quinta-feira, 31 de maio de 2012

A FUGA DA ILHA DO DIABO: PAPILLON

Fundado em 16 de abril de 1932 '...Macaé, ano I, Nº 49 - 5 a 12 de janeiro de 2007 Principal | O Rebate | Anteriores | Editorial | Expediente | Classificados | Caderno R | Colunistas | Fale Conosco Acontecências Acontecências II Acontecências III Alô Galera Astrologia Cinema Concursos / Empregos Culinária Digital Photo Array Direito do Trabalhador Direitos Humanos Esculturas em Sabonete Escultura Humana Esportes I Esportes II Jornais do Mundo Juventude em Ação Liga Operária Livros Loterias Mel/Saúde Movimento Hippie O Rebate Internacional Ortomolecular Petrobrás/Petróleo Piadas Poemas SwáSthya Yôga Telefones úteis Televisão Tortura Nunca Mais Zona Urbana De: Ronald Fries Para: plataopapillon Data: 12/02/2004 21:29 Assunto: A farsa de um Papillon. Estimado Platão, Fiquei encantado com os teus dois livros! Aproveitei para fazer investigações aqui na França comprando diversos livros que falam de Henri e de Belbenoit, dentre eles, o livro de Philippe Schmitz Matricula 46635, o Prisioneiro que Inspirou Papillon . Comparado-o com os outros livros e artigos publicados entre as décadas de 30 a 70, no livro de Schmitz encontramos muitas mentiras e contradições. Também li o livro do famoso escritor Gerard de Villiers, que desconfiou da autenticidade do livro Papillon publicado em 1969, e foi investigar Henri na Guiana Francesa, Venezuela e em Trinidad. Essa investigação rendeu a Gerard mais um livro sob o titulo de Papillon Epingle (Borboleta Cravada ou Desmascarada), publicado em 1970. Comparando-o com o livro de Schmitz publicado em 2001, ou seja, 32 anos depois, notamos que ele copiou informações de Gerard e fez modificações grotescas, exemplos são as datas. Diz Villiers em seu livro nas páginas 89/90: ' Eu verifiquei todos os arquivos de jornais de Trinidad que às vezes falou da chegada de prisioneiros fugitivos, sem achar rastro de Charrière. Mas encontrei algo sobre a passagem de um certo René Belbenoit, em Trinidad em 20.09.1934 com dois outros companheiros' . René Belbenoit fugiu em 5 de setembro de 1934 do presídio de Saint-Laurent na Guiana Francesa. Isso significa que ele chegou em Trinidad duas semanas depois. Três décadas depois, Schmitz coloca outra versão em seu livro: Encontrou matéria jornalística em Trinidad comprovando que, em 20.05.1935, René Belbenoit passou naquela ilha com cinco companheiros e foram identificados pelos serviços britânicos. Observa-se que Schmitz confirma o dia e coloca 16 meses de diferença. Com isso, ao invés de ter chegado em 1934, como afirma Gerard, Schmitz diz que foi em 1935. Como pode? Schmitz tenta descartar a possibilidade de ter ficado algum companheiro de fuga em Roraima, ao dizer que Belbenoit passou na ilha de Trinidad em companhia de cinco. Entretanto, nos livros de Belbenoit, encontramos os nomes dos dois principais companheiros de fuga e personagens de seus livros que viveram, constituíram famílias e estão sepultados aí em Roraima. Outro dado importantíssimo é que entre 1969 e 1970, Gerard entregou às autoridades de Trinidad correspondência solicitando uma permissão para pesquisar os arquivos daquela ilha, e as autoridades responderam: ' Com a independência de Trinidad, os arquivos da antiga ilha não foram reaproveitados' . Ou seja, sumiram. Como pode, 32 anos depois aparecerem para Schmitz? Impossível! Schmitz também transcreveu um artigo do escritor William La Varre publicado em 27 de agosto de 1937 na revista americana 'Circulo Familiar. Diz Schmitz em seu livro na página 54: ' Caminhava pela selva panamenha em companhia de minha esposa Alice. Por casualidade, encontrei um homem de corpo franzino correndo atrás de Borboletas. De longe reconheci a silhueta de Belbenoit, o fugitivo de Trinidad' . William pediu que o artigo fosse editado o mais rápido possível, pois Belbenoit estava de viagem para os Estados Unidos, que seguramente chegaria antes da publicação do artigo! Mais uma vez Schmitz modifica datas e diz em seu livro nas páginas 54 e 55: ' René se foi do Panamá para os Estados Unidos em março de 1937 e chegou a New York em julho de 1937 com o nome falso!' Observe que William escreve "agosto" e Schmitz escreveu "julho". É estranha essa afirmação. Por que essa mentira? Observe que William escreve "agosto" e Schmitz escreveu "julho". É estranha essa afirmação. Por que essa mentira? Ele inverteu os fatos, na verdade foi um outro fugitivo que entrou nos Estados Unidos, usando o nome de René Belbenoit. Nasse outro trecho chama a atenção pela falta de compromisso de Schmitz pela verdade, ao invés de provar ele lança perguntas que na verdade comprovam a veracidade da sua pesquisa lê-se: "Finalmente, uma só questão subsiste das teses de Platão: René do Surumu (para nós René Schehr) poderia ele ser o verdadeiro autor de Papillon e Banco do qual Charrière se apropriou dos manuscritos para em seguida os modificar e os publicar com seu próprio nome?" Se ele tinha certeza! Então porque lança essa duvida? Na parte seguinte afirma ele: "Isto faz de René do Surumu, incontestavelmente, um grande escritor" . Em seguida ele confirma! E entranho? Aqui ele reafirma o que você diz há anos. Em seguida, lança outra dúvida: "Mas então, pode-se pensar que, talvez, ele não teria escrito o que lhe foi roubado?" Mais lança uma pergunta absurda! Ora se René não tivesse escrito, com certeza Charrière não o teria roubado, Schmitz usa muito a palavra "talvez", esse é um recurso de incompetentes quando não têm certeza do que esta dizendo. E para não ser acusado de deselegante diz ele: "Não deu sorte: a essa questão, Platão, apesar de sua 'investigação aprofundada' não traz nenhuma resposta" . Na realidade foi ele que não mostrou nenhuma prova! Concordas? Mas reconhece que Henri buscou inspiração com os livro de Belbenoit, como colocou no livro: "Que Charrière buscou inspiração em Belbenoit, como mostram todos os exemplos acima é para nós uma certeza" . Platão se as perícias e os familiares na França comprovaram que o homem sepultado na vila de Surumú é de fato René Belbenoit, e Schmitz diz que Henri se inspirou nele. Como é que você acha que foi essa inspiração? Teria sido por telepatia? Telefone? Telex? Ou com os seus manuscritos?.... Obviamente que Schmitz já sabia que o homem sepultado aqui era de fato René Belbenoit. Sabia também que aqui ele escrevera o roteiro do filme Papillon e os livros Papillon e Banco , mas para não reconhecer a sua descoberta. Preferiu dizer que Belbenoit inspirou Henri Charrière. Ele também sabia que Henri não escreveu livro algum. Platão, você já colocou alguns trechos do livro de Gerard em seu livro, não vou repeti-los, mas Gerard nunca acreditou que Henri tenha escrito Papillon e Banco e nem que os tenha vivenciado os fatos descritos nesses livro. Acredito que ele só não chegou ao verdadeiro escritor em Roraima porque foi convencido por Jean Maille de Fronfrais, correspondente da Agência France Press, em Caracas, que alegou ter escrito o livro Papillon , baseado na história contada pelo próprio Henri e essa mentira o salvou de ser desmascarado. O mesmo Henri, que ao se apresentar na França entrou em contradições demonstrando desconhecer fatos do livro, por medo de ser desmascarado, vindo a afirmar: ' O livro era uma obra coletiva e que ele não vivenciara aqueles fatos'. Agora observe atentamente o que diz Schmitz sobre René Schehr: ' O nome René Schehr não é uma falsa identidade, mas corresponde a uma pessoa bem real. Registrado na prisão como relégue, matrícula 15010, René Schehr nasceu em 16 de maio de 1905 em paris, filho de Charles Evangeliste Schehr e de Anna Marie Benoit. Prosseguiu seus estudos até a segunda classe. Letras manuscritas figuram no seu dossiê mostrando que efetivamente ele escrevia perfeitamente. Condenado à deportação para a Guiana em novembro de 1929, embarcou para Saint-Laurent, no Martinière, no dia 06 de março de 1931. Evadiu-se uma primeira vez no dia 04 de março de 1932 com Emile Bernardy e Auguste Debiais. René Schehr foi reintegrado no dia 06 de junho de 1933, no vapor francês Mana. Ele fez essa viagem de reintegração com Auguste Debiais e... Maurice Habert... Essa evasão valeu a René Schehr uma condenação de nove meses de prisão. Evadiu-se definitivamente no dia 24 de julho de 1935 do Campo de Saint-Jean. Essa data é confirmada pelo registro das evasões. Nem em nossas pesquisas nem no livro de Platão se pode saber o que Schehr fez de 1935 a 1940 nem onde ele se encontrava. Se ele efetivamente entrou no Brasil em 1940, nada faz pensar que ele não o fez debaixo do seu verdadeiro nome e que o René Schehr de Surumu, o homem descrito por Platão no seu livro, seria tão simplesmente o verdadeiro René Schehr. Da mesma maneira, veremos mais adiante, por dois outros personagens do livro de Platão: Maurice Habert e Joseph Guillemim, cujos nomes correspondem igualmente aos dois condenados evadidos na mesma época'. Platão, nesta citação dos pais de René Schehr, encontramos três contradições. A 1º: Schmitz copiou os nomes dos pais de Schehr de seu livro; 2º: essa matrícula 15010 é de prisioneiros de St Martin de Ré, na França. Os prisioneiros da Guiana Francesa recebiam outra matrícula; e a 3º: existe uma lei aqui na França que não permite acesso aos documentos desses presos durante 100 (cem) anos a partir do dia de sua prisão. Que tal? Se Schmitz tivesse acesso a esse arquivo teria colocado a ficha de condenação desse tal René Schehr! Concorda? Isso nos deixa com dúvidas: teria realmente existido um prisioneiro chamado René Schehr? Acredito que não. Na verdade, Schmitz percebeu que Schehr e Belbenoit eram a mesma pessoa. Outro detalhe importantíssimo: se realmente Schmitz fosse um pesquisador sério e tivesse interesse na verdade, teria ido à região de "Prénovel", Sul da França: Lá existe esta vila... A placa indica a pequena Vila dos Belbenoits . ...onde somente residem pessoas da família Belbenoit. Estive com eles e mostrei-lhes seu livro, principalmente a simulação fotográfica onde você prova que Schehr e Belbenoit são a mesma pessoa. Eles ficaram supressos e me mostraram o livro de Schmitz que, segundo eles, receberam-no pelo correio. O mais entranho é que eles não foram procurados para serem entrevistados pelo escritor. O suíço francês Ronald Fries (camisa verde) ao lado dos irmãos Belbenoits. É estranha essa atitude. Por que não colheu depoimentos dos Belbenoits? Schmitz diz em seu livro que Belbenoit não sabia falar ou escrever em inglês, mas a família contou-me que o jovem René Belbenoit era muito inteligente e que estudou inglês em Paris. Acho que Schmitz não leu Dry Guillotine . Se o tivesse lido, teria visto o diálogo de René com o americano produtor de filmes, em inglês. Os familiares de René também confirmaram que ele foi militar e ficaram de checar qual o motivo principal de ele ter ido para a reserva. Ao verificarem a foto do suposto Belbenoit que morou nos Estados Unidos e compará-la com a foto de Belbenoit segurando o bicho preguiça que você encontrou na Guiana Francesa, comentaram que o René dos Estados Unidos é uma fraude. Platão, que Schmitz é um mentiroso profissional estamos provando. Eu só gostaria de saber o que ele ganhou para editar esse livro. Acredito que nada, tendo em vista que não se trata dum livro comercial. A quem interessa este livro? Acredito que somente a alguém de Roraima interessava essa publicação. Platão, só o fato de tentarem contestá-lo já é uma prova de que teu trabalho é serio e está incomodando muita gente. Lembre-se que as autoridades francesas não querem que esse caso venha à tona, pois coloca a França de forma negativa na mídia internacional. Com a confirmação dos Belbenoit de que o homem dos Estados Unidos era uma fraude, em 31/07/2003 levei as fotos para serem analisadas. Vários aspectos estudaram essas fotos de maneira detalhada. O Departamento de Policia Criminal de Berna, na Suíça, Instituto de Antropologia da Universidade de Zurich Irchel, prof. M. Hãusler, do serviço de reconhecimento de pessoas do serviço de seguridade do aeroporto de Zurichey y Klotem, que tem à sua disposição o melhor meio informático da Europa (programa feito para a Universidade de Bochum, prof. Thomas Zielke. Foram todos de acordo sobre um ponto: as proporções dos olhos, a forma dos lábios, das orelhas e principalmente das sobrancelhas e a distância faciais, segundo R. Knissmam, permitem afirmar que a foto de René Belbenoit tirada na Guiana Francesa em 1927 pela escritora Niles, e a foto de René segurando o bicho preguiça (encontrada na Guiana Francesa) e a de René Schehr (tirada em Roraima) têm as mesmas características antropométricas. Ao contrario, as características da foto do francês (de paletó) ao lado do policial nova-iorquino tirada pelo escritor William La Varre, mostram ser totalmente diferente de René Belbenoit. Platão, outro detalhe importantíssimo que descobri: Não foi unicamente em Roraima que apagaram vestígios do escritor René. Em Lucerne Valley, Califórnia, local onde viveu o suposto René, cremaram-lhe o corpo logo após seu falecimento. Não há uma explicação para este ato, tendo em vista que ele era um cidadão americano, era casado com uma americana, podendo ele ter sido sepultado na terra do Tio Sam normalmente. Acredito que "eles" temiam que o corpo fosse reclamado por parentes ou pelas autoridades francesas e, se isso acontecesse, iriam perceber que o corpo não era de René Belbenoit, podendo vir a denunciar a fraude. Na volta para a Venezuela, passei em Trinidad, onde dirigi-me até o Arquivo Nacional, investigando passagens dos fugitivos franceses. Vasculhei tudo à procura das tais provas levantadas por Schmitz. Não encontrei nada. Em seu livro, encontrei depoimentos de pessoas que tiveram o privilegio de conviver com René na vila de Surumu. Eles afirmaram que René batia com as pontas dos dedos na testa de onde saía um barulho estranho e então dizia: - Aqui tem uma platina, fruto de um acidente em uma batalha militar. Dizia também que era tenente. Para checar a veracidade dessa informação, estive investigando em sites de pesquisa e encontrei a seguinte transcrição: ' René Belbenoit (1900-1959) era um prisioneiro francês da ilha do Diabo, que escapou com sucesso aos EUA. Escreveu um livro (Guilhotina Seca) sobre suas façanhas. René Belbenoit foi carregado em Paris em 1900. Durante a Guerra Mundial, Belbenoit serviu no Exército francês. Após a guerra, em 1920, roubou pérolas de seu empregador e foi sentenciado a oito anos de trabalhos forçados na Colônia Penal francesa, incluindo a ilha do Diabo. O fato é que Belbenoit tinha uma pensão de veterano (militar). Isso evitou que ele fizesse trabalhos pesados'. Também encontrei provas no livro Dry Guillotine , editado em 1938. A introdução foi escrita pelo escritor Willian Lá Varre, que transcreve um comentário que René Belbenoit lhe confidenciou sobre o período em que foi militar: 'Fui promovido a sargento no 2º Regimento de Artilharia e em seguida fui para a Síria. Em Alexandrette, depois de um assalto na cidade de Alep, fui promovido a sargento-chefe. Em junho de 1920 René voltou à França por causa de uma enfermidade. Ele foi tratado no Hospital militar de Percy e ficou curado'. Platão, esse hospital é militar, mas não encontrei o motivo principal que levou René para a reserva. Entretanto, essa informação de que René foi de fato militar reforça nossa certeza de que o fugitivo francês sepultado em Roraima é o escritor René Belbenoit. Mas Philippe Schmitz tenta deturpar seu trabalho de pesquisa ao afirmar na pagina 104: 'René Schehr nasceu em 1905...' A o transcrever a data de nascimento de Schehr, Schmitz tenta dizer que o homem sepultado na vila de Surumu não teria servido na guerra de 1914, pois nessa época esse Schehr estaria com 9 anos. Só que Schmitz não mostrou nenhum documento provando a existência desse René Schehr. Na continuação da pagina 104, diz Schmitz: '...a s informações recebidas sobre René Schehr não permitem confirmar a existência de uma ferida na cabeça ou de uma prótese metálica se elas houvessem existido nesta época...' Esse comentário de Schmitz prova que o homem sepultado em Surumu não é o René Schehr, mas se trata de René Belbenoit. Resta-nos saber a quem Philippe Schmitz quer enganar. Atenciosamente Ronald Fries -------------------------------------------------------------------------------- Outros artigos Recomendamos o Mozilla Firefox. Clique aqui para baixar gratuitamente a versão 2.0 © Artimanha COPYRIGHT AUTOR DO TEXTO

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