sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

8264 - GUERRA IRÃ-IRAQUE

Wiki: Guerra Irã-Iraque
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A Guerra Irã-Iraque (português brasileiro) ou Guerra Irão-Iraque (português europeu) foi um conflito militar entre o Irã e o Iraque entre 1980 e 1988. Foi o resultado de disputas políticas e territoriais entre ambos os países. Os Estados Unidos, cujo presidente era Ronald Reagan, apoiavam o Iraque.

Em 1980, o presidente Saddam Hussein, do Iraque, revogou um acordo de 1975 que cedia ao Irã cerca de 518 quilômetros quadrados de uma área de fronteira ao norte do canal de Shatt-al-Arab em troca da garantia de que o Irã cessaria a assistência militar à minoria curda no Iraque que lutava por independência.

Exigindo a revisão do acordo para demarcação da fronteira ao longo do Shatt-al-Arab (que controla o porto de Bassora), a reapropriação de três ilhas no estreito de Ormuz (tomado pelo Irã em 1971) e a cessão de autonomia às minorias dentro do Irã, o exército iraquiano, em 22 de Setembro de 1980, invadiu a zona ocidental do Irã.

O Iraque também estava interessado na desestabilização do governo islâmico de Teerã e na anexação do Khuzistão, a província iraniana mais rica em petróleo. Segundo os iraquianos, o Irã infiltrou agentes no Iraque para derrubar o regime de Saddam Hussein. Além disso, fez intensa campanha de propaganda e violou diversas vezes o espaço terrestre, marítimo e aéreo iraquiano. Ambos os lados foram vítimas de ataques aéreos a cidades e a poços de petróleo.

O exército iraquiano engajou-se em uma escaramuça de fronteira numa região disputada, porém não muito importante, efetuando posteriormente um assalto armado dentro da região produtora de petróleo iraniana. A ofensiva iraquiana encontrou forte resistência e o Irã recapturou o território.

Em 1981, somente Khorramshahr caiu inteiramente em poder do Iraque. Em 1982, as forças iraquianas recuaram em todas as frentes. A cidade de Khorramshahr foi evacuada. A resistência do Irã levou o Iraque a propor um cessar-fogo, recusado pelo Irã (os iranianos exigiram pesadas condições: dentre elas a queda de Hussein). Graças ao contrabando de armas (escândalo Irã-Contras), o Irã conseguiu recuperar boa parte dos territórios ocupados pelas forças iraquianas. Nesse mesmo ano, o Irã atacou o Kuwait e outros Estados do Golfo Pérsico. Nessa altura, a Organização das Nações Unidas e alguns Estados Europeus enviaram vários navios de guerra para a zona. Em 1985, aviões iraquianos destruíram uma usina nuclear parcialmente construída em Bushehr e depois bombardearam alvos civis, o que levou os iranianos a bombardear Bassora e Bagdá.

Entre 1984-1985 e 1987 a Guerra terrestre passou para uma fase onde predominou o atrito, que favoreceu o desgaste iraquiano, enquanto o conflito transbordava para o Golfo Pérsico, envolvendo o ataque iraniano a navios petroleiros que saiam do Iraque e o uso de minas submarinas nas proximidades da fronteira marítima dos dois países [1].

O esforço de guerra do Iraque era financiado pela Arábia Saudita, pelos EUA, enquanto o Irã contava com a ajuda da Síria e da Líbia. A União Soviética que vendia armas inicialmente mais para o Iraque, passa a vender mais equipamento militar para o Irã, conforme cresceu o apoio americano ao Iraque. Durante todo o conflito o Brasil foi um dos países ocidentais que vendeu armas para o Iraque em troca de petróleo durante todo o conflito [2].



Donald Rumsfeld, em 1983, viaja como enviado especial dos EUA ao Oriente Medio, no Governo Reagan, para reforçar o apoio ao governo iraquiano de Saddam Hussein, na guerra Guerra Irã-Iraque. Posteriormente Donald Rumsfeld veio a ocupar o cargo de Secretario de Defesa dos EUA, durante o Governo Bush.
Mas, em meados da década de 1980, a reputação internacional do Iraque ficou abalada quando foi acusado de ter utilizado armas químicas contra as tropas iranianas, embora tenha acusado o Irã de fazer o mesmo (1987-1988).

A guerra entrou em uma nova fase em 1987, quando os iranianos aumentaram as hostilidades contra a navegação comercial dentro e nas proximidades do Golfo Pérsico, resultando na ampliação da presença de navios norte-americanos e de outras nações na região [3]. Oficiais graduados do exército iraniano começaram a perder credibilidade à medida que suas tropas sofriam perdas de armas e equipamentos, enquanto o Iraque continuava a ser abastecido pelo Ocidente.

No princípio de 1988, o Conselho de Segurança da ONU exigiu um cessar-fogo. O Iraque aceitou, mas o Irã, não. Em Agosto de 1988, hábeis negociações levadas a cabo pelo secretário-geral da ONU, Perez de Cuéllar, e a economia caótica do Irã levaram a que o país aceitasse que a Organização das Nações Unidas (ONU) fosse mediadora do cessar-fogo. O armistício veio em julho e a paz foi restabelecida em 15 de agosto.

Em 1990, o Iraque aceitou o acordo de Argel de 1975, que estabelecia fronteira com o Irã. Não houve ganhos e as perdas foram estimadas em cerca de 1,5 milhão de vidas. A guerra destruiu os dois países e diminuiu o ímpeto revolucionário no Irã. Em 1989, o aiatolá Khomeini morreu. A partir de então, o governo iraniano passou a adotar posições mais moderadas. Em Setembro de 1990, enquanto o Iraque se preocupava com a invasão do Kuwait, ambos os países restabeleceram relações diplomáticas.

Guerra Irã-Iraque


Data Setembro de 1980 - 20 Agosto de 1988
Local Fronteira Irã-Iraque e Golfo Pérsico
Resultado Desgaste mútuo, não ocorreram mudanças territoriais: Status Quo

Combatentes
Iraque

Apoiantes: EUA
Arábia Saudita


URSS
Irã
Apoiantes: Síria


Líbia

Comandantes
Saddam Hussein
Ali Hassam al-Majid
Taha Yassin Ramadan
Izzat Ibrahim Ad-Douri
Salah Aboud Mahmoud
Tariq Aziz
Massoud Rajavi
Maryam Rajavi Abolhassan Bani-sadr (1980/81)
Ruhollah Khomeini
Forças
190.000 Soldados

Nº. Desconhecido de Voluntários 5.000 Tanques
4.000 Blindados
7.330 Artilharias
500 Caças


100 Helicópteros
305.000 soldados

Aproximadamente 700.000 soldados de milícias islâmicas 900 Tanques
1.000 Blindados
1.000 Artilharias
70 Caças


750 Helicópteros

Baixas
Estimativas
375.000 a 400.000 mortos ou feridos, civis e militares Estimativas
750.000 a 1.000.000 mortos ou feridos, civis e militares

1. Referências

PIKE, John. "Iran-Iraq War (1980-1988)". GlobalSecurity, http://www.globalsecurity.org/
FARES, Seme Taleb (2007). "O Pragmatismo do Petróleo: as relações entre o Brasil e o Iraque". Revista Brasileira de Política Internacional, vol. 50, n. 2, p. 129-145.
FUSER, Igor (2005). "O petróleo e o envolvimento militar dos Estados Unidos no Golfo Pérsico (1945-2003)". Dissertação de Mestrado, PPG Relações Internacionais Unicamp, Unesp e PUC-SP. Sao Paulo, SP



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