sexta-feira, 25 de maio de 2012

RUPERT MNURDOCH

Diário do Centro do Mundo"Minha Tribo" "Novo Tempo" cultura economia esporte ética Geral história internet Jornalismo Londres memórias música Oriente Médio política religião Sem categoria viagem vida moderna Posts Tagged ‘Rupert Murdoch’ Roberto Civita não é Murdoch12th maio 2012 written by Paulo Nogueira Roberto Civita Roberto Civita não é Murdoch, como escreveu em sua capa a revista Carta Capital. Mino Carta, assinalou corretamente Alberto Dines, fez vendetta, e não jornalismo. Mino jamais superou sua saída da Veja, que ele montou em 1968 e fez andar com talento, brilho e alguns tropeços até o final dos anos 1970. Divergências com a família Civita levaram à saída de Mino, e desse episódio ele guardou um ódio insuperável. A única coisa claramente comum entre Civita e Murdoch é a ideologia conservadora, a fé absoluta em que o mercado salva e o Estado mata se intervier. Mas as diferenças são enormes. Primeiro, Roberto Civita, ao contrário de Murdoch, jamais manteve relações comprometedoramente próximas com os governantes. No Brasil, quem fez isso foi Roberto Marinho, este sim extremamente parecido, nos métodos, com Murdoch. Murdoch e Marinho utilizaram a proximidade com o poder para barganhar, na sombra, vantagens para seus negócios. Este traço é vital para entender por que a Globo ganhou uma concessão de televisão que a fez mudar de patamar como corporação e a Abril não. Também são completamente diferentes na forma de tocar um negócio. Murdoch ajudou a criar uma cultura de vale tudo em sua organização. Recentemente, a BBC mostrou que a BSkyB, a tv por assinatura de Murdoch no Reino Unido, virtualmente eliminou um concorrente ao contratar hackers que tornaram fácil ao público ver a programação sem pagar. Essa cultura conduziu o tablóide de Murdoch News of the World ao escândalo das violações de caixas postais de celulares. É um episódio que Murdoch admite ter provocado um “estrago” em sua reputação — e que pode comprometer seriamente o futuro de sua News Corp, uma das maiores empresas de mídia do mundo. A Editora Abril é conhecida pelos elevados padrões éticos em sua administração. Quando quase todas as empresas de mídia – da Globo à Folha – começaram a adotar a entratégia de transformar funcionários mais bem pagos em pessoas jurídicas para pagar menos impostos, a Abril recusou essa saída moralmente indefensável. Este é apenas um exemplo entre muitos de que fui testemunha pessoal em meus 25 anos de Abril. No Brasil, foi a Abril que trouxe o conceito americano de separação entre Igreja (jornalismo) e Estado (administração). Isso fez a Abril ser guiada pelo conteúdo. Na Globo, ao contrário, á a área comercial que tem o comando. Isso se vê na bizarrice de você não poder dizer o nome de empresas no Jornal Nacional mesmo quando se trata de puro jornalismo porque isso poderia significar “propaganda” não paga. Uma vez, presenciei uma discussão patética no Conselho Editorial da Globo sobre como fazer para, numa transmissão de futebol, se referir a um time gaúcho que tinha o nome da faculdade que o comprara. Coisas assim seriam inconcebíveis na Abril. Lembro que uma vez, pouco antes de eu sair da empresa, fiz uma pergunta a Roberto Civita num almoço. Eu queria saber por que, diante de uma mesma situação, dívidas asfixiantes, a Abril tomara um caminho e a Globo outro. A Abril foi ao limite dos sacrifícios para honrar as contas. A Globo preferiu parar de pagar para forçar os credores a renegociar condições mais amenas. “Cresci vendo meu pai pagar todas as contas”, respondeu Civita depois de suspirar longamente. Esse episódio, para mim, simboliza o espírito da Abril, primeiro sob o fundador Victor Civita e depois com seu filho e sucessor Roberto. E então chegamos ao caso específico das denúncias passadas à Veja por um contraventor. Logo aprendemos nas redações que muitas vezes as melhores informações são dadas pelas piores pessoas. O público se beneficia com a publicação de furos dados por pessoas de baixa estatura moral? Se sim, o editor em geral tapa o nariz e vai adiante. Parece claro, além disso, que a revista não tinha conhecimento da folha corrida de Carlinhos Cachoeira quando publicou denúncias originárias dele. A discussão mais proveitosa sobre o que Cachoeira passou à Veja gira em torno do interesse público. Se o que foi publicado com base em informações de Cachoeira atendeu ao interesse público, a situação é uma. Se não, é outra. Sair desse campo objetivo de avaliação é um erro. Como jornalista e como leitor, finalmente, acho que a Veja foi dura demais com Lula, principalmente no primeiro mandato. O colunista Diego Mainardi várias vezes ultrapassou os limites do bom senso, bem como Reinaldo de Azevedo em seu blogue movido a ódio e não a idéias. Na minha interpretação pessoal, a Veja imaginou estar diante de um novo Collor – uma percepção que se acentuaria com o caso do Mensalão. Certa ou errada, e fico, repito, com a segunda alternativa, a posição da Veja diante de Lula foi puramente editorial. É importante não esquecer isso. A revista demorou a perceber que Lula não é Collor. Mas de novo: a cobertura dura da administração Lula não trouve vantagens à Abril. Não aumentou – longe disso — os anúncios de estatais e nem a venda de livros educativos para o governo federal. Assim como Lula não é Collor, Roberto Civita não é Murdoch. Se fosse, a presidenta Dilma não teria recebido há pouco uma equipe da Veja para uma entrevista de capa. E nem a Editora Abril seria o que é – uma referência em limpidez ética na administração e uma casa que provoca orgulho em seus funcionários, entre os quais me orgulho de ter figurado por tantos anos. Tags: Carlinhos Cachoeira, Diogo Mainardi, Globo, Reinaldo Azevedo, Roberto Civita, Roberto Marinho, Rupert Murdoch, Veja 741358 Commentshttp%3A%2F%2Fwww.diariodocentrodomundo.com.br%2F%3Fp%3D7413Roberto+Civita+n%C3%A3o+%C3%A9+Murdoch2012-05-12+13%3A13%3A21Paulo+Nogueirahttp%3A%2F%2Fwww.diariodocentrodomundo.com.br%2F%3Fp%3D7413 Jornalismo, política Vidas Paralelas: Rupert Murdoch e Roberto Marinho27th abril 2012 written by Paulo Nogueira Murdoch com a mulher Wendi Rupert Murdoch e Roberto Marinho têm muito mais que as iniciais em comum. Ambos perderam o pai cedo, uma tragédia pessoal que, paradoxalmente, acabou por empurrá-los vigorosamente na indústria da mídia. Os dois herdaram, jovens ainda, um jornal, Murdoch em sua Sidney, na Austrália, Marinho no Rio de Janeiro. Isso foi determinante para estabelecer nos dois um amor invencível pelos jornais. Mesmo quando já tinham construído, cada qual do seu jeito, um império de mídia diversificado, o jornal continuaria no centro da atenção dos dois. A língua foi determinante para estabelecer a maior diferença. O inglês facilitou a Murdoch montar um grupo mundial: da Austrália foi para a Inglaterra, nos anos 1960, e acabaria depois incluindo espetacularmente os Estados Unidos no mapa de seus negócios. Sua News Corp, baseada em Nova York, onde Murdoch mora, é dona de marcas como a Fox e o Wall Street Journal. Roberto Marinho, até por não falar inglês, ficou essencialmente restrito ao Brasil até morrer, em 2003, aos 98 anos. Por isso a influência de Murdoch – ainda vivo e ativo, aos 81 anos — é global, e a de Marinho foi nacional. Como típicos barões da imprensa, deixaram sempre evidente que a voz de seus jornais e demais mídias era a deles e de mais ninguém. “Se alguém quer saber minhas opiniões, basta ler os editoriais do Sun”, diz Murdoch. Sun é seu tablóide londrino, um campeão de vendas e de controvérsias. Marinho não disse isso, mas nem precisava: estava patente. Cercaram-se de jornalistas que sabiam que jamais deveriam brilhar tanto a ponto de ofuscar o dono. Quando Murdoch comprou o lendário Times na década de 1960, um passo essencial no seu ganho de poder na Inglaterra, sabia-se que os dias do grande editor Harold Evans no jornal estavam contados. O editor Evandro Carlos de Andrade, que dirigiu o Globo por longos anos e depois o telejornalismo do grupo, fez questão desde o início de deixar claro a Roberto Marinho que era “papista”. Fazia o que o Papa mandava. Muito mais que o talento, foi esse traço de pragmática servilidade que explicou a duração da carreira de Evandro nas Organizações Globo. Murdoch e Marinho sempre disseram ter em vista, acima de tudo, o interesse público. Mas jamais deixaram de ser objeto de suspeita de que, fora da retórica, colocaram invariavelmente seu interesse pessoal acima de quaisquer outros. Por isso acabaram sendo amplamente detestados pela opinião pública que eles, paradoxalmente, tentaram moldar com sua mídia. Em torno deles se construiu a imagem – exagerada — de homens capazes de fazer ou destruir governos. Ninguém acreditou mais nisso que os politicos no Brasil e na Inglaterra, e por isso adularam Murdoch e Marinho para além da abjeção. Buscavam sempre apoio, o que às vezes receberam – acompanhado, quase sempre, de uma merecida dose de desprezo. No código de etiqueta e de poder de Murdoch e Marinho, competiu sempre aos políticos ir atrás deles, e não o inverso. Roberto Marinho Lutaram, como todos os barões da imprensa, por estabelecer uma dinastia. As chances de êxito de Murdoch, nisso, são pequenas. Três filhos seus – uma mulher e dois homens – já estiveram na condição de herdeiros aparentes. O último deles, James, 39 anos, renunciou a seu posto depois que sua reputação foi destruída no escândalo das escutas ilegais telefônica de um tablóide do grupo, o News of the World. Murdoch tem dois filhos pequenos de Wendi, sua bonita mulher chinesa, mas é difícil imaginar que Murdoch vá estar vivo quando os dois estiverem em condições de tocar uma empresa. Roberto Marinho teve mais sorte aí. Seus três filhos, Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto, conseguiram até aqui manter o vigor – econômico, pelo menos — da Globo. São discretos, têm noção de suas limitações e, juntos, estabeleceram uma maneira de trabalhar em conjunto com a qual a Globo se manteve competitiva sem Roberto Marinho. Diferentemente do pai, parecem menos interessados em influenciar presidentes e mais focados no negócio em si. Não inovaram, mas já mostraram entender que o futuro é digital e saber que, se a Globo não transferir sua potência para a internet, o declínio é inevitável. Todos os três estão na faixa dos 50 anos, o que significa que a Globo não enfrentará tão cedo um novo teste de troca de geração. O que os três irmãos não conseguiram foi desfazer a imagem negativa da Globo perante a opinião pública qualificada. A Globo é vista — menos que antes, é certo –, mas está longe de ser admirada pelos formadores de opinião. Pessoalmente, Murdoch e Marinho compartilharam uma vaidade que os fez claramente ficar incomodados com algumas características físicas. Murdoch durante boa parte da vida tentou esconder a calvície com um penteado em que fios longos eram estrategicamente dispostos de um lado ao outro da cabeça. Apenas recentemente desistiu do expediente. Roberto Marinho não se orgulhava de sua estatura, ampliada por saltos, e de sua tez mulata, na qual passava pó de arroz. Em suas vidas paralelas, Murdoch e Marinho dividiram, acima de tudo, o amor pelo poder, pela influência, pela manipulação – por todas aquelas coisas, enfim, advindas da propriedade de um império de mídia. Tags: Globo, James Murdoch, João Roberto Marinho, José Roberto Marinho, News Corp, Roberto Irineu Marinho, Roberto Marinho, Rupert Murdoch 73273 Commentshttp%3A%2F%2Fwww.diariodocentrodomundo.com.br%2F%3Fp%3D7327Vidas+Paralelas%3A+Rupert+Murdoch+e+Roberto+Marinho2012-04-27+10%3A37%3A09Paulo+Nogueirahttp%3A%2F%2Fwww.diariodocentrodomundo.com.br%2F%3Fp%3D7327 Jornalismo, política Os policiais e as jornalistas6th janeiro 2012 written by Paulo Nogueira A antiga rainha dos tablóides As jornalistas não costumam ser exatamente pudicas. São, em geral, libertárias sexualmente. Isso é fato, e não há aí qualquer julgamento moral. Não vejo nisso nem virtude e nem defeito, apenas uma característica que resulta da cultura sem preconceitos das redações. Não são poucas as jornalistas que flertam e seduzem para conseguir um furo. Escrevi aqui, recentemente, sobre a fotógrafa Margaret Bourke-White, uma das estrelas da Life nas décadas de 1930 e 1940. Bonita, charmosa, ambiciosa, Margaret fez fotos sensacionais na Europa, durante a Segunda Guerra Mundial. Programas com generais poderosos americanos abriam a ela portas fechadas para outros fotógrafos sem “seu equipamento”, como notou num telex célebre um colega de quem o diretor de redação da Life cobrava fotos de guerra tão boas quanto as de Margaret. Todo mundo sabe do que as jornalistas são capazes. Ou melhor. Quase. A polícia metropolitana de Londres, aparentemente, ignorava. É o que sugere um documento que acaba de ser distribuído aos policiais londrinos. O objetivo é instruí-los sobre como lidar com a mídia, genericamente – e com as jornalistas mulheres, especificamente. Por trás disso está o desgaste da polícia londrina no escândalo das escutas telefônicas ilegais do tablóide News of the World, o NoW, do magnata australiano da mídia Rupert Murdoch. Policiais apareceram no noticiário em situação desconfortável, por conta de propinas que facilitaram o trabalho do NoW. No documento, recomenda-se tomar cuidado com “flertes” de mulheres jornalistas, sobretudo quando o cenário é um lugar em que haja álcool. Bebida, é lembrado à tropa, faz você falar mais do que deve. No centro do escândalo das escutas está a jornalista Rebekah Brooks, a ex-rainha dos tablóides, uma ruiva de cabelos de beleza selvagem e olhos que parecem duas bolinhas de gude claras. Ela era editora do NoW no apogeu das violações telefônicas, e depois subira a um alto cargo executivo no grupo de Murdoch. (Ele aparentava ser louco por ela, como gritam as fotos em que ambos estão juntos.) Brooks, que acabou perdendo o emprego, está numa reportagem da edição em curso da Vanity Fair como uma mulher que parece querer sexo com você no primeiro encontro, uma mestra na arte da sedução. Esse talento, mais que qualquer outra coisa, a teria levado ao topo da corporação de Murdoch, segundo o artigo da Vanity Fair, escrito por uma mulher. Bem, considero a ação da polícia londrina um triunfo da esperança. É preciso muito mais que um documento frio para evitar que homens sucumbam à graça calculada e imensa de mulheres dispostas a tirar proveito profissional da patética, eterna, gigantesca, incorrigível fraqueza masculina. Tags: Margaret Bourke-White, News Of The World., Polícia de Londres, Rebekah Brooks, Rupert Murdoch 65432 Commentshttp%3A%2F%2Fwww.diariodocentrodomundo.com.br%2F%3Fp%3D6543Os+policiais+e+as+jornalistas2012-01-06+20%3A38%3A06Paulo+Nogueirahttp%3A%2F%2Fwww.diariodocentrodomundo.com.br%2F%3Fp%3D6543 Jornalismo, Londres E eis quem chega ao twitter4th janeiro 2012 written by Paulo Nogueira Charlotte E então Rupert Murdoch, o controvertido magnata ultraconservador das notícias, chacoalha a mídia britânica mais uma vez, depois do escândalo das escutas ilegais telefônicas que levaram seu tablóide News of the World a uma morte súbita e desonrosa aos 168 anos de existência. Ele aderiu, octogenário, ao twitter. Imagino que concorra ao título de tuiteiro mais velho do mundo. É uma conta verificada. É ele mesmo. Em poucos dias, Murdoch já tinha acumulado cerca de 150 000 seguidores. Um assessor fez questão de dizer que é ele mesmo quem mexe em sua conta, ao contrário de gente como Obama, que tem empregados para escrever por ele. O twitter de Murdoch reflete sua alma calculista e interesseira. Primeiro, a adesão tardia veio pouco depois que um empresário árabe comprou uma fatia do Twitter. Não um homem de negócios qualquer, mas o segundo maior acionista da News Corp de Murdoch, atrás apenas do próprio Murdoch. Depois, os tuítes são, basicamente, uma propaganda. Murdoch se disse orgulhoso do filme “Compramos um Zoológico”, de sua Fox Films. Chamou para uma “excelente matéria” do seu jornal feito especialmente para o iPad, o Daily. Coisas assim. Tenho acompanhado de perto o escândalo do News of the World. Na investigação que o governo mandou fazer, surgiram depoimentos que contam histórias nada edificantes. Mas um caso particularmente me chamou a atenção pela bizarrice. Uma jovem cantora, Charlotte Church, foi contratada para cantar na festa de casamento de Murdoch. Ela contou que foi procurada pouco antes do casamento por alguém da News Corp com uma proposta: abrir mão do cachê de cerca de 250 000 reais em troca de cobertura simpática dos jornais de Murdoch. Seus agentes, disse ela, a convenceram a aceitar. Um bilionário como ele precisaria disso? Ou ele ficou bilionário exatamente por ser assim? Ainda que pessoalmente ele não soubesse da oferta indecente: quem a autorizou sabe que esse tipo de coisa não é estranho à cultura da News Corp. Não. Não vou seguir Murdoch no twitter. Não fosse por tudo que escrevi acima, ele escreve mal. Tags: Charlotte Church, News Corporation, News Of The World., Rupert Murdoch, Twitter 65352 Commentshttp%3A%2F%2Fwww.diariodocentrodomundo.com.br%2F%3Fp%3D6535E+eis+quem+chega+ao+twitter2012-01-04+22%3A03%3A07Paulo+Nogueirahttp%3A%2F%2Fwww.diariodocentrodomundo.com.br%2F%3Fp%3D6535 internet, Jornalismo, política O culto à celebridade é fatal para o jornalismo30th novembro 2011 written by Paulo Nogueira Os tablóides ingleses Alguns dos maiores editores na história da mídia enxergavam nos jornais um papel inspirador. Os jornais elevariam as pessoas, as educariam, lhes mostrariam os melhores caminhos a seguir. Com isso, uma sociedade melhor derivaria das páginas escritas pelos jornalistas. Não apenas editores tinham essa visão. Numa viagem aos Estados Unidos, em meados do século 19, Dickens ficou desapontado com o que viu, e registrou isso num livro chamado “Anotações Americanas”. Os americanos costumavam cuspir no chão, para desagrado de Dickens. Ele também se queixou das restrições à liberdade de expressão. Ele não podia falar nem de direitos autorais internacionais – seus livros eram publicados nos Estados Unidos sem que lhe pagassem nada – e muito menos de escravidão. A situação dos Estados Unidos, escreveu Dickens, só mudaria se os jornais americanos puxassem para cima o público. O maior editor da Inglaterra da era vitoriana, William T. Stead, acreditava que os editores eram muito melhores que qualquer governo para iiluminar um país. Os editores tinham como missão, segundo Stead, evitar que os políticos cometessem besteiras, ou corrigi-las. Onde foi que tudo isso se perdeu? A Inglaterra assiste, horrorizada, à investigação sobre os métodos utilizados pelo falecido tablóide News of the World para buscar furos. Basicamente, o jornal invadia criminosamente as caixas postais de milhares de pessoas – sobretudo celebridades. Aí está a resposta para a pergunta que fiz acima. Quando a imprensa começou a ficar obcecada pelas celebridades, aí ela se perdeu. O que se viu foi o oposto do que pregava Stead. Em vez de educar as pessoas, os jornais passaram a deseducá-las. Um espaço absurdo começou a ser dado a fofocas. E depois surgiu uma indústria de mídia totalmente dedicada às fofocas. Há dois caminhos para a mídia. Um é o de Stead: educar o público, combater as mazelas da sociedade. Foi o jornal de Stead, o Pall Mall Gazette, que trouxe à luz na Inglaterra de pouco mais de um século atrás o drama da prostituição infantil. A legislação inglesa mudou com isso. O segundo caminho é o dos tablóides ingleses e de uma forma geral de todas as publicações dedicadas às celebridades: deseducar a sociedade com um conteúdo que apenas alimenta a ignorância. O caso News of the World mostra que na Inglaterra a alternativa dois triunfou. Mudar de caminho exige um esforço de proporções épicas, e de resultados incertos. O drama da mídia inglesa é um alerta para todos nós, jornalistas. É hora de olhar para o espelho e ver quanto cedemos também à ruinosa e desprezível obsessão por fofocas sobre celebridades. Tags: News Corporation, News Of The World., Rupert Murdoch, tablóides londrinos, William T. Stead 63809 Commentshttp%3A%2F%2Fwww.diariodocentrodomundo.com.br%2F%3Fp%3D6380O+culto+%C3%A0+celebridade+%C3%A9+fatal+para+o+jornalismo2011-11-30+23%3A40%3A15Paulo+Nogueirahttp%3A%2F%2Fwww.diariodocentrodomundo.com.br%2F%3Fp%3D6380 cultura, Jornalismo, Londres Até onde o jornalista pode ir na busca de um furo?23rd novembro 2011 written by Paulo Nogueira Elle Macpherson: tiro na pessoa errada Como sairá o bilionário império de mídia de Rupert Murdoch do caso News of the World, o NoW? Sobreviverá? Se sim, como? De que tamanho? O buraco parece não chegar ao fim, agora que começou a investigação oficial das atividades criminais do jornal. Para lembrar: aos 168 anos de existência, com uma circulação de 2,6 milhões de exemplares, o NoW foi subitamente fechado por seu dono, Murdoch, na mesma semana em que emergiu a informação de que a redação do jornal invadiu a caixa postal de uma menina de 13 anos que estava desaparecida. Mensagens foram deletadas para que outras pudessem entrar – o que poderia gerar furos para o tablóide. Quando os pais da garota souberam disso, ficaram esperançosos de que ela estivesse viva. Não estava. A sociedade inglesa, ao tomar conhecimento do abismo ético a que o NoW chegara, se revoltou. O resto – a começar pelo fim súbito e espetacular do jornal – já é história. Agora a investigação a cada dia traz mais barbaridades à tona. Uma mulher que era agente da supermodelo Elle Macpherson foi vítima de uma bala perdida. O jornal estava monitorando a caixa postal de Elle. Quando começaram a ser publicados fatos da vida privada de Ellen, ela achou que sua agente estava vazando coisas para o NoW. Por dinheiro: os tablóides compram furos. Elle, segundo o relato da agente, atribuiu a deslealdade à bebida e instou-a a se internar numa clínica de reabilitação. Ela própria, Elle, tinha passado por uma delas. Para salvar o emprego, a agente se internou numa clínica. Na volta, foi despedida. Agora ela quer ser indenizada pelo jornal. Fatalmente será. Um caso semelhante aconteceu com a atriz Siena Miller. Ela depôs ontem. Sienna foi uma das pessoas que, antes que eclodisse o escândalo, fizeram um acordo extrajudicial com o NoW, pelo qual ela recebeu o equivalente a 300 000 reais. Sienna contou que certa vez foi publicada uma informação da qual, fora ela mesma, apenas quatro pessoas tinham ciência. A atriz reuniu o quarteto e disse que alguém ali a estava traindo. Ela se sentiu “terrivelmente mal” quando soube que ninguém fora desleal. Simplesmente o NoW estava bisbilhotando seu celular. O jornal, de acordo com cálculos preliminares, raqueou caixas postais de 4 000 pessoas, na busca insana e criminosa de furos. O dano à imagem , ainda que monumental, tende a não ser o maior problema para a News Corp, o conglomerado multinacional e multimídia de Murdoch. O dinheiro necessário para pagar todas as indenizações pode ser simplesmente letal. Muita gente torce para que isso aconteça. Há muito tempo não existia um barão da mídia tão universalmente detestado quanto Murdoch. Sei bem que as pessoas não gostam de nós, jornalistas. Acham que somos inconfiáveis, arrogantes, mentirosos — e muitas vezes estáo certas. Mas, perto de Murdoch, somos amados. A maior questão que emerge do caso NoW é: até onde o jornalista pode ir na busca de um furo. A resposta: longe — mas desde que não cometa um crime. O jornalista não está acima da lei. Tags: Elle Macpherson, News Corporation, News Of The World., Rupert Murdoch 63420 Commentshttp%3A%2F%2Fwww.diariodocentrodomundo.com.br%2F%3Fp%3D6342At%C3%A9+onde+o+jornalista+pode+ir+na+busca+de+um+furo%3F2011-11-23+19%3A20%3A39Paulo+Nogueirahttp%3A%2F%2Fwww.diariodocentrodomundo.com.br%2F%3Fp%3D6342 Jornalismo, Londres Murdoch e a Máfia10th novembro 2011 written by Paulo Nogueira Milly Dowler James Murdoch voltou hoje a ser interrogado por uma comissão de parlamentares incumbida de investigar o escândalo das escutas ilegais do falecido tablóide News of the World, o NoW. Murdoch é filho do controvertido Rupert Murdoch, dono da News Corporation, um império da mídia no qual reluzem marcas que vão da Fox News ao Wall Street Journal e ao Times de Londres. O NoW – aos 168 anos, mais de 2,5 milhões de circulação – fechou subitamente em julho depois que se soube que o jornal tinha invadido a caixa postal de uma garota desaparecida, Milly Dowler. Velhas mensagens foram removidas para que novas pudessem entrar e assim trazer novas informações sobre o caso. A informação de que a caixa postal fora movimentada deu esperanças à família de que a menina estivesse viva. Não estava. O caso comoveu a Inglaterra, e na mesma semana Rupert Murdoch saiu de sua base americana e se deslocou para Londres para cuidar do caso. Ele rapidamente anunciou o fim do jornal. Não foi apenas a caixa postal da garota assassinada que foi invadida. Milhares de outras – sobretudo de celebridades — também eram monitoradas, na busca insana e ilegal de furos. Mas foi o caso de Milly que mesmerizou os ingleses e os fizeram dizer basta para o NoW. O que levou James a uma nova sabatina, hoje, foram declarações partidas de gente graúda da empresa que contradiziam o que ele disse. Basicamente, numa frase que é um clássico em situações embaraçosas, ele dissera que não sabia de nada. Um ex-advogado da News International, o braço britânico do grupo, afirmou que James foi informado num email do que estava acontecendo. Alguém está mentindo. Quem? O momento mais excitante da sabatina foi quando um parlamentar trabalhista disse a James Murdoch que ele era o “primeiro chefe da Máfia a não saber nada sobre as atividades criminosas de sua organização”. Polidamente, James respondeu que não era uma afirmação “apropriada”. Bem, o ponto é que não restam escolhas a James. Ou ele compactuava com as atividades criminosas do jornal ou era incompetente por ignorá-las. Um presidente de empresa não tem que saber de tudo, mas de coisas que podem simplesmente liquidá-la ele tem que estar informado. Ou é, definitivamente, incompetente. Antes do escândalo das escutas, James era o herdeiro aparente do pai. Agora ele luta para não passar para a história da mídia, para usar as palavras duras ditas hoje no interrogatório, como o primeiro chefe da Máfia a não saber de nada. Tags: James Murdoch, Milly Dowler, News Corporation, News Of The World., Rupert Murdoch 62820 Commentshttp%3A%2F%2Fwww.diariodocentrodomundo.com.br%2F%3Fp%3D6282Murdoch+e+a+M%C3%A1fia2011-11-10+16%3A05%3A26Paulo+Nogueirahttp%3A%2F%2Fwww.diariodocentrodomundo.com.br%2F%3Fp%3D6282 cultura, Jornalismo, Londres, política O anátema das empresas que ficam grandes demais12th outubro 2011 written by Paulo Nogueira Queriam que eu assinasse um documento pelo qual me comprometia a não escrever sobre a Globo Reproduzi uma mensagem outro dia de um rapaz que narrava suas experiências na editora Globo. Ele contava que trabalhou todos os finais de semana e feriados do segundo semestre de um ano para cumprir exigências de prazo absurdas de seu chefe, Frederic Kachar. A jornada avançava pela madrugada, e a rotatividade era impressionante. Numa equipe de oito pessoas, 16 saídas num ano, contou o rapaz. Bem, o que aconteceu com o jovem? Saiu, evidentemente. E com o chefe dele? Foi promovido a diretor geral da editora. Às vezes me pergunto se os Marinhos têm noção do que acontece sob eles nas Organizações Globo. É um anátema das grandes corporações a perda de controle dos donos sobre o dia a dia da empresa – salvo quando existe uma cultura extraordinariamente forte. A Apple, aparentemente, tem. Não é o caso naturalmente da Globo. Na News Corp, de Murdoch, é altamente improvável que o dono soubesse que seu tablóide News of the World caçava furos de forma criminosa. A News Corp ficara já grande demais para Murdoch acompanhar as rotinas das redações. Deu no que deu. Murdoch estava numa complicação que pode custar o futuro de seu império. Depois de ter publicado o depoimento, me apareceu uma curiosidade. Pelo menos foram pagos os finais de semana e feriados trabalhados? E as horas extras? Perguntei. A resposta foi: não. Expedientes daquela natureza ajudariam depois a alcançar resultados que trariam bônus com os quais Fred compraria suas BMWs. Quando o rapaz saiu, fizeram-no assinar, além do mais, um documento no qual se comprometia a não processar a empresa. Não fiquei tão surpreso assim. Tive que empreender uma luta épica para receber os finais de semana trabalhados quando terminou meu contrato com a Globo para Londres. Tive que acionar o acionista João Roberto Marinho para que as coisas andassem. E queriam que eu assinasse um documento que me impedia de escrever sobre a Globo em troca de migalhas. Uma funcionária do escritório de Londres me deu um cartapácio que basicamente impunha meu silêncio. Pediu que eu levasse para casa e lesse calmamente. Devolvi na hora. Disse que não perderia meu tempo lendo uma coisa que eu jamais assinaria. É fácil compreender, vistas as circunstâncias, que o rapaz que me mandou a mensagem tenha se sentido de alguma forma vingado pelos relatos que fiz sobre o funcionamento da Editora Globo. Tags: Editora Globo, Fred Kachar, News Corporation, Organizações Globo, Rupert Murdoch 61420 Commentshttp%3A%2F%2Fwww.diariodocentrodomundo.com.br%2F%3Fp%3D6142O+an%C3%A1tema+das+empresas+que+ficam+grandes+demais2011-10-12+13%3A45%3A05Paulo+Nogueirahttp%3A%2F%2Fwww.diariodocentrodomundo.com.br%2F%3Fp%3D6142 Jornalismo A reforma da mídia na Inglaterra pode ser útil para o Brasil29th agosto 2011 written by Paulo Nogueira O caso do tablóide News of the World gerou um intenso debate sobre a mídia no Reino Unido Martin Wolf, colunista do Financial Times, é um dos grandes jornalistas britânicos. Os cabelos brancos mostram sua senioridade, e a forma e o conteúdo dos textos explicam sua reputação. Li com atenção em dobro um artigo seu sobre um tema especialmente complicado: a regulamentação da mídia. Não à toa, espalha-se sempre a desconfiança de que o Estado esteja interessado em manietar a mídia quando fala em regulá-la. Mas não há como evitar o assunto, por mais desagradável que seja. Deve haver regras para tudo, incluída a mídia. E elas podem e devem mudar de acordo com novas circunstâncias. Wolf entende que o caso News of the World, com a violação da caixa postal de celulares de milhares de pessoas, é uma oportunidade de atualizar a legislação da mídia no Reino Unido. “Aproveitemos a chance para a reforma da mídia” é o título do texto. Ele é franco para dizer, logo de cara, que é daqueles a quem incomoda o acúmulo de poder nas mãos de Rupert Murdoch. Tal poder é, para Wolf, “intolerável”. “Mídia diversificada exige propriedade diversificada”, afirma ele. Sua análise sobre a natureza da mídia, se não é exatamente original, é clara e lúcida. “A mídia é um negócio”, diz ele. “Mas não só negócio. Ela não apenas reflete como molda a opinião pública, e por isso detém considerável influência política. É por isso que ditadores querem controlar a mídia e políticos democráticos tentam usá-la. Uma pessoa que controle negócios na mídia impressa e na televisão tem uma influência enorme na vida pública. É o caso, ou pelo menos era, de Rupert Murdoch.” Murdoch, com suas mídias variadas e poderosas, exerce no Reino Unido (ou exercia, para seguir o raciocínio de Wolf) uma influência similar à que têm, no Brasil, as Organizações Globo. Com uma diferença: lá existe o contraponto da BBC, que é objeto de devoção entre os ingleses com seu soberbo jornalismo — sereno, cosmopolita e o mais próximo possível da objetividade e do interesse público. Wolf avisa que é a favor da manutenção do status-quo da BBC, financiada pelo Estado por meio do dinheiro que todo mundo paga no Reino Unido quando adquire uma televisão – a licence fee. Ele está certo. As publicações de Murdoch fazem permanente campanha contra a BBC. A concentração na mídia, como nota Wolf, leva os políticos a dobrar os joelhos diante dos proprietários. “No pior cenário, o dono pode manipular e distorcer os fatos, de forma a transformar a vida pública”, escreveu Wolf. É o caso nos Estados Unidos, segundo ele, da Fox News, de Murdoch, com seu “populismo de direita”. “Isso não pode acontecer no Reino Unido”, diz ele. (Os políticos britânicos se vergavam diante de Murdoch mais ou menos como os seus congêneres brasileiros diante de Roberto Marinho. Não nos primórdios da TV Globo, quando os militares estavam no poder e beneficiaram Roberto Marinho para que este, com a televisão que lhe deram, os apoiasse. A servidão voluntária a Marinho veio depois que os militares saíram. Foi o ápice da influência e do poder das Organizações Globo: pós-generais e pré-internet.) Wolf assinala que qualquer legislação deve prever um ajuste futuro, dadas as extraordinárias mudanças que a internet está provocando na mídia. Cada país tem suas pecualiaridades e idiossincrasias. E é preciso levar em conta que na Inglaterra se formou um consenso em torno da necessidade de reforma na mídia depois que se soube que o News of the World, em busca de furos, grampeara a caixa de mensagens do celular de uma garotinha assassinada. Tal consenso não existe ainda no Brasil. Mas mesmo assim os brasileiros deveriam acompanhar de perto as discussões sobre a mídia que estão sendo travadas entre os britânicos. Muita coisa do que for feito lá poderá ser útil no Brasil. Tags: Martin Wolf, reforma da mídia, regulamentação da mídia, Rupert Murdoch 588517 Commentshttp%3A%2F%2Fwww.diariodocentrodomundo.com.br%2F%3Fp%3D5885A+reforma+da+m%C3%ADdia+na+Inglaterra+pode+ser+%C3%BAtil+para+o+Brasil2011-08-29+21%3A14%3A59Paulo+Nogueirahttp%3A%2F%2Fwww.diariodocentrodomundo.com.br%2F%3Fp%3D5885 Jornalismo O tapa da mulher de Murdoch20th julho 2011 written by Paulo Nogueira Rupert & Wendi Duas mulheres no esplendor da maturidade quarentona embelezam, cada qual do seu modo, o escândalo das escutas telefônicas do falecido tablóide inglês News of the World. Uma, da qual já falei um bocado, é a jornalista Rebekah Brooks, a ruiva exuberante que foi a primeira mulher a dirigir um tablóide inglês, um mundo sempre masculino e machista. Rebekah ocupava agora um cargo administrativo vital no grupo do magnata da mídia Rupert Murdoch, dono do NW. (Tive por ela uma simpatia instantânea, derivada, é claro, da cabeleira rubra indomada que é a marca registrada dela e de minha caçula Camila, a quem chamo de vez em quando de Rebequinha.) Rebekah está no centro da crise porque foi em sua gestão que a caixa postal de uma garota assassinada foi invadida pelo NW. O jornal chegou ao requinte criminoso de deletar velhas mensagens para que novas tivessem espaço, o que deu esperanças à família de que a menina estivesse viva. Foi este episódio que elevou a indignação contra o NW – e por extensão contra Rebekah e mesmo Murdoch – à potência máxima. A segunda mulher é a chinesa Wendi Deng, 40 anos mais nova que o marido Rupert. Eles casaram quando Murdoch já era um septuagenário. Murdoch logo depois teve um câncer na próstata. Nem a idade e nem o câncer – curado – impediram Wendi de dar duas filhas a Murdoch, ambas pequenas e já fluentes em mandarim. Enfeitiçado por Wendi, ele passou a pintar os cabelos – escassos, penteados de forma a esconder a inescondível calvície enfim assumida – e fez uma plástica no rosto. Para viverem, contra seus hábitos relativamente simples de uma vida inteira, comprou um monumental apartamento em Nova York de 44 milhões de dólares, depois todo reformado pela nova mulher. Wendi se projeta contra o agressor do marido Mas o que fez Wendi ganhar as primeiras páginas no escândalo do NW foi sua reação a um ataque sofrido pelo marido ao ser sabatinado ontem no Parlamento. Um homem – um ativista, segundo a autodefinição — que estava na platéia subitamente se aproximou de Murdoch e tentou jogar em seu rosto uma torta de espuma branca. Wendi estava sentada atrás do marido, e imediatamente pulou na direção do agressor, em quem conseguiu desferir um tapa antes que ele fosse detido por policiais. Ela pode ter conquistado os ingleses. Uma jornalista falou que num casamento por interesse – algo de que Wendi foi suspeita desde o início de seu caso com Murdoch – você pode fingir muitas coisas, mas não uma reação instantânea, visceral, estridente como aquela. Tags: News Of The World., Rebekah Brooks, Rupert Murdoch, Wendi Murdoch 56369 Commentshttp%3A%2F%2Fwww.diariodocentrodomundo.com.br%2F%3Fp%3D5636O+tapa+da+mulher+de+Murdoch2011-07-20+17%3A14%3A37Paulo+Nogueirahttp%3A%2F%2Fwww.diariodocentrodomundo.com.br%2F%3Fp%3D5636 Jornalismo Quanto a beleza ajuda na carreira da mulher?18th julho 2011 written by Paulo Nogueira Todo este charme não impediu a queda Quanto a beleza pode ajudar uma mulher na carreira? Essa antiga e controvertida pergunta me ocorreu a propósito da rapidez extraordinária com que subiu na hierarquia do império de Rupert Murdoch a provocante, atraente, sedutora ruiva Rebekah Brooks. Alguém bem a definiu como parecendo ter saído de um quadro de Dante Gabriel Rossetti, o pré-rafaelita que imortalizou a ruiva Elizabeth Siddal, sua mulher. Rebekah em pouco tempo saiu de secretária para diretora dos tablóides News of the World e Sun, e como se fosse pouco depois virou a principal executiva da empresa no Reino Unido, abaixo apenas de James Murdoch, filho de Rupert. Foi em sua gestão como editora do falecido News of the World que foi invadida a caixa postal do celular de um garota de 13 anos desaparecida. Foi o aparecimento desta notícia na semana passada que desencadeou uma fúria coletiva contra o jornalismo praticado nos tablóides de Murdoch. Rebekah acabou caindo sob uma pressão intensa, mesmo depois de Murdoch ter afirmado que ela, em meio à crise, era sua “prioridade”. Rebekah ficou presa por algumas horas neste final de semana, e está definitivamente encrencada. Muitos perfis foram publicados sobre ela nestes dias. Ninguém falou particularmente em seu talento jornalístico, mas em suas habilidades corporativas – e em seu imenso charme, cuja marca mais vistosa é a cabeleira rubra. Jornalisticamente, a circulação dos dois tablóides que ela dirigiu caíram sob ela. No News of the World, ela se notabilizou por uma controvertida campanha para nomear pedófilos considerada por muitos um dos capítulos mais irresponsáveis do jornalismo britânico moderno. A explicação do seu sucesso parece residir fora da redação. Ela é mestra consumada em networking, disseram todos os que a conhecem de perto. Ou da arte do alpinismo na carreira. Aprendeu a montar e a jogar golfe porque chefes seus faziam isso. Já poderosa, costumava andar a cavalo na companhia do primeiro ministro David Cameron. Murdoch, segundo relatos, disse certa vez que ela era “a filha que não teve”. Só que ele tem quatro filhas. A uma delas, Elizabeth, atribuiu-se uma frase sugestiva sobre Rebekah: “Ela fodeu a empresa”. Há uma variante dessa sentença de Elizabeth na qual está incluído o irmão James. Murdoch, nas fotos com Rebekah, parece definitivamente fascinado por ela. O sorriso, os olhos de Murdoch diziam muito. Mas ele não parecia olhá-la exatamente como uma filha. Rebekah tem a mesma idade da mulher de Murdoch, Wendi, 40 anos mais nova que o magnata. Quando homens mais velhos se encantam incondicionalmente por mulheres jovens, quase nunca os motivos são profissionais. Quanto a beleza empurrou Rebekah? Francamente não sei. Mas todo o seu feitiço esplendidamente avermelhado não impediu sua queda espetacular. Tags: News Corporation, Rebekah Brooks, Rupert Murdoch 562513 Commentshttp%3A%2F%2Fwww.diariodocentrodomundo.com.br%2F%3Fp%3D5625Quanto+a+beleza+ajuda+na+carreira+da+mulher%3F2011-07-18+10%3A15%3A01Paulo+Nogueirahttp%3A%2F%2Fwww.diariodocentrodomundo.com.br%2F%3Fp%3D5625 Jornalismo O (ardiloso) repórter Hugh Grant13th julho 2011 written by Paulo Nogueira Ele deu o troco num jornalista Hugh Grant, como um repórter improvável, virou uma sensação no jornalismo inglês. Por causa de um troco espetacular. Ele gravou uma conversa reveladora com um repórter especializado em fazer as trapaças típicas dos tablóides. Invadir caixas postais de celulares, por exemplo. O repórter não sabia que Grant estava fazendo o que fez. A conversa foi publicada, com imensa repercussão, numa revista. Você tem nela a alma – cínica, amoral, corrompida – dos tablóides britânicos, para os quais vale tudo para arrumar um escândalo que venda jornal. Foi dentro desse cenário que o News of the World do magnata Rupert Murdoch, como contei outro dia, ultrapassou os limites – e terminou fechado sumariamente depois de 168 anos de existência. Que o repórter mereceu, não há dúvida. Grant conta que seu carro enguiçou no interior da Inglaterra. Apareceu alguém que lhe ofereceu ajuda. Era um repórter. Bateram um papo , e o repórter contou que abrira um pub na região. Na despedida, o jornalista pediu a Grant que o deixasse tirar uma foto. “Para colocar na parede do pub”, afirmou. Dias depois a foto estava num tablóide. Grant foi à vingança. Convidou, algum tempo depois, o jornalista para beber. Sugeriu o pub dele mesmo. Induziu-o a falar sobre a vida nos tablóides, com um gravador escondido. O repórter falou à vontade. Não apenas sobre os métodos em vigor nos tablóides, mas também sobre as relações – próximas demais — entre os jornalistas e políticos. Desde Margaret Thatcher, disse o jornalista a Grant, toda a elite política britânica se acostumou a incensar Murdoch em busca de apoio editorial. Numa entrevista que concedeu à BBC, Grant parecia especialmente incomodado com isso. Com razão. Sempre que jornalistas e políticos se tornam amigos, a sociedade perde. O caso do News of the World – vítima de si mesmo, depois que se soube queo jornal invadiu até a caixa postal do celular de uma garota de 13 anos assassinada – está fazendo a Inglaterra rediscutir o jornalismo. A entrevista que Hugh Grant publicou ardilosamente contribui para essa discussão. Tags: Hugh Grant, News Of The World., Rupert Murdoch 55825 Commentshttp%3A%2F%2Fwww.diariodocentrodomundo.com.br%2F%3Fp%3D5582O+%28ardiloso%29+rep%C3%B3rter+Hugh+Grant2011-07-13+17%3A31%3A48Paulo+Nogueirahttp%3A%2F%2Fwww.diariodocentrodomundo.com.br%2F%3Fp%3D5582 Jornalismo, Londres Este homem luta para que você pague pela notícia na internet15th julho 2010 written by Paulo Nogueira TRIUNFO DA ESPERANÇA A MÍDIA inglesa assiste, com sôfrego interesse, ao que tem tudo para ser mais um triunfo da esperança sobre a experiência: a tentativa do magnata Rupert Murdoch de cobrar pelo acesso ao conteúdo de alguns de seus sites de notícias, entre os quais o Times e o The Sun. Os primeiros resultados são desanimadores. O movimento no site do Times caiu pela metade com a simples exigência de cadastramento, antes da cobrança. Murdoch, que a partir de um tablóide australiano construiu um império multimídia internacional, tem dinheiro para perseguir suas obsessões. Tudo indica que vai gastar algum desse dinheiro na tentativa de mudar uma cultura sagrada na internet — a da gratuidade. Murdoch mostra o quanto é difícil para grandes empresas como sua News Corporation se adaptar a mudanças fortes na paisagem. Todo o empenho é para que as circunstâncias se adaptem aos seus desejos, e não o oposto. O fato de que para Murdoch seria ótimo que os internautas aceitassem pagar pelos sites não quer dizer que os internautas aceitarão pagar. Homens como Murdoch, habituados ao mando, costumam confundir seus desígnios com as aspirações das pessoas em geral. A News Corporation insiste em brigar com o Google, no qual com alguma razão vê um sangue-suga, sem extrair dele uma lição essencial de prosperidade digital: faça um conteúdo indispensável que a receita na internet aparecerá, junto com a audiência. Este é o modelo consagrado do Google, que se moldou à internet em vez de tentar que a internet se moldasse a ele. SE O GOOGLE tivesse caído na tentação, em algum momento, de cobrar pelo acesso, não seria o que é. Todos amamos o Google, mas nos despediríamos dele, ainda que com grandes recordações, se nos fosse cobrada qualquer coisa pelo ingresso. Detestamos pagar o que for na internet, mais do que amamos qualquer site. É a lei básica do mundo digital, e isso nem Murdoch é capaz de mudar. COM WENDI Murdoch, que vive hoje nos Estados Unidos com sua segunda mulher, uma chinesa linda trinta anos mais nova que ele, é um empreendedor admirado, respeitado, temido, detestado e desprezado. O tablóde The Sun, uma paixão de Murdoch, reflete à perfeição o espírito de seu proprietário, aguerrido, adrenalina sempre alta, e baixa dose de escrúpulos. A última proeza do The Sun foi fazer a ex-mulher quebrada do príncipe Andrew acreditar que estava falando com um empresário árabe disposto a pagar 500 mil libras pelo acesso a seu antigo marido. A publicidade na internet avança muito mais que em qualquer outro meio. Vai ser assim até onde a vista alcança. Esse dinheiro premiará o conteúdo de alta qualidade. Dizer que a publicidade na internet não paga bom jornalismo, como Murdoch, é ao mesmo tempo subestimar a internet e superestimar o jornalismo. O internauta faz tudo pelo bom conteúdo no campo das notícias. Prestigia, frequenta, compartilha com os outros. Apenas não paga por ele. A internet trouxe regras novas para o jornalismo. Jogar pelas antigas é como se agarrar a carruagens quando os carros já começam a sair das linhas de montagem. Tags: News Corporation, Rupert Murdoch 12829 Commentshttp%3A%2F%2Fwww.diariodocentrodomundo.com.br%2F%3Fp%3D1282Este+homem+luta+para+que+voc%C3%AA+pague+pela+not%C3%ADcia+na+internet2010-07-16+00%3A11%3A28Paulo+Nogueirahttp%3A%2F%2Fcolunas.epoca.globo.com%2Fpelomundo%2F%3Fp%3D1282 Jornalismo Você pagaria por notícia?11th agosto 2009 written by Paulo Nogueira Então foram ouvir a chamada voz rouca digital, a multidão conectada à Internet. Sim ou não? Era uma pergunta. Não. Não. Não. Absolutamente não. Definitivamente não. Um mísero sim? Não. Nenhum sim. Sequer um talvez. A questão que mereceu quilômetros de não era: você pagaria por notícias na internet? Quem a fez foi a BBC em seu site, no mesmo dia em que o maior magnata de mídia do mundo, o australiano Rupert Murdoch, da News Corporation, anunciou mais uma vez a intenção de cobrar pelo conteúdo dos sites de seu conglomerado multimídia e multinacional. Eu, PN, pagaria. Assino jornais e revistas, freqüento as bancas, para mim dinheiro gasto com publicações é investimento pessoal. Mas ninguém, na enquete, disse sim, ou algo ligeiramente parecido. Os múltiplos nãos apenas variaram de tom. Alguns, mesmo escritos, foram nitidamente berrados. Certos internautas foram irônicos com a BBC: lembraram que já pagam. É que aqui você é cobrado por aparelho de televisão, e o dinheiro vai para a BBC. (Debate: E você, pagaria por notícias na internet?) Murdoch, 74 anos, montou um supergrupo a partir de um tablóide em Adelaide, na Austrália. Depois buscou o Reino Unido, onde é dono do tablóide barulhento Sun e do sisudo diário Times. Mais tarde, mirou nos Estados Unidos, onde tem marcas como o The Wall Street Journal, o mais influente diário de negócios do mundo, e a Fox News, canal de notícias que compete com a CNN. Murdoch está presente também na China, de onde é sua longilínea mulher atual, 38 anos mais nova, egressa de Yale, a admirada faculdade americana, e com quem tem dois de seus cinco filhos. “Pela vontade de ferro e pela clareza de sua visão, Murdoch define o mundo”, diz seu biógrafo, Michael Wolff. Tirado o exagero, Murdoch é provavelmente a figura mais fascinante e controvertida da mídia contemporânea. Pode muito, influencia muito. Quando ele fala as pessoas param prontamente para ouvir. Mesmo os garotos da era digital, gente como os fundadores do Twitter e do Facebook, têm por ele um respeito quase mítico. Ninguém o chama de velho, de ultrapassado. O tempo não minou sua paixão empreendedora, sua autoconfiança sem medidas, sua capacidade de enxergar agora o que os outros só verão depois e muitos jamais perceberão. Os anos também não tiraram dele o amor pelos tablóides, a origem quase humilde de sua jornada exuberante na mídia. Murdoch de certa forma parece um tablóide. Tablóides são a adrenalina, a obsessão pela notícia em primeira mão, a busca desesperada do furo e da manchete sensacional e sensacionalista, o último reduto do jornalismo romântico. Mesmo que embrulhem peixes à tarde, os tablóides parecem vibrar em regime de 24 horas por dia. Murdoch é a quintessência do poder na mídia. Mas. Mas mesmo assim a expressão que melhor define sua intenção de cobrar pelo conteúdo é uma clássica: o triunfo da esperança sobre a experiência. Como mudar uma cultura tão consolidada e disseminada como a da internet? Grátis é uma palavra sagrada para o internauta desde sempre. Como convencê-lo a pagar por aquilo que ele sempre recebeu de graça? Todos os grandes fabricantes de conteúdo teriam que fazer este movimentos juntos, ou então quem começar a cobrar vai perder audiência instantaneamente. (Leia aqui o post “A glória e a miséria da Mídia Social”) Capitalismo é concorrência. Um grande executivo americano uma vez disse que, se visse um concorrente se afogando, colocaria uma mangueira em sua boca. Não é crível imaginar que todos os criadores de conteúdo se alinhem para começar, juntos, o pedágio. Murdoch vai primeiro? Melhor: Murdoch vai? É tão esquisito o gesto anunciado que um dos mais lúcidos jornalistas do mundo, o americano Andrew Sullivan, cujo blog é lido por pessoas como Barack Obama, disse – em plena escuridão, desta vez – que a eventual cobrança pode ou salvar gloriosamente a chamada mídia tradicional ou terminar em lágrimas. Tudo sempre pode terminar entre dois extremos. Não é necessário que um intelectual brilhante como Sullivan nos conte. Napoleão podia sair de Waterloo dono do mundo ou, como aconteceu, moralmente destruído. São dias ao mesmo tempo extremamente desafiadores e decididamente fascinantes para empresários como Murdoch. O mundo digital assombra pelos riscos, mas também oferece oportunidades fabulosas. Mas como ganhar dinheiro para fazer jornalismo se qualidade no mundo digital se o consumidor não paga nada? Publicidade sempre foi a resposta, na mídia, para este tipo de situação. No rádio, na televisão. Desta vez seria diferente? Por quê? Porque Murdoch quer? Isso é muito, quase sempre. Mas nesse caso é pouco. Tags: notícias pagas, Rupert Murdoch 3178 Commentshttp%3A%2F%2Fwww.diariodocentrodomundo.com.br%2F%3Fp%3D317Voc%C3%AA+pagaria+por+not%C3%ADcia%3F2009-08-11+17%3A41%3A09Paulo+Nogueirahttp%3A%2F%2Fcolunas.epoca.globo.com%2Fpelomundo%2F2009%2F08%2F11%2Fvoce-pagaria-por-noticia%2F Geral Receba as atualizações do blog Your email: Paulo Nogueira Paulo Nogueira é jornalista e está vivendo em Londres. Foi editor assistente da Veja, editor da Veja São Paulo, diretor de redação da Exame, diretor superintendente de uma unidade de negócios da Editora Abril e diretor editorial da Editora Globo.Sobre o livro "Minha Tribo - O Jornalismo e os Jornalistas""A língua nossa de cada dia": artigos de português escritos por papai na Folha dos anos 1970 Leia o romance "Novo Tempo", passado numa redação Leia o romance "El Hombre", em que Stieg Larsson é caçado em Aruba Clique aqui para ler o conto policial "Os Crimes da Padaria"Frase do Dia Só um idiota pode ser totalmente feliz. – Mario Vargas LlosaFacebook Paulo Nogueira pnogueira56 pnogueira56 O pênis do presidente Zuma divide os sul-africanos diariodocentrodomundo.com.br/?p=7487 18 hours ago · reply · retweet · favorite pnogueira56 Pelé enfim admite:'O Paulinho joga mais que eu.' #corinthians yesterday · reply · retweet · favorite Revista_Alfa Noite de jogos decisivos. Mas não se preocupem, mulheres, amanhã voltamos a falar só de vocês. yesterday · reply · retweet · favorite matthewshirts É nóis yesterday · reply · retweet · favorite floyddust ==> RT @mlklaser: ACORDA BRASIL, A GLOBO MANIPULOU O CHUTE DO DIEGO SOUZA, NA FOX MOSTROU O GOL yesterday · reply · retweet · favorite Join the conversation Posts recentes O pênis do presidente Zuma divide os sul-africanos Por que o Ditador de Sacha Baron Cohen deve ser visto Só na Escandinávia Be dumb, be dumb! A massagista e o jornalista Por que nossa tevê é tão ruim? A arte de envelhecer segundo Cícero Como Sobrenatural de Almeida deu o título ao Chelsea O americano intranquilo Por que Nelson Rodrigues deveria inspirar os polemistas brasileiros Comentários recentes Paulo Nogueira em Be dumb, be dumb! Erika Nakamura em Be dumb, be dumb! 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