sexta-feira, 25 de maio de 2012

hitória DA MOEDA

A ORIGEM DA MOEDA INTRODUÇÃO Muito se falou, se publicou, porém é sempre bom recordar... Por volta do século VIII a.C., as tribos gregas já conquistavam as ilhas do mar Egeu, Grécia continental e territórios que se espalhavam da Sicília à Ásia, da Costa Africana até o Mar Negro. O povo grego, chamado de Helenos, nesta época já dominava a agricultura, fundiam ferro, esculpiam o bronze, navegavam com segurança pelo Mediterrâneo e estabeleciam um crescente comércio. As comunidades primordiais transformaram-se em unidades sócio-economicamente mais "maduras", desenvolvendo as "cidades-estados" independentes, ficando unidas pela língua, escrita e pelos mesmos deuses, catalisando o nascimento da civilização grega. Nos tempos remotos, para realizar troca de valores, era usual a utilização de lingotes de bronze ou barras de ferro. Como sabemos de Homero, lá pelo século IX a.C., pesos de prata facilitavam a troca valores. Mas essa logística comercial exigia um sistema monetário mais apropriado, que facilitasse os negócios, os pagamentos oficiais, a cobrança de impostos e limitasse as medições repetitivas dos pesos dos metais preciosos. A ação conjunta dessas circunstâncias condicionou o surgimento de um disco de metal precioso, com desenho próprio e com peso determinado -isso culminou com a criação da moeda cunhada, como a conhecemos até os dias atuais. Atribui-se aos reis lídios, a invenção da cunhagem de moedas. Lídia, situada na Ásia Menor, era uma cidade-estado próspera no início do séc. VI a.C. O rio Hermos possuía muitos atributos, um dos quais era o alto teor de ouro e prata em seu leito, oferecendo uma liga natural denominada elektron. O elektron foi o primeiro metal a ser usado com finalidade de cunhar moedas. A pele de carneiro foi utilizada para filtrar a água do rio e reter os grãos de ouro e prata, era conhecido como "ouro pálido". Esse processo arcaico, esquecido posteriormente, deu origem à lenda dos argonautas, que viajavam pelo Mediterrâneo para encontrarem o "Tosão de Ouro" - do carneiro. Os nomes dos primeiros gravadores de moedas são desconhecidos, perderam-se no tempo, mas evidências arqueológicas confirmaram o nome do rei Aliates, da Lídia - que governou entre 610 a 561 a.C. - como a primeira autoridade a emitir moedas com monograma, representando o governo de um estado. A CUNHAGEM MANUAL A técnica de cunhagem, a partir do séc. VII até o séc. V a.C. - em princípio - ficou inalterada. Um disco de metal aquecido até aproximadamente 800 °C, fixado na bigorna, foi submetido a duas impressões diferentes. A face do disco que recebeu a impressão principal (embutido na bigorna) chamava-se anverso. O cunho móvel bateu a face do reverso. As cunhagens dos séc. VII e V a.C. apresentavam uma marca típica no reverso -denominada "quadrado incuso". O valor extrínseco da moeda dependia da proporção de conteúdo ouro e prata. Por causa dessa incerteza em relação ao valor real da moeda de elektron, o rei Croesus, último rei das Lídia (561-548 a.C.), estabeleceu a primeira cunhagem bimetálica, desenvolvendo uma cunhagem separada em ouro e prata. O abandono total do elektron demorou mais de um século, uma vez que algumas cidades na Ásia Menor, como Cyzicus e Mytilene mantiveram a moeda em elektron, até o fim do séc. V a.C. É provável que a criação da moeda foi idealizada para realizar os pagamentos oficiais do Estado. Um mercenário, no séc. VI a.C., ganhava por mês cerca de 1 stater (moeda de elektron, com peso aproximado de 14/16 gr.). O valor de equivalência da moeda cunhada em ouro e prata não correspondia às necessidades dos pequenos negócios da vida cotidiana. Para resolver esse impasse e proporcionar maior flexibilidade ao sistema monetário, no séc. V a.C., iniciaram-se as primeiras emissões de moedas em bronze. Até o fim do séc. VI a.C., a cunhagem de moedas difundiu-se pelas cidades gregas, ao longo de toda a costa do mediterrâneo, como um veículo de propagar a influência da Cultura Grega. As moedas passaram a promover, suas tradições, lendas, sua fauna, flora e, principalmente, seus deuses. De modo geral, a cunhagem de moeda significava a liberdade da cidade-estado, o que era o eixo principal do pensamento grego. Se levarmos em consideração que mais de 1.400 cidades emitiram as suas próprias moedas, e que um cunho "agüentava" até 40 mil marteladas, aí podemos entender a generosidade que o mundo grego ofereceu à Numismática. O APOGEU DA ARTE MONETÁRIA Por volta do séc. V a.C., a técnica de cunhagem atingiu o mais alto grau de perfeição. Os artistas gregos passaram a se superar e criaram as mais belas moedas de todos os tempos. Se considerarmos que nessa época as lentes de aumento não haviam sido inventadas, podemos supor que os grandes mestres perdiam sua capacidade de visão rapidamente. Os artistas utilizavam diversas técnicas para desenvolverem as suas criações. Uma delas era a de utilizarem gotas d'água para ampliar a imagem de seu desenho. O grau de perfeição atingido nesse período jamais foi superado. Compara-se com as obras renascentistas dos grandes mestres da pintura e da escultura, porém, nunca conseguiram reproduzir tamanha majestade em moedas, como fizeram os gregos. Ninguém tem dúvida quanto à contribuição que o mundo grego trouxe á humanidade. Em todas as áreas da ciência, os avanços tecnológicos e socioculturais foram impulsionados de tal forma que ainda hoje são motivos de estudos e desenvolvimentos científicos. Nunca houve, em nenhum momento da história, uma concentração tão grande de gênios e estudiosos em tão curto espaço de tempo e conduzidos por uma só civilização. As cidades-estados dos helenos conseguiram a façanha de mostrar à humanidade que isso era possível. A tecnologia demonstrada na fabricação de navios e na construção de templos e palácios é impressionante. As estratégias militares, até hoje, são estudadas, imitadas e aplicadas, ora nas guerras, ora na administração de empresas. O próprio Maquiavel, no século XVI, aplicava toda a sabedoria dos gregos na condução de suas estratégias para influenciar as decisões no governo da Itália. Nas artes, na filosofia, na sociologia, na política, na astronomia, na agricultura, na matemática, na história e ... muito mais, os gregos nunca foram superados. A NUMISMÁTICA CLÁSSICA Na cunhagem de moedas, não foi diferente. Tanto é que a "Coleção de Moedas Gregas" é conhecida como "Numismática Clássica". Para se colecionar moedas gregas não é necessário possuir uma grande quantidade de peças. Basta algumas! E olha que por detrás de cada peça, tem muita história para se contar. Mas, como todo numismata está "infectado" por um vírus que provoca uma sensação de insatisfação permanente com as moedas que possui, a busca de novas moedas, cada vez mais belas e raras, torna a coleção de moedas gregas um conjunto de tudo o que houve de melhor da civilização grega e acessível a meros mortais, como nós, que buscam um pequeno espaço nos mitos e histórias da antiga Grécia. Quando se fala em Coleção de Moedas Gregas, o primeiro questionamento que nos vem é: Quanto custam? São caras?. Na verdade, as moedas gregas não são muito diferentes, no seu valor, de qualquer outra moeda brasileira ou estrangeira. Estão por toda a parte; porém, é preciso cautela, oportunidade, conhecimento e bom senso para fazer "um bom negócio". O período compreendido entre os séculos V e I a.C. produziu as mais belas moedas de todos os tempos. A grande concorrência dos monarcas, em difundirem seu feitos e obras, resultou na mais completa galeria de dinastias. Divindades, personificações foram estampadas em pequenos discos para toda eternidade. Templos e palácios foram propagados pelo mundo como se fossem propagandas turísticas. Animais desconhecidos foram amplamente divulgados por todas as regiões com finalidade cultural e até comercial. Troféus e invasões foram temas de centenas de moedas com o objetivo de propagar o poder e os domínios territoriais de seus governantes. Sem dúvida alguma, a moeda foi o principal veículo de propaganda que perpetuou centenas de ilustres "desconhecidos". Os mais famosos, entretanto, utilizaram as moedas, não só como propaganda, mas como "meio de troca" para ampliarem seus domínios e seu poder. O maior e mais bem sucedido monarca a se utilizar da moeda como meio de propaganda foi, sem dúvida, Alexandre III, o Grande. O primeiro governante a perpetuar sua face em uma moeda, Alexandre, na verdade utilizou-se da imagem de Héracles(ou Hércules) no anverso de suas moedas e, no reverso, a imagem entronizada de Zeus. Muitos monarcas utilizaram esse artifício, pois, imaginavam que ao se identificarem com a imagem de um Deus, teriam mais poder e longevidade para o império. A Coleção Clássica pode ser abordada de acordo com temática preferida pelo numismata, como exemplo: - Cidades-Estados; - Reis, Imperadores e Governantes; - Imperatrizes, Familiares e Militares; - Penteados e Vestimentas; - Divindades, Personificações e Heróis da Mitologia; - Fauna e Flora; - Animais Mitológicos; - Veículos (Navios, Embarcações e Carruagens); - Templos, Palácios e Fortificações; - Artefatos Bélicos, Armas e Utensílios Domésticos; - Símbolos e Instrumentos Médicos e Religiosos; - Astronomia; - Tipos de Alfabetos; - Metais; - Geral. A grande importância da Numismática Clássica é a preservação da história contida em cada uma das moedas e a formação de uma base cultural que perpetue a magnífica e incomensurável sabedoria do mundo grego, que de forma simples, contudo complexa, se resume na base do conhecimento de toda a humanidade. -------------------------------------------------------------------------------- copyright autor do texto

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