quarta-feira, 30 de maio de 2012

CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO NO CEARÁ

Recife, Domingo, 22 de Março de 1998 Capa Mapa Colunas Economia Esportes História Humor InformáticaInterior Mundo Veículos Viagem Vida Urbana Viver Campos de concentração no Ceará Antes mesmo da 2ª Guerra Mundial, a elite econômica nordestina já aprisionava os flagelados da seca SENADOR POMPEU/ce - Antes da Segunda Guerra, o Brasil já tinha seus campos de concentração. Como os europeus, os campos caboclos foram marcados por dias de horror e morte. Em ambos, o direito de ir e vir era limitado, os prisioneiros tinham as cabeças raspadas, a fome estava sempre presente e os óbitos ocorriam aos montes. Só que, ao contrário de Sobibor, Auschwitz e Treblinka - erguidos em nome da supremacia racial - os campos nordestinos - em Fortaleza, Quixadá, Quixeramobim, Cariús, Ipu e Crato (CE) - tinham por base o apartheid social. Do lado de fora ficavam as elites políticas e econômicas. Atrás do arame farpado, uma massa esquálida e faminta, formada por flagelados da seca, que se comprimiam como gado no cercado. E que morriam de desnutrição e sede nos currais da fome. Ignorados pela historiografia oficial, os campos de concentração sertanejos ainda estão vivos na memória dos sobreviventes, começam a ser redescobertos pelos estudiosos e estão virando filme. ESQUECIMENTO A história estaria destinada ao esquecimento se não fosse o Grupo Cultural 19-22, que nos últimos dois anos vem relembrando a tragédia, colhendo o depoimento dos sobreviventes da seca de 1932. O grupo formou-se para lutar pelo tombamento do conjunto arquitetônico da Barragem do Patu, onde a empresa inglesa Dwight P. Robinson construiu um canteiro de obras, uma usina de produção de energia a vapor, casas para os seus executivos, um escritório, e casas de pólvora. A obra, inacabada, terminou sendo usada pelo governo para confinar os flagelados da seca, impedindo que fossem para a cidade. A briga mobilizou a população e 5% do eleitorado subscreveram documento enviado à Câmara Municipal, pedindo o tombamento do sítio histórico. O projeto terminou sendo arquivado, e agora o 19-22 - integrado por professores, advogados, estudantes, cineastas e poetas - tenta sensibilizar o governo do estado. Currais da fome juntavam grupos de até 65 mil pessoas Lembranças do sofrimento Fale conosco diario@dpnet.com.br MAPA BRASIL ECONOMIA ESPORTES HISTÓRIA HUMOR INFORMÁTICA INTERIOR MUNDO VEÍCULOS VIAGEM VIDA URBANA VIVER COPYRIGHT AUTOR DO TEXTO

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