sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

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28/08/2010 12h21 - Atualizado em 28/08/2010 13h14

Raio X da guerra: Iraque
Tropas de combate dos EUA deixam país; retirada será concluída em 2011.
Especialistas analisam situação do país após 7 anos de ocupação.
Amauri Arrais
Do G1, em São Paulo

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O presidente norte-americano, Barack Obama, aprovou o plano para retirar forças de combate do Iraque com base na previsão de que um governo recém-eleito já estaria em vigor quando as tropas deixassem a nação. O pré-requisito não aconteceu, mas na semana passada tropas de combate americanas começaram a deixar o país, após sete anos de ocupação.

Quase seis meses depois das eleições iraquianas de março, o Iraque ainda enfrenta um impasse entre os grupos sunitas, xiitas e curdos para a formação de um governo de coalizão. Milhares de dólares já foram gastos em tentativas de reconstrução do país que, segundo a ONU, tem 23% da população vivendo abaixo da linha da pobreza (menos de US$ 2,2 por dia).

A série do G1 que analisa as guerras no mundo atual aborda o conflito no Iraque. Entenda o que aconteceu no país e quais são os prognósticos para o futuro da nação.


Militares do Exército americano correm em direção à fronteira do iraque com o Kwait, no último dia 18 de agosto (Foto: Maya Alleruzzo / AP)Histórico
Para entender melhor a situação que levou à invasão do Iraque é preciso conhecer um pouco mais da história do país, que carrega o altivo título de “berço da civilização” e que, a despeito de sua imensa riqueza petrolífera e posição estratégica no Oriente Médio (ou talvez por isso), tem um histórico de décadas de golpes e regimes autoritários.

Especial G1 - retirada das tropas

G1 indica 10 livros e filmes para entender a guerra do Iraque Na volta do Iraque, veteranos dos EUA enfrentam dura adaptação Não sabia que ela corria risco, diz pai de soldado morta no Iraque Em 1932, quando os colonos britânicos se retiraram do território tomado 16 anos antes dos turcos otomanos, que o haviam governado durante quatro séculos, deixaram para trás uma monarquia hachemita para tratar de seus interesses, que incluíam o controle na insipiente indústria petrolífera.

“Em 1958, a família real do Iraque foi massacrada por uma revolução anti-ocidental liderada por oficiais nacionalista iraquianos. Em 1968, o regime por eles instalado foi, por sua vez, violentamente derrubado pelo Partido Socialista Árabe Baath, versão iraquiana do ultranacionalista Partido Baath Pan-arabista, fundado na Síria nos anos 30”, narra o jornalista Jon Lee Anderson em “A Queda de Bagdá”.

Aos 31 anos, Saddam Hussein al-Tikriti tornou-se vice-presidente do Iraque, que seria governado pelo seu primo Hassan al-Bakr. Mas Saddam logo se tornaria a principal liderança política do Iraque, e em 1979, dispensou completamente o primo e assumiu o poder. Desde então, manteve-se no poder, lançando um sangrento ataque a seus inimigos potenciais no Partido Baath.

Temendo que a Revolução Islâmica deflagrada no vizinho Irã se espalhasse pelo Iraque, Saddam também lançou uma guerra contra o "inimigo persa”. Com apoio dos EUA, o conflito Irã-Iraque durou sete anos. Os xiistas são a população majoritária nos dois países, mas no Iraque foram governados pelo sunitas, seus antigos rivais pela supremacia islâmica, durante quase quatrocentos anos. Além dos curdos, nenhuma comunidade iraquiana foi tão reprimida por Saddam quanto os xiitas.


Imagem da capital Bagdá em dois momentos: sob
invasão, em abril de 2003, e em 2008, 5 anos após
a queda do regime de Saddam
(Foto: Patrick Baz / AFP)A invasão americana
O mundo vivia ainda o clima de insegurança após os atentados de 11 de setembro de 2001 às torres do World Trade Center, em Nova York, quando o então presidente George W. Bush, em discurso durante Assembleia Geral da ONU, um ano depois, plantou as raízes de uma política de defesa que defendia a invasão do Iraque, sob o argumento de que o país possuía armas de destruição em massa.

“A primeira vez que nós teremos completa certeza de que ele [Saddam Hussein] tem armas nucleares será quando, Deus nos proteja, ele use uma. Devemos a nossos cidadãos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para prevenir que este dia chegue”, disse o presidente. Cinco dias depois, os EUA detalhariam sua política preventiva de defesa com o lançamento de sua Estratégia Nacional de Segurança, hoje conhecida como Doutrina Bush.

Sem a aprovação do Conselho de Segurança da ONU, forças americanas e britânicas invadiram o Iraque, a partir da fronteira com o Kwait, em 20 de março de 2003. Menos de um mês depois, as forças de coalizão tomam Bagdá, mas não encontram o presidente Saddam Hussein.

O ex-ditador iraquiano seria localizado em dezembro daquele ano, perto de Tirkit. Acusado por diversos crimes, entre os quais um massacre de xiitas em 1982, o julgamento de Saddam se arrastaria por mais de três anos. Em novembro de 2006, uma corte de Bagdá o condenou por crimes contra a humanidade. A sentença final foi a forca. Um vídeo feito por celular da execução de Saddam publicado na internet causou polêmica pelo tratamento dado ao ex-líder do Iraque.

Violência
Embora as armas de destruição em massa nunca tenham sido encontradas, desde o início da ocupação ficou claro que a missão liderada pelos EUA no país não seria fácil. Em agosto de 2003, um ataque suicida nas instalações da ONU em Bagdá matou 22 pessoas, entre os quais o enviado brasileiro Sérgio Vieira de Mello.

O atentado contra a principal organização internacional que deveria ajudar a estabilizar a situação no Iraque chocou o mundo, mas logo virou mais uma estatística em meio à rotina de violência que se estabeleceu no país. O número de civis mortos nos sete anos de guerra está entre 97 mil a mais de 106 mil, de acordo com a ONG Iraq Body Count. Entre os militares, foram quase 5 mil mortes, além de um sem-número de feridos (veja quadro).



A violência também provocou a fuga em massa de milhares de iraquianos ao longo dos anos. Junto com o Afeganistão, o país é responsável hoje por quase metade dos refugiados do mundo sob proteção da ACNUR, agência das Nações Unidas sobre o tema. Pelos cálculos da agência, são 1.785.220 iraquianos, abrigados em países do próprio Oriente Médio, norte da África e Europa.

Governo
Ao passo que cresciam os ataques, fracassavam as tentativas das forças ocidentais para implantar um governo de transição no país, dividido pela violência sectária. Em janeiro de 2005, os iraquianos votaram em eleições com partidos pela primeira vez em mais de 50 anos. A Aliança Unita Xiita venceu, mas os sunitas, facção dominante na época de Saddam, boicotou o pleito.

Após um referendo para aprovar uma nova Constituição (em 2005) e duas outras eleições parlamentares, a última em março deste ano, o país segue num impasse para formar um governo de coalizão, o que aumenta o temor de especialistas em Oriente Médio de que consiga se reerguer após a retirada das tropas.


Trabalhadores limpam estátua de Saddam Hussein em março de 2003, em praça al-Ferdous, em Bagdá; na segunda imagem, o monumento à liberdade, erguida no mesmo após a queda de Saddam, em imagem de 2008 (Foto: Ahmad al-Rubaye / AFP)

“Para que o país comece a caminhar com as próprias pernas precisa ter governo, que tem que ter identidade e consenso político, o que não existe. Sem governo, não dá pra criar governo, polícia, alocar receita proveniente do petróleo. Os sunitas não têm as maiores áreas do petróleo. Não vão ter acesso se isso não for dividido igualmente. Sem esse consenso, não tem solução para reconstrução do país”, observa o cientista político Heni Ozi Cukier, mestre em Resolução de Conflitos Internacionais pela American University de Washington e professor da ESPM.

“Infelizmente, mesmo que restassem 100 mil soldados americanos no Iraque, não conseguiriam compensar a falta de avanço na política. É preciso avançar muito ainda neste tema”, afirma Peter O’Hanlon, estudioso da Brookings Institution.

Infra-estrutura e gastos
O Iraque, que já ostentou um dos mais altos padrões de vida da região, viu a pobreza aumentar sob os anos de governo Saddam e vive uma crise humanitária sem escalas desde o início da invasão americana, em 2003.

O governo fornece mensalmente comida a cerca de 90% da população. Em dezembro de 2009, o Programa de Combate à Fome das Nações Unidas entregou ajuda alimentar a mais de 1 milhão de iraquianos. Entre os mais afetados, estão os que foram deslocados internamente pelos conflitos, cerca de 500 mil pessoas que vivem em acampamentos, sem acesso adequado a saúde, segundo a ACNUR.

Menos de 7% da população fora de Bagdá tem acesso a água potável, número que cai até 48% nas áreas rurais, de acordo com relatório do Banco Mundial em fevereiro deste ano. O mesmo relatório aponta ainda que menos de 8% das casas fora da capital têm saneamento básico.

Além dos custos humanitários, a guerra tem seu preço. Relatório divulgado em julho pelo Serviço de Pesquisas do Congresso dos EUA revelou que o país já gastou mais de US$ 1 trilhão na chamada guerra ao terror, que inclui Iraque e Afeganistão. O valor faz dos conflitos os mais caros desde a Segunda Guerra Mundial. Clique para ler o relatório (em inglês).

Fim do conflito?
A retirada das tropas de combate norte-americanas, que ocorre apenas alguns meses após o anúncio de um incremento das forças americanas no Afeganistão, divide opiniões entre os especialistas ouvidos pelo G1.

Para o professor de direito internacional da FGV, Salem Nasser, trata-se de um “cálculo eleitoral” de Obama, cuja popularidade foi desgastada pelos conflitos herdados do governo anterior, tendo em vistas as próximas eleições legislativas no país.

“Não sei se demorando mais tempo [no país], os EUA conseguiriam deixar uma situação muito melhor do que deixam hoje. O que dá para dizer com mais certeza é que esta decisão deve menos à ideia do cumprimento de uma promessa de campanha ou de que a tarefa cumprida, do que a um cálculo eleitoral que está ligado à eleições que vêm por aí.”

Para Joost Hiltermann, especialista em Oriente Médio do International Crisis Group, a retirada reafirma uma prioridade de Washington definida antes mesmo da posse de Obama. “A Casa branca já havia definido que sua prioridade seria combater a Al Qaeda no Paquistão e Afeganistão, então acho que essa continuará sendo a prioridade. Mas acreito que essa retirada veio muito cedo. O Iraque ainda está muito enfraquecido, ao contrário do que dizem, e acho que devemos esperar até a completa retirada, no ano que vem, para ver o que acontece.”

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