terça-feira, 1 de maio de 2012

ESTRADA UNIÃO E INDÚSTRIA: PETROPOLIS -JUIZ DE FORA

Veja aqui ANCHIETA ANHANGÜERA BANDEIRANTES CAMINHO DO MAR CASTELO BRANCO DUTRA IMIGRANTES PONTE RIO-NITERÓI RIO-SANTOS RIO-TERESÓPOLIS UNIÃO E INDUSTRIA WASHINGTON LUÍS História das Rodovias -------------------------------------------------------------------------------- ESTRADA DA ESTRELA Seguindo os passos do Imperador Em 1841, o major engenheiro alemão Júlio Frederico Koeler foi encarregado pelo Imperador, D. Pedro II, de construir um melhor caminho de Porto da Estrela, no Rio de Janeiro a Petrópolis, onde a família imperial costumava passar temporadas na Fazenda Córrego Seco, atual Petrópolis. A estrada era o principal elo de ligação para chegar às Minas Gerais e tinha grande importância e econômica. Surgia, assim, a estrada Normal da Serra da Estrela, que pode ser percorrida até hoje. Naquela época, era preciso seguir de barco até Porto Mauá, depois por estrada precária até Raiz da Serra e, então, ir pela nova estrada, num percurso de 14 km até Petrópolis. Em 1854, era inaugurada a primeira estrada de ferro brasileira, Porto Mauá à Raíz da Serra, por iniciativa de Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, reduzindo o tempo de viagem em quatro horas, percorrendo em apenas 23 minutos o trecho. Portanto, a viagem a Petrópolis começava por via marítima, até Porto Mauá, depois por trem até Raiz da Serra e seguia por diligência, na estrada Normal da Serra da Estrela. A Estrada União e Indústria Em 1854, o Comendador Mariano Procópio Ferreira Lage recebeu a concessão, por 50 anos, para a construção de custeio de uma estrada que, partindo de Petrópolis, se dirigisse à margem do Paraíba. Nascia assim, a estrada União e Indústria, cujo nome é o mesmo da empresa que havia sido criada e cuja receita provinha da cobrança de pedágio por mercadoria, mais precisamente por burro carregado. Os trabalhos tiveram início em 12 de abril de 1856 e a placa, que registrava a presença do Imperador D. Pedro II e Família Imperial, ainda pode ser vista no início da atual Av. Barão do Rio Branco. O primeiro trecho pronto ligava Vila Teresa a Pedro do Rio, numa extensão de 30,865 metros era inaugurado em 18 de abril de 1858. Dois anos depois, de Pedro do Rio a Posse, numa extensão de 13 km. Finalmente, em 23 de junho de 1861, D. Pedro II, sua família e vários representantes ilustres da Corte e da Cia. União e Indústria, inauguravam a primeira rodovia brasileira macadamizada, unindo Petrrópolis a Juiz de Fora, percorrendo seus 144 km, à fantástica velocidade de 20 km/h nas diligências da época. A importância da estrada gerou o primeiro guia de viagens do Brasil, escrito pelo fotógrafo do Imperador, o francês Revert Henrique Klumb, intitulado: "Doze Horas em Diligência - Guia do Viajante de Petrópolis a Juiz de Fora", editado em 1872, descrevendo com palavras e fotografias a fantástica viagem. A estrada original fois sendo alterada e absorvida em alguns trechos pela atual BR 040, obrigando o motorista a alternar trechos da antiga estrada com a nova, para percorrer a União e Indústria. Da antiga estrada ainda restam várias pontes e construções, com destaque para a Ponte de Santana, em Alberto Torres, recentemente restaurada. A Ponte das Garças, em Três Rios, e a antiga estação de Paraibuna, em Comendador Levy Gasparian (Mont' Serrat), construída em 1856 para a muda de animais das diligências, que atualmente abriga o Museu Rodoviário, onde é possível entender melhor a história da União e Indústria e o rodoviarismo brasileiro. Atravessando a Ponte de Paraibuna, que une o Rio de Janeiro a Minas Gerais, é possivel apreciar o imponente Paredão de Paraibuna, obra da natureza que testemunhou a epopéia da construção da primeira rodovia brasileira. Do Rio a Juiz de Fora pela estrada do Império Saindo do Rio de Janeiro, pela Rodovia Washington Luís, chamada de BR 040, seguir por 20 km até o km 105, na localidade de Santa Cruz da Serra. Entrar à direita utilizando a Av. Automóvel Clube. Depois de 6 km haverá uma placa indicado Petrópolis à direita, mais 6 km e chega-se à bifircação, onde existe uma praça e indicações de quilometragem Petrópolis 17 km, Raiz da Serra 4 km. Seguindo por essa estrada chega-se à fabrica de Pólvora Estrela, construída em 1831. Depois da fábrica há uma passagem, uma espécie de arco, com espaço para apenas um veículo por vez, chega-se a Raiz da Serra e à Estrada Normal da Serra da Estrela, cuja construção inicial, estima-se em 1841. Apesar do paralelepípedo, as condições são boas e a natureza generoza. Logo chega-se ao meio da serra, pequena localidade que abriga as ruínas da fábrica têxtil Cometa, construída no final do século passado. Dois quilômetros antes de Petrópolis avistam-se várias cachoeiras, e à direita, no local chamado Lopes Trovão, é possível descer alguns metros e encontrar a trilha utilizada no século XVIII. Chega-se à Cidade Imperial pela Rua Tereza, e as placas indicando Centro, e depois de 33 km de roteiro inicial, no início da Av. Barão do Rio Branco, encontra-se a placa de inauguração da União e Indústria, em 1861. Daí são 144 km até Juiz de Fora. Atualmente, é praticamente a mesma distância, embora sejam necessárias algumas passagens pela moderna BR 040 e até o pagamento de pedágio. Passa-se por Correias, onde o Imperador D. Pedro I era hóspede regular da fazenda do Padre Correia. Logo depois vêm Nogueira e Itaipava, com restaurantes refinados, intensa vida noturna, pousadas charmosas e excelente comércio. Prosseguindo pela União e Indústria existem Pontes e construções do traçado original. Passa-se por Pedro do Rio, Posse, Areal, onde começa a sucessão de entradas na BR 040, obrigando o motorista entrar e sair para percorrer a União e Indústria. Depois, Alberto Torres, Três Rios, Comendador Levy Gasparian, entrar em Minas Gerais, passar por Simão Pereira, Matias Barbosa e, finalmente, Juiz de Fora. Depois de Petrópolis, a pista é toda asfaltada, em mão dupla. Depois dessa viagem histórica, aproveitar a modernidade da BR 040 para retornar ao Rio de Janeiro, fazendo interessante paralelo entre estradas do século passado e as atuais rodovias. Para quem mora em São Paulo descer a BR 393, em Três Rios em direção a Volta Redonda e Rodovia Presidente Dutra. COPYRIGHT AUTOR DO TEXTO

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