domingo, 6 de maio de 2012

JÚLIO DE MESQUITA

Pró-Memória de Campinas-SP Preservação da memória histórica de Campinas, SP, Brasil; pela catalogação ordenada de sua História, fotos, documentos antigos e de tudo aquilo que possa ajudar na preservação desta. Espaço aberto à todos que têm interesse no assunto e está em constante atualização. Aberto à receber material via internet ou por correio para aumentar minha biblioteca, hemeroteca e fototeca sobre o assunto. (jmfantinatti@hotmail.com) 4 de fevereiro de 2008Personagem: Júlio Mesquita Júlio César Ferreira de Mesquita, nasceu em Campinas, em 18 de agosto de 1862, filho de pai e mãe portugueses. O seu batistério registra o nascimento do fundador deste ramo brasileiro de Mesquitas e do jornalista que deu timbre ao “O Estado de S. Paulo”: “Júlio: aos vinte e dois dias do mes de septembro de mil e oitocentos e sessenta e dois, na Matriz desta cidade de Campinas, o Reverendo Coadjutor Sabato Antonio de Luca baptisou e poz os Santos oleos a Julio, de trinta dias, filho de Francisco Ferreira Mesquita e d. Maria da Conceição Ferreira Mesquita. Foram padrinhos Antonio Julio Ferreira Mesquita e Maria Ferreira Mesquita” (Livro 09, do Registro de Batizados da Catedral, folha 87 v-88). Há também um mistério neste batizado, pois foi descoberto por Mário Pires, outro batistério de Júlio de Mesquita, afirmando que o mesmo teria se batizado um ano antes, em Santa Bárbara. O pesquisador campineiro sugere duas hipóteses para tal fato. Este registro anterior teria sido forjado para se matricular na Faculdade de Direito, antes da idade requerida, ou, transcrevendo textualmente outra conjectura: “…Os Mesquitas seriam de origem israelita, ou cristãos novos. A ser verdadeira a alegação, talvez pudesse explicar em parte o mistério dos dois registros, com elementos da família interessados em despistar ou encobrir a verdade dos fatos, a fim de não encontrarem resistências no meio social onde viviam” A única aproximação conhecida de Júlio de Mesquita e o Judaísmo, foi a “leitura assídua da História do Povo de Israel”- como lembrou o filho, herdeiro e consagrador do nome, que “seria decisiva para a formação de sua personalidade cultural”. Com a idade de 3 anos foi para Portugal com seus pais, onde fez os primeiros estudos. Regressando, estudou em Campinas, nos colégios Morton e Culto à Ciência. Estreou nas letras com o conto “Um lindo Natal”, publicado no “Almanaque Popular” de Campinas, em 1877. Foi apoiado por sua família em seus estudos. Formou-se pela escola do Largo de São Francisco em Direito, em 1883. O certo é que Júlio de Mesquita casou-se com uma jovem pertencente ao patriciado cafeicultor paulista, Lucila de Cerqueira César, filha do senador José Alves de Cerqueira César (S. Paulo, 1835 - S. Paulo, 1911), vice-governador do estado bandeirante, e de Maria do Carmo Salles, irmã de Manuel Ferraz de Campos Salles, presidente da República, tetraneta de Francisco Barreto Leme, o fundador de Campinas. O casal Júlio César e Lucila teve doze filhos: Ester, Rachel, Rute, Maria, Júlio, Francisco, Sara, Judite, Lia, José, Suzana e Alfredo Mesquita. Deixou a carreira de advogado tomado por uma intensa paixão: o jornalismo e a política. A trajetória política deu início quando foi eleito vereador em Campinas, seguido pelo cargo de secretário do primeiro governo provisório republicano de São Paulo. Foi deputado à Constituinte paulista, senador estadual e deputado federal. Mesquita gerenciou o jornal A Província que, outrora fora fundado por adeptos do partido Republicano Paulista. O impresso tinha uma edição de quatro mil exemplares. Porém, não era conhecido fora do território paulista. Nas mãos de Mesquita, o órgão ganhou importância nacional, sendo conhecido também pelo maior parque gráfico. Júlio de Mesquita assumiu em 1891 a direção de “O Estado de São Paulo”, dando início a dinastia que hoje controla o jornal e também a empresa. No ano de sua morte, 1927, aos 65 anos de idade, o jornal sobrepujava os 60 mil exemplares diários. Mesquita julgou prudente, romper relações com o governo Campos Salles - parente de sua esposa, Lucila Cerqueira César. A decisão desagradou os acionistas do jornal. Investiu na compra de suas participações e passou a ser "publisher" do veículo. Orgulhava-se, pois, agora o jornal seria como sempre sonhara: livre, sem qualquer vinculo partidário. E mais do que nunca, democrático. Nas páginas do Estadão vinculavam seus ideais. Apresentou a todos os leitores os vícios da "política dos governadores", repreendeu o caudilhismo, era a favor do voto livre e apontou a instrução pública como único meio pelo qual a democracia poderia ser consolidada. Integrou-se a campanha civilista de Ruy Barbosa, "devoto" de Olavo Bilac, apontou os erros contidos nas oligarquias. Com grande exaltação foram propagados nacionalmente seus comentários políticos. Em 1924, durante a revolução, Mesquita foi preso e a circulação do jornal suspensa. Em 1902, era editor da série de reportagens de Euclides da Cunha sobre a Guerra de Canudos, que traria a grande obra Os Sertões, "best-seller" da literatura brasileira. Problemas pulmonares o levaram ao afastamento de suas atividades. Vindo a falecer em São Paulo, à 15 de março de 1927. Seu nome é uma das principais avenidas do Bairro Cambuí. Tendo ao longo da mesma um monumento em sua homenagem. Postado por J.M.Fantinatti às 2/04/2008 12:57:00 PM Seção: Personagem 0 comentários: Postar um comentário Postagem mais recente Postagem mais antiga Início Assinar: Postar comentários (Atom) Seções no Blog Curiosidades (445) Descaso com a História (30) Efeméride (285) História Agradece (182) Livros x História de Campinas (72) Memória Escrita (81) Memória Fotográfica (362) Monumento (45) Ontem e Hoje (129) Personagem (385) Seguidores Arquivo do blog ► 2012 (18) ► Maio (1) Curiosidades: Ayrton Senna da Silva em Campinas ► Abril (9) Curiosidades: Revista A Cigarra de 15 de janeiro d... Curiosidades: Dia do Goleiro Personagem: Adelaide Sacchi Orlando Curiosidades: Casa de Portugal de Campinas - Infor... Curiosidades: Sucursal do jornal O Estado de São P... Efeméride: Escola Culto à Ciência - 139 anos em 13... Curiosidades: Bancos do Bosque dos Jequitibás cont... 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Dentro e como resultado desta; um dos grandes benefícios para a comunidade em geral foi o lançamento de minha autoria de dois livros em 1988 pela McGraw-Hill Editora (Makron Books na atualidade); sendo um denominado Segurança em Informática e o outro Auditoria em Informática, voltados basicamente para grandes computadores. O interesse pela História de Campinas, minha cidade natal, vem desde a infância quando meu interesse inicial era pela preservação dos monumentos históricos. Com o passar dos anos aclarou-se meu interesse pela História e a preservação desta junto a minha cidade natal. Visualizar meu perfil completo Participe da Corrente Pontepretana (Time de futebol Ponte Preta de Campinas) Assinar corrente_pontepretana Desenvolvido por br.groups.yahoo.com 20 Anos de Lançamentos de Livros 20 Anos de Lançamentos de Livros Clique aqui e veja a comemoração Modelo Watermark. Imagens de modelo por Jason Morrow. Tecnologia do Blogger. COPYRIGHT J. . FANTINATI

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