. Esta área estava defendida pela 1st Marine Raider Battallion sob comando do Lt.Col. Merrit (Red Mike) Edson, homens que estavam entrincheirados numa elevação pedregosa. Onda após onda, os ataques banzai foram sendo retidos. Edson estava em todo o campo de batalha, encorajando seus homens e lutando diretamente com eles. Num certo ponto os nipônicos conseguiram quebrar sua linha de defesa, ordenou uma rápida retirada e solicitou artilharia sobre suas antigas posições, pegando os japoneses em campo aberto. Esta área ficou conhecida como a “Crista Sangrenta” (“The Bloody Ridge”).

O amanhecer chegava expondo os corpos de 1.000 japoneses em torno das posições americanas, e a luta voltava para dentro da floresta. Após a batalha, Vandegrift enviou grandes patrulhas para perseguir o inimigo em retirada. Um batalhão de Marines quase sofreu sério revés ao ser atingido por tropas japonesas, sendo empurrados de volta à praia. Parecia que seriam esmagados até que um destróier respondeu aos pedidos e bombardeou as áreas solicitadas onde encontravam-se as tropas nipônicas, enquanto os fuzileiros eram evacuados por mar. Foi durante essa operação que o guarda costeira Douglas Munro colocou-se em sério risco enquanto ajudava a evacuar os Marines, recebendo assim, postumamente, a Medalha de Honra. Ele foi o único membro da Guarda Costeira a receber esta condecoração. A balança começou a pender realmente para o lado americano quando a Força Aérea Cactus começou a operar. Agora os japoneses não tinham mais o controle dos céus, e logo não se veriam mais aeronaves nipônicas incomodando os americanos. O Capitão Marine John Smith tornou-se o primeiro ás do esquadrão, e também recebeu uma Medalha de Honra.

Em 18 de setembro o 7th Marines desembarcou com mais 4.200 homens, e Vandegrift tornou-se ainda mais agressivo. Combates diurnos tornariam-se diários agora. Os japoneses ainda estavam dispostos a expulsar os americanos da ilha, desembarcando cerca de mil homens por noite, e os Marines continuavam atirando sobre eles. Os Japs finalmente desembarcaram uma divisão inteira em Guadalcanal sob comando do General Masao Maruyama. Maruyama planejava acertar os americanos com força total e colocar um fim nos combates de uma vez por todas. Sua empolgação e confiança na vitória o fizeram emitir a seguinte nota para todas as suas tropas:

“De agora em diante , a ocupação da Ilha de Guadalcanal está sendo observada pelo mundo inteiro. Que nenhum de vocês espere retornar, se a operação não for bem sucedida. Cada um deve recordar a honra do Imperador, não temer o inimigo, não ceder a nenhuma pressão material, mostrar que seus pontos fortes são de aço ou de pedra, e avançar com valentia e ferocidade. Castiguem o inimigo com tanta força que ele nunca mais vai se levantar.”

Sua divisão estava partida em duas forças atacantes. Uma faria seu ataque por oeste, outra atingiria os Marines pelo sul, novamente pela Crista Sangrenta. O ataque esperado pelos Marines chegou na noite de 24 de outubro, pelo sul, na Crista Sangrenta, ondas e ondas de ataques banzai. Esta posição estava segura por “Chesty” Puller e seu 1st Battallion, 7th Marines. Eram quase 2200 horas quando os japoneses surgiram da selva aos berros, sob fogo de metralhadoras pesadas americanas. O Sargento John “Manila” Basilone, aproximadamente no meio da linha defensiva, disparava constantemente sua .50 e mantinha as outras armas municiadas. Movia-se entre as posições direcionando fogo e teve que correr seguidamente à retaguarda para trazer mais munição. Diversas vezes ele e seus homens rastejavam à frente de suas posições para arrastar corpos de japoneses mortos, pois o acúmulo de cadáveres ia bloqueando o campo de visão para tiro. Os ataques continuaram durante a noite (7 ataques no total), assim como a chuva, e quando tudo terminou haviam 1.300 japoneses mortos em frente aos Marines, boa parte deles mortos pelos metralhadores do Sgt. Basilone.

Basilone recebeu a Medalha de Honra por suas ações. Ele recebeu um convite para retirar-se do serviço ativo e retornar à sua casa, mas recusou-se a aceitar e retornou ao convívio de seus colegas Marines. Foi morto na batalha de Iwo Jima em 1945. Em novembro o 182nd Regimento de Infantaria do US Army desembarcou para reforçar os Marines. O Expresso de Tóquio ainda estava desembarcando tropas todas as noites, e o final ainda estava por ser decidido. A guerra no mar estava tão selvagem quanto em terra. Na verdade, mais americanos morreram em batalhas navais nessa campanha do que em terra. Logo após as 0000 horas de 13 de novembro uma feroz batalha de superfície eclodiu ao norte de Guadalcanal, tornando-se uma das maiores batalhas navais da guerra. A US Navy levou outro baque, perdendo o Juneau, Atlanta e 4 destróieres. O San Francisco foi seriamente danificado.

Os japoneses também sofreram perdas. O navio Hei foi afundado, assim como o afundamento de transportes da 38a. Divisão em 14 de novembro matou 12.000 japoneses. Os Cmdrs. Bruce McCandless e Herbert Schonland receberam a Medalha de Honra por suas ações nessa batalha. Outro membro da Força Aérea Cactus, Coronel Harold Bauer, que tinha recebido a medalha por ações no dia 16 de outubro, estava desaparecido, e posteriormente dado como morto em combate. Outra Medalha de Honra foi entregue ao Capitão Marine Joe Foss, que entre outubro e janeiro abateu 26 aeronaves japonesas. Após a guerra ele tornou-se governador do estado da Dakota do Sul.

O Expresso de Tóquio finalmente cessou suas operações no dia 30 de novembro. A 1st Marine Division foi oficialmente dispensada, e o Exército tomou controle em 9 de dezembro de 1942. Estes homens, relativamente novos no serviço militar, e guiados por oficiais que na maioria das vezes também eram novos no serviço ativo, exceto pelos maiores postos, lutaram ferozmente cara a cara com um inimigo mais experimentado e endurecido pelo combate, e o venceram.
A batalha agora era continuada pelo XIV Corpo, que consistia da 2nd Marine Division e as divisões Americal e 25a. sob comando do General Patch. A luta ainda era encarniçada, mas enquanto a força americana aumentava a japonesa se esvaía. Com o controle perdido do céu e mar, o pouco que chegava de suprimentos e homens para as tropas japonesas vinha à noite por submarinos. Em 3 de janeiro de 1943, o comando japonês reconheceu a derrota e ordenou evacuação das tropas remanescentes em Guadalcanal, e no dia 7 de agosto o resto dos derrotados japoneses deixaram a ilha em destróieres. Estranhamente, essa retirada japonesa aconteceu em absoluto segredo, não tendo os americanos conhecimento disso até verem todo o terreno desocupado. Os nipônicos deixaram 25.000 mortos em terra, e entre 600 e 900 pilotos no mar. As mortes americanas somaram 1.600 homens em terra e muito mais mortos no mar. O restante da cadeia das Salomão levou mais um ano até ser completamente tomada pelos americanos.

O Comandante dos Marines em Guadalcanal, General Alexander Vandegrift, recebeu também sua Medalha de Honra por seu comando durante a campanha.






Conteudo ©




*Nick de um membro do Clube dos Generais.

O Clube dos Generais é uma entidade voltada apenas e tão somente aos estudos dos fatos históricos ocorridos durante a Segunda Guerra Mundial e não fazemos, em nenhuma hipótese, apologia aos regimes e ideologias vigentes à época. Desta forma, as imagens aqui apresentadas que contenham símbolos nazistas ou outros foram incluídos apenas pelo seu valor histórico e como objeto de estudo e curiosidade, não constituindo crime nos termos da Lei No 7716/89 (que define os crimes resultantes de preconceito ou discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional)."

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