segunda-feira, 11 de junho de 2012
CATEDRAIS GÓTICAS
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REVISÃO GERAL
HISTÓRIA DA
ARQUITETURA I e II
CAUFAG
2009.1
PROFESSORA ARQUITETA
SOLANGE IRENE SMOLAREK DIAS
BIBLIOGRAFIA : HOME PAGE : http://www.geocities.com/Athens/Atlantis/9522/arte/arquitetura.htm
Sem indicação de autoria do site
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ARQUITETURA EGÍPCIA
A arquitetura egípcia aliava imponência e simplicidade. Todas as suas formas se originavam da casa
residencial. Esta tinha plano retangular e dispunha-se em torno de troncos de palmeiras ou de outras
árvores. Mesmo depois que os egípcios adotaram outros materiais - como a pedra -, subsistiram na
decoração os temas vegetais: lótus, palma, papiros.
As pirâmides são sem dúvidas o paradigma da arquitetura egípcia. Suas técnicas de construção
continuam sendo objeto de estudo para engenheiros e historiadores. A pirâmide foi criada durante a dinastia
III, pelo arquiteto Imhotep, e essa magnífica obra lhe valeu a divinização. No início as tumbas egípcias
tinham a forma de pequenas caixas; eram feitas de barro, recebendo o nome de mastabas (banco). Foi
desse arquiteto a idéia de superpor as mastabas, dando-lhes a forma de pirâmide..
A pirâmide escalonada de Djeser, idealizada pelo arquiteto e médico Imhotep, é a primeira estrutura desse
tipo. Construída com pedra em vez de adobe, veio a ser a novidade que deixou para trás a tradicional
mastaba, muito mais simples na forma. Também se deve a Imhotep a substituição do barro pela pedra, o
que sem dúvida era mais apropriado, tendo em vista a conservação do corpo do morto. As primeiras
pirâmides foram as do rei Djeser, e elas eram escalonadas. As pirâmides mais célebres do mundo
pertencem à dinastia IV e se encontram em Gizé: Quéops, Quéfren e Miquerinos, cujas faces são
completamente lisas.
Outro tipo de construção foram os hipogeus, templos escavados nas rochas, dedicados a várias
divindades ou a uma em particular. Normalmente eram divididos em duas ou três câmaras: a primeira para
os profanos; a segunda para o faraó e os nobres; e a terceira para o sumo sacerdote. A entrada a esses
templos era protegida por galerias de estátuas de grande porte e esfinges.
O templo de Luxor, ao lado do templo de Karnak, foi um dos maiores monumentos da cidade de Tebas, no
Egito Antigo. Sua construção foi levada a efeito sob o reinado de Amenhotep III, e dedicado à tríade de
Tebas. Embora colossal em tamanho - cerca de 275 m de comprimento -, apresenta ao mesmo tempo
linhas simples, geométricas. Colunas, muros e arquitraves eram cobertos por motivos inspirados nas vitórias
do faraó, em cores vivas. À frente do templo havia estátuas colossais e dois obeliscos que estão hoje na
Praça da Concórdia, em Paris.
Religiosidade, monumentalidade, politeísmo e a crença na vida pós morte foram as diretrizes da
arquitetura egípcia
ARQUITETURA GREGA
Os gregos foram os primeiros artistas realistas da história, ou seja, os primeiros a se preocuparem em
representar a natureza tal qual ela é. Para fazerem isso, foi fundamental o estudo das proporções, em
cuja base se encontra a consagrada máxima segundo a qual o homem é a medida de todas as coisas.
No século III A.C., durante o período helenístico, a cultura grega se difunde, principalmente graças às
conquistas e expansão de Alexandre Magno, por toda a bacia do Mediterrâneo e Ásia Menor.
Não resta dúvida de que o templo foi um dos legados mais importantes da arte grega ao Ocidente,
devendo suas origens ser procuradas na acomodação principal do palácio do governante, sendo este, no
princípio, o esquema que marcou os cânones da edificação grega. Os cultos eram no exterior, ficando o
interior reservado à divindade e a alguns sacerdotes
Foi a partir do aperfeiçoamento dessa forma básica que se configurou o templo grego tal como o
conhecemos hoje. No princípio, os materiais utilizados eram o adobe - para as paredes - e a madeira - para
as colunas. Mas, a partir do século VII a.C. (período arcaico), eles foram caindo em desuso, sendo
substituídos pela pedra, especialmente o mármore branco. Essa inovação permitiu que fosse acrescentada
uma nova fileira de colunas na parte externa (peristilo) da edificação, fazendo com que o templo obtivesse
um ganho no que toca à monumentalidade. Surgiram então os primeiros estilos arquitetônicos: o
dórico, ao sul, nas costas do Peloponeso, e o jônico, a leste.
O Partenon, célebre templo da ordem dórica e o maior da Acrópole de Atenas, foi construído no século V
a.C. (entre os anos 447 e 438 a.C.) e dedicado a Atenea Parthenos, uma das deusas mais importantes de
mitologia grega
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A construção jônica, apresentava igualmente um fuste acanelado e uma base sólida. O capitel culminava
em duas colunas graciosas, e os frisos eram decorados em altos-relevos. Mais adiante, no período clássico
(séculos V e IV a.C.), a arquitetura grega atingiu seu ponto máximo. Aos dois estilos já conhecidos veio se
somar um outro, o coríntio, que se caracterizava por um capitel típico cuja extremidade era decorada por
folhas de acanto.
No mundo grego, os estilos eram identificados de acordo com as ordens arquitetônicas que
regulamentavam toda a obra dos artistas. A ordem dórica é expressa por uma coluna simples, com
caneluras profundas, sem base e encimada por um capitel. A jônica é mais fina e graciosa, tem coluna
canelada e capitel com volutas. A ordem coríntia, por sua vez, tem coluna bem canelada e capitel
profusamente decorado com folhagens, o que o faz bastante diferente dos outros.
ARQUITETURA ROMANA
O desenvolvimento da arte romana começou a partir do século II a.C., época em que Roma já dominava a
totalidade do Mediterrâneo e avançava com passos firmes sobre o norte da Europa e a Ásia. Duas
importantes culturas convergiram no período: a etrusca e a grega. Discute-se muito se existe ou não um
estilo romano. A dúvida provém do fato de que os romanos não criaram um estilo próprio; na verdade, a
arquitetura da Roma Antiga é formada por um conjunto de elementos gregos e etruscos.
Desde a instauração do império, no século I a.C., a arte foi utilizada em Roma como demonstração de
grandeza e poder. Não apenas mudou totalmente a imagem da capital como também a do resto das
cidades do império. Palácios, casas de veraneio, arcos de triunfo, colunas com estelas comemorativas,
alamedas, aquedutos, estátuas, templos, termas e teatros foram erguidos ao longo e ao largo dos vastos e
variados domínios do império romano.
Os romanos também modificaram a linguagem arquitetônica que haviam recebido dos gregos, uma vez que
acrescentaram aos estilos herdados (dórico, jônico e coríntio) duas novas formas de construção: os estilos
toscano e composito.
As obras particulares, como os palácios urbanos e as vilas de veraneio da classe patrícia, se
desenvolveram em regiões privilegiadas das cidades e em seus arredores, com uma decoração faustosa e
distribuídas em torno de um jardim.
BÁRBARA E/OU PALEOCRISTÃ
Depois da queda do império romano, mongóis, vândalos, francos, germânicos e suecos, entre outros povos
conhecidos genericamente como bárbaros, avançaram definitivamente sobre a Europa. Estava em curso o
século V. Esses grupos, essencialmente nômades, não demoraram a assimilar a cultura e a religião
(cristianismo) dos povos conquistados, ao mesmo tempo em que lhes transmitiam seus próprios traços
culturais, o que deu origem a uma arte completamente diferente, que assentaria as bases para a arte
européia dos séculos VIII e IX. A basílica romana foi o modelo para a igreja paleocristã.
ARQUITETURA BIZANTINA
Havia Bizâncio, antiga colônia grega à margem do estreito de Bósforo, e havia um romano que decidiu fazer
dela capital do seu império, com um nome derivado do seu nome. O imperador romano era Constantino,
sucessor de Diocleciano no trono. E Bizâncio virou Constantinopla no ano de 330. Durante o governo de
Teodósio ocorreu a divisão do império (395) em duas partes: Império do Ocidente, com sede em Roma, e
Império do Oriente, com Constantinopla como capital. A parte ocidental, invadida e dominada pelos
germanos, foi se desagregando pouco a pouco, à medida que os grandes proprietários e chefes locais se
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substituíam no Poder. No Império Romano do Oriente floresceu a partir do século V a civilização
bizantina, de elementos gregos e romanos.
Tendo seu centro de difusão em Bizâncio, mais exatamente na cidade de Constantinopla, a arte bizantina
se desenvolveu a partir do século IV como produto da confluência das culturas da Ásia Menor e da Síria,
com elementos alexandrinos. As bases do império eram três: a política, a economia e a religião e, para
manter a unidade entre os diversos povos que conviviam em Bizâncio, Constantino oficializou o
cristianismo, tendo o cuidado de enfatizar nele aspectos como rituais e imagens dos demais grupos
religiosos.
A igreja de Santa Sofia, construída em Constantinopla entre 532 e 537 por Isidoro de Mileto e Antêmio de
Tales, ambos da Ásia Menor, pretendia resumir a riqueza e grandeza do império bizantino, além de seu
caráter místico. No meio da nave central, a imensa cúpula de 31 metros de diâmetros por 54 de altura
repousa sobre quatro gigantescos pilares de mármore colorido. No tambor, a luz jorra de quarenta janelas,
cujos vitrais representam os dias de Jesus no deserto, criando uma atmosfera feérica, e a ilusão de que
a cúpula paira no ar, sustentada por quarenta feixes luminosos.
Ainda no interior do templo há preocupação de riqueza em todos os detalhes: no altar, pedrarias em
profusão e placas de ouro (Justiniano queria também o chão de ouro, mas se conformou com os
mármores), móveis esculpidos em madeira e marfim com incrustações de pedras preciosas, 6 mil
candelabros de ouro, 40 mil vasos e bandejas de prata, e capitéis trabalhados como renda, verdadeiras
obras-primas de escultura, tal o excesso de lavores, em que costumavam aparecer, estilizadas, as folhas de
uma planta chamada acanto. Sua forma de pirâmide invertida também é criação bizantina, e faz com que
recebam com mais segurança a descarga do peso dos arcos.
O exterior do templo, entretanto, é muito simples. Tudo, nele, converge para a abóbada. Esse
despojamento externo foi sendo atenuado com o tempo.
Inspirada e guiada pela religião, a arquitetura alcançou sua expressão mais perfeita na construção de
igrejas. E foi precisamente nas edificações religiosas que se manifestaram as diversas influências
absorvidas pela arte bizantina. Houve um afastamento da tradição greco-romana, sendo criadas, sob
influência da arquitetura persa, novas formas de templos, diferentes dos ocidentais. Foi nessa época
que se iniciou a construção das igrejas de planta de cruz grega, coberta por cúpulas em forma de
pendentes, conseguindo-se assim fechar espaços quadrados com teto de base circular.
As características predominantes seriam a cúpula (parte superior e côncava dos edifícios) e a planta de
eixo central, também chamada de planta de cruz grega (quatro braços iguais). A cúpula procurava
reproduzir a abóbada celeste. Esse sistema, que parece já ter sido utilizado na Jordânia em séculos
anteriores e inclusive na Roma Antiga, se transformou no símbolo do poderio bizantino.
A cúpula é originária da Ásia Menor, cujos povos, que sempre se distinguiam como arquitetos, recorreram
ao expediente de suspendê-la sobre uma construção quadrada ou pousaram-na diretamente em
construções circulares. Os persas imaginaram outra alternativa, colocando sobre a base quadrada uma
cúpula octogonal. A solução encontrada pelos persas para a colocação de cúpula sobre uma construção
quadrada foi o abandono da forma circular para base e a adoção da forma octogonal, sobre a qual se erguia
a cúpula, já não totalmente redonda, mas facetada em oito "triângulos" curvos. As cúpulas dão leveza e
elegância à arquitetura bizantina
ARQUITETURA ISLÂMICA
No ano de 622, o profeta Maomé se exilou (hégira) na cidade de Yatrib que, desde então, se conhece
como Medina (Madinat al-Nabi, cidade do profeta). De lá, sob a orientação dos califas, sucessores do
profeta, começou a rápida expansão do Islã até a Palestina, Síria, Pérsia, Índia, Ásia Menor e Norte da
África e Espanha. De origem nômade, os muçulmanos demoraram certo tempo para estabelecer-se
definitivamente e assentar as bases de uma estética própria com a qual se identificassem.
Ao fazer isso, inevitavelmente devem ter absorvido traços estilísticos dos povos conquistados, que no
entanto souberam adaptar muito bem ao seu modo de pensar e sentir, transformando-os em seus próprios
sinais de identidade. Foi assim que as cúpulas bizantinas coroaram suas mesquitas, e os esplêndidos
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tapetes persas, combinados com os coloridos mosaicos, as decoraram. Aparentemente sensual, a arte
islâmica foi na realidade, desde seu início, conceitual e religiosa, sendo sua beleza quase mágica. O luxo e
a opulência dos califados surgem como num conto das mil e uma noites,entre cúpulas floridas e
minaretes inalcançáveis.
As mesquitas (locais de oração) foram construídas entre os séculos VI e VIII, seguindo o modelo da casa
de Maomé em Medina: uma planta quadrangular, com um pátio voltado para o sul e duas galerias com teto
de palha e colunas de tronco de palmeira. A área de oração era coberta, enquanto no pátio estavam as
fontes para as abluções. A casa de Maomé era local de reuniões para oração, centro político, hospital e
refúgio para os mais pobres. Essas funções foram herdadas por mesquitas e alguns edifícios públicos.
No entanto, a arquitetura sagrada não manteve a simplicidade e a rusticidade dos materiais da casa
do profeta, sendo exemplo disso as obras dos primeiros califas: Basora e Kufa, no Iraque, a Cúpula da
Roca, em Jerusalém, e a Grande Mesquita de Damasco. Contudo, persistiu a preocupação com a
preservação de certas formas geométricas, como o quadrado e o cubo. O geômetra era tão
importante quanto o arquiteto. Na realidade, era ele quem realmente projetava o edifício, enquanto o
arquiteto controlava sua realização. Tudo era estruturado a partir da geometria, já que até a língua árabe é
numérica e os edifícios e seus ornamentos eram a tradução arquitetônica das fórmulas e números de
caráter místico, segundo sua doutrina.
Outra das construções mais originais e representativas do Islã foi o minarete, uma espécie de torre
cilíndrica ou octogonal situada no exterior da mesquita a uma altura significativa, para que a voz do
almuadem ou muezim pudesse chegar até todos os fiéis, convidando-os à oração. Sua posição no núcleo
urbano era sempre privilegiada. A Giralda, em Sevilha, é um exemplo dos minaretes da arte andaluza.
Outras construções representativas foram os mausoléus ou monumentos funerários, semelhantes às
mesquitas na forma e destinados a santos e mártires.
As obras nascidas dessa cultura são grandiosas e deixam o espectador sem palavras. Muitos de seus
edifícios estão entre os escolhidos pela Unesco como patrimônio da humanidade, desde a costa atlântica do
Marrocos até os confins da China. As cúpulas e as formas abstratas suprem na beleza a proibição de
representação de figuras humanas
ARQUITETURA ROMÂNICA
Morto Carlos Magno (724-814), o Sacro Império Romano divide-se entre seus três herdeiros. Pelo tratado
de Verdun, firmado em 843, a região que se estende dos Alpes ao mar do Norte cabe a Lotário, a
Germânia a Luis e a Francônia a Carlos.
A Europa atravessa uma fase difícil: invasões diversas assolam seu território em todas as direções. Os
exércitos reais não conseguem deter os árabes, que, no século IX, atacaram Roma e Campânia (na Itália) e
Marselha e Arles (na França atual). Pelo Norte atacam os normandos, apoderando-se das costas
setentrionais da França, de parte da península Ibérica e da Inglaterra. No século X, incursões húngaras
atingem a Lombardia, parte da França e Roma. Tudo contribuía para a decomposição das instituições
monárquicas.
O poder real, diminuído em sua autoridade, vai sendo substituído pelo poder dos nobres castelões: o
castelo feudal era a única fortaleza que oferecia alguma resistência aos invasores, e as populações
atemorizadas se organizavam em torno dele. Essa instabilidade colabora para a propagação da crença
de que o mundo acabaria no ano 1000. Os homens vivem aterrorizados com a perspectiva do juízo final
pregado pela Igreja: temem o caos. A arte reflete o apocalipse, as pinturas murais apavorantes retratam o
pânico que invade a Europa ocidental.
Nos anos que se seguiram ao ano 1000, e o mundo não tendo acabado, viram-se reconstruir igrejas em
quase toda a Europa cristã. Mesmo quando isso não era necessário, cada comunidade cristã concorria
em emulação para edificar santuários mais suntuosos que sua vizinha. A febre de construção que
invadiu a Europa reflete o espírito da época, e o estilo românico, que caracterizou as artes desde o fim do
século X até meados do século XII, sintetiza em seus traços a histórica desse período.
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O feudalismo era a nova ordem da sociedade então, enquanto o Sacro Império ia se firmando
politicamente. Até esse momento, a arquitetura não diferenciava formalmente palácios de igrejas,
devido ao fato de o imperador, de alguma forma, representar tanto o poder religioso quanto o
temporal. Os beneditinos, logo após as primeiras reformas monacais, foram os primeiros a propor em suas
construções as formas originais do românico. Surge assim uma arquitetura abobadada, de paredes sólidas
e delicadas colunas terminadas em capitéis cúbicos, que se distancia dos rústicos castelos de pedra que
davam seqüência à linha pós-romana. Os conventos são o refúgio duma sociedade onde valia a lei do
mais forte
A Igreja é o único edifício onde se reúne a população, e parte importante da vida social se desenrola no
seu interior. As ricas ordens monásticas e os nobres poderosos procuram elevar em louvor a Deus os
testemunhos de sua fé. Por isso, o estilo românico encontrará sua expressão maior na arquitetura.
Considerada "arte sacra", ela está voltada à construção de igrejas, monastérios, abadias e mosteiros - as
"fortalezas sagradas".
A arte românica, cuja representação típica são as basílicas de pedra com duas apses e torres redondas
repletas de arcadas, estendeu-se do século XI à primeira metade do século XIII. Seu cenário foi quase
toda a Europa, exceto a França, que já a partir do século XII produzia arte gótica. Apesar da barbárie e do
primitivismo que reinaram durante essa época, pode-se dizer que o românico estabeleceu as bases para a
cultura européia da Idade Média.
Foi nas igrejas que o estilo românico se desenvolveu em toda a sua plenitude. Suas formas básicas são
facilmente identificáveis: a fachada é formada por um corpo cúbico central, com duas torres de vários
pavimentos nas laterais, finalizadas por tetos em coifa. Um ou dois transeptos, ladeados por suas fachadas
correspondentes, cruzam a nave principal. Frisos de arcada de meio ponto estendem-se sobre a parede,
dividindo a planta.
Força e solidez caracterizam as Igrejas românicas. O elemento essencial é a abóbada de pedra, tijolos e
argamassa, em forma de berço, dada pelo arco de plena cinta (meia circunferência). Seu peso é sustentado
por paredes espessas e maciças, com poucas janelas, para não comprometer a estabilidade da construção.
Colunas internas e pilastras exteriores - chamadas contrafortes - proporcionam um reforço suplementar. Os
pilares e colunas, às vezes formam espinhões - saliências na superfície interna das abóbadas. Os capitéis
simples e robustos não obedecem a um estilo definido: são semi-esféricos, cúbicos, trapezoidais, conforme
a fantasia do construtor.
ARQUITETURA GÓTICA
Pressentindo a queda do feudalismo, a arte antecipa-se aos acontecimentos e cria novo estilo, que irá
conviver durante certo tempo com o românico, mas atendendo às novas necessidades. Verdadeiro
trabalho de futuristas da época, o Estilo Gótico surge pela primeira vez em 1127, na arquitetura da
basílica de Saint-Denis, construída na região de Ile-de-France, hoje Paris.
Fins do século XII. Graças ao apoio da burguesia e da classe trabalhadora, os reis conseguem
retomar sua autoridade. Enfraquecido, o poder feudal vai aos poucos desaparecendo. A população passa
a ter maior influência na vida pública nacional, da qual tinha sido até então mera espectadora. Eufóricos
diante da própria importância, os habitantes de cada região sentem a necessidade de demonstrar sua
emancipação. A catedral será o símbolo de sua vitória. Aí se realizarão não apenas os atos religiosos,
mas as atividades comunitárias de todo o grupo: será a casa do povo. Não mais cheia de esculturas e
desenhos tenebrosos, mas alta, imponente, iluminada. Que suas torres pontiagudas tentem atingir as
nuvens. Livre do medo do fim do mundo, o povo é animado por novo sopro de fé. As paredes de seus
templos devem deixar entrar a luz do sol em múltiplas cores que lembrem a presença divina
Da necessidade de construir catedrais que correspondessem à euforia e ao misticismo do povo, surgiu a
arquitetura gótica. As primeiras foram construídas na França, ao redor de onde se encontra hoje a
cidade de Paris; foi essa uma das primeiras regiões a eliminar o feudalismo.
Nobreza, clero e massa popular competiam em generosidade mística. O objetivo era um só:
colaborar para a construção das dispendiosas catedrais. Com a autoridade monárquica cada vez mais
assegurada, as antigas zonas feudais foram-se transformando e surgiram as primeiras cidades: Noyon,
Laon, Sens, Amiens, Reims, Beauvais, onde se encontram as catedrais góticas mais belas do mundo.
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O estilo gótico é identificado como o período das grandes catedrais. De fato, com suas construções
começaram a ser definidos os princípios fundamentais desse estilo.
Foi nas universidades, sob o severo postulado da escolástica - Deus Como Unidade Suprema e
Matemática -, que se estabeleceram as bases dessa arte eminentemente teológica. A verticalidade das
formas, a pureza das linhas e o recato da ornamentação na arquitetura foram transportados também para a
pintura e a escultura. O gótico implicava uma renovação das formas e técnicas de toda a arte com o
objetivo de expressar a harmonia divina.
A construção gótica, de modo geral, se diferenciou pela elevação e desmaterialização das paredes,
assim como pela especial distribuição da luz no espaço. Tudo isso foi possível graças a duas das
inovações arquitetônicas mais importantes desse período: o arco em ponta, responsável pela elevação
vertical do edifício, e a abóbada cruzada, que veio permitir a cobertura de espaços quadrados, curvos ou
irregulares.
Os arcos de meia circunferência usados nas abóbadas das igrejas românicas faziam com que todo o peso
da construção fosse descarregado sobre as paredes. Isso obrigava a um apoio lateral resistente: pilares
maciços, paredes mais espessas, poucas aberturas para fora. O espaço para as janelas era bem reduzido e
o interior da igreja escurecia. O espírito do povo pedia luz e grandiosidade. Então como conseguí-las?
O arco em meia circunferência foi substituído por arcos ogivais ou arcos cruzados. Isso dividiu o peso
da abóbada central, fazendo com que ele se descarregasse sobre vários pontos, simultaneamente,
podendo ser usado material mais leve, tanto para a abóbada como para as bases de sustentação. Em lugar
dos sólidos pilares, esbeltas colunetas passaram a receber o peso da abóbada.
O sistema de suportes com os arcobotantes, tornou a parede mais leve, até seu quase total
desaparecimento. As janelas ogivais e as rosetas acentuaram ainda mais a transparência da construção. A
intenção era criar no visitante a impressão de um espaço que se alçava infinitamente até o céu.
ARQUITETURA RENASCENTISTA
Renascimento é o nome que se dá ao período da história européia, caracterizado por um renovado
interesse pelo passado grego-romano ( clássico ), que vai do século XV ao século XVI. Este movimento
artístico começou a se manifestar na Itália, no século XIV, mais precisamente em Florença, cidade que a
esta altura já tinha se tornado um estado independente e um dos centros comerciais mais importantes do
mundo, e difundiu-se por toda a Europa, durante os séculos XV e XVI.
Platão, Aristóteles, Virgílio, Sêneca e outros autores greco-romanos começam a ser traduzidos e
rapidamente difundidos. Desse modo, o espírito da antiga filosofia clássica não leva muito tempo para
inundar as cortes da nova aristocracia burguesa. O cavalheiro renascentista deve agora ser versado em
todas as disciplinas artísticas e científicas.
Foi graças ao reformador Lutero e às universidades, por intermédio do estudo das ciências exatas e da
filosofia, que se difundiram as idéias de seus pares italianos. Por volta do fim do século XV, chegava da
Espanha a notícia do descobrimento de um novo continente, a América, fato que mudaria a fisionomia do
mundo para sempre. O homem se distanciava assim, de modo definitivo, do período medieval para
decididamente ingressar na modernidade.
Os arquitetos do renascimento conseguiram, mediante a medição e o estudo de antigos templos e
ruínas, assim como pela aplicação da perspectiva, chegar à conclusão de que uma obra arquitetônica
completamente diferente da que se vira até então não era nada mais que pura geometria euclidiana. O
módulo de construção utilizado era o quadrado, que aplicado ao plano e ao espaço deu às novas
edificações proporções totalmente harmônicas.
As ordens gregas de colunas substituíram os intermináveis pilares medievais e se impuseram no
levantamento das paredes e na sustentação das abóbadas e cúpulas. São três as ordens mais utilizadas: a
dórica, a jônica e a coríntia, originadas do classicismo grego. A aplicação dessas ordens não é arbitrária,
elas representam as tão almejadas proporções humanas: a base é o pé, a coluna, o corpo, e o
capitel, a cabeça.
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As obras da arquitetura profana, os palácios particulares ou comunais, também foram construídas com
base no quadrado.
Vistos de fora, esses palácios se apresentam como cubos sólidos, de tendência horizontal e com não
mais de três andares, articulados tanto externa quanto internamente por colunas e pilares. Um pátio
central, quadrangular, tem a função de fazer chegar a luz às janelas internas. A parede externa
costuma receber um tratamento rústico, sendo a almofadilha mais leve nos andares superiores. A ordem
das colunas varia de um andar para outro e costuma ser a seguinte: no andar térreo, a ordem toscana, uma
variante da arquitetura romana; no pavimento principal, a jônica; e no superior, a coríntia. A divisão entre um
nível e outro é feita por diferentes molduras e uma cornija que se estende por todo o piso de cada andar,
exatamente abaixo das janelas. Têm geralmente forma retangular e são coroadas por uma finalização em
arco ou triângulo.
BERÇO DO RENASCIMENTO
O Fiorentino Filippo Brunelleschi (1377-1446) foi quem apresentou a nova concepção renascentista na
arquitetura. Ele assimilara, durante longo tempo, as formas clássicas e góticas e adaptara-as à sua época,
edificando as igrejas do Espírito Santo, de São Lourenço e a cúpula da Catedral de Santa Del Fiore, em
Florença. Contudo, não foi na época de Brunelleschi que a arquitetura renascentista atingiu seu ponto
culminante, foi um pouco mais tarde, na primeira metade do século XVI. Também não foi em
Florença, onde nascera, mas em Roma, que atingiu a sua plenitude.
Em Roma, durante toda a primeira metade do século XVI - a Alta Renascença -, um arquiteto talentoso
como Giuliano de Sangallo (1445-1516) uniu seu gênio ao do pintor Rafael Sanzio (1483-1520. No norte da
Itália, Andrea Palladio (1518-1580) realizava um trabalho tão importante e original que acabou
influenciando a arquitetura inglesa dos séculos XVII e XVIII.
Todos eles dedicavam-se, sobretudo, à edificação de construções religiosas, das quais a mais ambiciosa é,
sem dúvida, a Catedral de São Pedro, em Roma. Foi iniciada por Bramante em 1506, continuada por
Michelangelo, acrescentada por Carlos Maderno (1556-1629) e adornada de colunas externas por
Giovanni
Em suma, pelo Renascimento adentro, o que preponderou nas construções religiosas e leigas da Itália foi o
estilo renascentista, mas a técnica da construção gótica foi de grande valia para os feitos dos grandes
arquitetos italianos.
ARQUITETURA RENASCENTISTA NO RESTO DA EUROPA
Surgiu na França, uma arquitetura renascentista inconfundível, cujos melhores exemplos são a fachada
interna do Museu do Louvre, obra de Pierre Lescot (1510-1578), e o Castelo de Anet, projeto de Philibert
Delorme (1515-1570). Os franceses foram resistentes em aceitar as inovações artísticas oriundas da Itália
e, apenas no século XVI, conseqüência da presença de muitos artistas italianos na corte de Francisco I, é
que começaram a adotá-las. Exatamente nos castelos franceses - sobretudo o de Blois e o de
Fontainebleau - a influência clássica é mais relevante.
OS PRÉDIOS SECULARES
Durante a renascença dois tipos de construção secular destacaram-se na Itália: o palazzo ou palácio, e a
villa. Os palácios, nos inícios do renascimento, constituíam uma edificação intermediária entre a fortaleza e
a casa senhorial. Sua estrutura particular era uma conseqüência das contínuas lutas políticas que se
desencadeavam nas cidades: não raro, os membros de um partido atacavam o palácio de um rival. Por
isso, os palácios constituíam verdadeiros blocos de pedra maciça.
O pátio renascentista conferia ao interior do palácio o aspecto elegante e sóbrio que falta ao exterior
da construção. Pela beleza do pátio interno, pode-se aquilatar a vida luxuosa que levavam os príncipes e
ricos mercadores do Renascimento.
Em muitas cidades italianas era comum que esses palácios fossem também estabelecimentos
comerciais. Os grandes mercadores e suas famílias habitavam o primeiro andar do edifício, enquanto que
o térreo era ocupado por lojas e armazéns.
A villa nada mais era senão uma adaptação da velha domus romana. Com sua loggia (galeria) e seus
amplos terraços, situa-se no centro de um imenso jardim. O mais característico exemplo dessa
construção é a Villa Capra, em Veneza, obra do arquiteto Palladio.
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ARQUITETURA BARROCA
Barroco (palavra cujo significado tanto pode ser pérola irregular quanto mau gosto) é o período da arte que
vai de 1600 a 1780, e se caracteriza pela monumentalidade das dimensões, opulência das formas e
excesso de ornamentação. É o estilo da grandiloqüência e do exagero. Essas características todas
podem ser explicadas pelo fato de o barroco ter sido um tipo de expressão de cunho propagandista.
O absolutismo monárquico e a Igreja da Contra-Reforma utilizaram o barroco como manifestação de
grandeza. Nascido em Roma a partir das formas do cinquecento renascentista, logo se diversificou em
vários estilos paralelos, à medida que cada país europeu o adotava e o adaptava à sua própria
idiossincrasia. Nações protestantes como a Inglaterra, por exemplo, criaram uma versão mais moderada do
estilo, com edifícios de fachadas bem menos carregadas que as italianas.
Um dos traços fundamentais desse vasto período é que durante seu apogeu as artes plásticas
conseguiram uma integração total. A arquitetura, monumental, com exuberantes fachadas de mármore e
ornatos de gesso, ou as obras de Borromini, caracterizadas pela projeção tridimensional de planos
côncavos e convexos, serviram de palco ideal para as pinturas apoteóticas das abóbadas e as
dramáticas esculturas de mármore branco que decoravam os interiores.
Na arquitetura barroca, os conceitos de volume e simetria vigentes no renascimento são substituídos pelo
dinamismo e pela teatralidade. O produto desse novo modo de desenhar os espaços é uma edificação de
proporções ciclópicas, em que mais do que a exatidão da geometria prevalece a superposição de
planos e volumes, um recurso que tende a produzir diferentes efeitos visuais, tanto nas fachadas quanto
no desenho dos interiores.
Quanto à arquitetura sacra, as proporções antropomórficas das colunas renascentistas foram duplicadas,
para poder percorrer sem interrupções as novas fachadas de pavimento duplo, segundo o modelo da
construção de Il Gesú, em Roma, primeira igreja da Contra-Reforma.
A partir de 1630, começam a proliferar as plantas elípticas e ovaladas de dimensões menores. Isso logo se
transformaria numa das características arquitetônicas típicas do barroco. São as igrejas de Maderno e
Borromini, nas quais as formas arredondadas substituíram as angulosas e as paredes parecem se curvar de
dentro para fora e vice-versa, numa sucessão côncava e convexa, dotando o conjunto de um forte
dinamismo.
O BARROCO FORA DA ITÁLIA E O ABSOLUTISMO
Quanto à arquitetura palaciana, o palácio barroco era construído em três pavimentos. Em vez de se
concentrarem num só bloco cúbico, como os renascentistas, parecem estender-se sem limites sobre a
paisagem, em várias alas, numa repetição interminável de colunas e janelas. A edificação mais
representativa dessa época é o Palácio de Versalhes, manifestação messiânica das ambições absolutistas
de Luís XIV, o Rei Sol, que pretendia, com essa obra, reunir ao seu redor - para desse modo debilitá-los -
todos os nobres poderosos das cortes de seu país. Seguindo o exemplo do Palácio de Versalhes, são
construídas nas diversas cortes européias palácios faustosos, cercados de jardins imensos, aproximandose
do que logo viria a ser o neoclassicismo
O Escorial, fusão de estilos e arquitetos, é de uma monumentalidade até então sem precedentes na
Europa. Na Itália, ao combinar essas proporções com uma profusa ornamentação maneirista, seus artistas
definiram o nascimento da arquitetura barroca.
ARQUITETURA ROCOCÓ
O rococó é um estilo que se desenvolveu principalmente no sul da Alemanha, Áustria e França, entre 1730
e 1780, caracterizado pelo excesso de curvas caprichosas e pela profusão de elementos decorativos
como conchas, laços, flores e folhagens, que buscavam uma elegância requintada, uma graça não raro
superficial. O nome vem do francês rocaille (concha, cascalho), um dos elementos decorativos mais
característicos desse estilo. Para muitos teóricos, o rococó nada mais é do que a coroação do barroco.
Porém, embora à primeira vista suas formas lembrem maneirismos ainda mais intrincados do que os do
período anterior, sua filosofia é bem diferente.
Existe uma alegria na decoração carregada, na teatralidade, na refinada artificialidade dos detalhes, mas
sem a dramaticidade pesada nem a religiosidade do barroco. Tenta-se, pelo exagero, se comemorar a
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alegria de viver, um espírito que se reflete inclusive nas obras sacras, em que o amor de Deus pelo
homem assume agora a forma de uma infinidade de anjinhos rechonchudos. Tudo é mais leve, como a
despreocupada vida nas grandes cortes de Paris ou Viena.
O estilo colorido e galante predomina principalmente na decoração do interior de igrejas, palácios e
teatros, mas também produz obras inquietantes na pintura e na escultura.
Na arquitetura, o rococó adquiriu importância principalmente no sul da Alemanha e na França. Suas
principais características são uma exagerada tendência para a decoração carregada, tanto nas fachadas
quanto nos interiores. As cúpulas das igrejas, menores que as barrocas, multiplicam-se. As paredes ficam
mais claras, com tons pastel e o branco. Guarnições douradas de ramos e flores, povoadas de
anjinhos, contornam janelas ovais, servindo para quebrar a rigidez das paredes. O mesmo acontecia com
a arquitetura palaciana.
A expressão máxima do rococó na arquitetura palaciana são os pequenos pavilhões e abrigos de caça
dos jardins. Construídas para o lazer dos membros da corte, essas edificações, decoradas com molduras
em forma de argolas e folhas, transmitiam uma atmosfera de mundo ideal. Para completar essa imagem
dissimulada, surgiam no teto, imitando o céu, cenas bucólicas em tons pastel.
A arquitetura dos irmãos Asam é fundamental dentro do rococó. Em sua série de igrejas do sul da
Alemanha, a decoração se sobrepõe à estrutura e o interior sobre o exterior do edifício, de planejamento
mais modesto. O paradigma do salão rococó é a Kaisersaal do Palácio de Wurzburg, onde a
ornamentação chega a um grau de extravagância quase quebradiça, tamanha a minúcia. Através de
ornatos de estuque, dourados, pinturas ilusionistas e figuras escultóricas que voam, as paredes quase
desaparecem, num efeito mágico de leveza.
NEOCLASSICO
Neoclassicismo é um movimento artístico que se desenvolveu especialmente na arquitetura e nas artes
decorativas. Floresceu na França e na Inglaterra, no fim do século XVII, por volta de 1750, sob a
influência do arquiteto Palladio (palladianismo), e mais tarde, em pleno século XVIII, com a revolução
francesa, estendeu-se para o resto dos países europeus sob o nome de classicismo, chegando ao apogeu
em 1830. Inspirado nas formas greco-romanas, renunciou às formas do barroco (que não tinha tido
grande repercussão na França e na Inglaterra) revivendo os princípios estéticos da antiguidade clássica,
relacionando fatos do passado aos acontecimentos da época.
Entre as mudanças filosóficas, ocorridas com o iluminismo, e as sociais, com a revolução francesa, a arte
deveria tornar-se eco dos novos ideais da época: subjetivismo, liberalismo, ateísmo e democracia.
No entanto, eram tantas as mudanças que elas ainda não haviam sido suficientemente assimiladas pelos
homens da época a ponto de gerar um novo estilo artístico que representasse esses valores. O melhor seria
recorrer ao que estivesse mais à mão: a equilibrada e democrática antiguidade clássica. E foi assim que,
com a ajuda da arqueologia (Pompéia tinha sido descoberta em 1748), arquitetos, pintores e escultores
logo encontraram um modelo a seguir.
Mais do que um ressurgimento de estética antiga, o Neoclassicismo relaciona fatos do passado aos
acontecimentos da época. Os artistas neoclássicos tentaram substituir a sensualidade e trivialidade do
Rococó por um estilo lógico, de tom solene e austero. Quando os movimentos revolucionários
estabeleceram repúblicas na França e América do Norte, os novos governos adotaram o neoclassicismo
como estilo oficial por relacionarem a democracia com a antiga Grécia e República Romana.
Surgiram os primeiros edifícios em forma de templos gregos, as estátuas alegóricas e as pinturas de temas
históricos. As encomendas já não vinham do clero e da nobreza, mas da alta burguesia, mecenas
incondicionais da nova estética. A imagem das cidades mudou completamente. Derrubaram-se edifícios e
largas avenidas foram traçadas de acordo com as formas monumentais da arquitetura renovada, ainda
existentes nas mais importantes capitais da Europa.
PAISAGEM CLÁSSICA
Especialmente na Inglaterra, a idéia de situar uma casa de campo numa paisagem idealizada foi
sucesso. Paisagens naturais insatisfatórias foram transformadas nas mais delicadas de todas as
paisagens clássicas: surgem os jardins ingleses.
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O CLASSICISMO NORTE-AMERICANO
Thomas Jefferson (1743-1826) estabeleceu o que quase pode ser chamada de arquitetura oficial dos
Estados Unidos. Como principal autor da Declaração de Independência e um dos primeiros presidentes da
república, a influência de Jefferson foi grande. Adotou o estilo palladiano, que varrera a Grã-Bretanha 50
anos antes, e era considerado chic na França. O estilo de Palladio foi adotado para a residência oficial do
presidente, a Casa Branca, em Washington.
A grandiosidade da visão de Jefferson, o classicismo a serviço da democracia, combinou-se com uma
maneira classicista nativa de edificação, que vinha se estabelecendo nos Estados Unidos desde os dias em
que se estabeleceram os colonizadores.
O edifício segue a Maison Carré, mas distancia-se do original por aumentar sua escala e não reproduzir as
colunas caneladas do templo. Sua seção central foi a primeira estrutura a combinar ambas as casas
legislativas sob o mesmo teto
REVOLUÇÃO FRANCESA
A Revolução Francesa não só marcou o fim do governo absolutista da realeza na Europa, como também
minou o poder da aristocracia e viu a lenta ascensão da democracia. Após a revolução, instaura-se a
época do terror, onde qualquer um pode ser levado à guilhotina. Este é o motivo que faz com que Napoleão
Bonaparte tome o poder, e se coroe imperador.
Exemplos da arquitetura neoclássica de Napoleão são a Madeleine e o Arco do Triunfo.
A Igreja de Madeleine, de Vignon, é uma amostra incontestável do retorno da arquitetura clássica que se
verificou durante a época napoleônica. São edifícios grandiosos de estética totalmente racionalista:
pórticos de colunas colossais com frontispícios triangulares, pilastras despojadas de capitéis e uma
decoração apenas insinuada em guirlandas ou rosetas e frisos de meandros. Só com o triunfo da burguesia
e o estado laico se compreende uma contradição desse tipo num edifício religioso.
Surgido para dar sustentação à revolução francesa e depois ao império, o neoclassicismo, no entanto, se
apóia principalmente nos países da aliança contra Napoleão, como a Alemanha e a Inglaterra. Durante
este período, as cidades foram invadidas por edificações colossais, como o célebre Arco do Triunfo, em
Paris, construído em homenagem às vitórias de Napoleão. Nele evitou-se ao máximo recorrer aos
ornamentos romanos, como as colunas clássicas. Construído em homenagem às vitórias de Napoleão,
evitou-se ao máximo recorrer aos ornamentos romanos, como as colunas clássicas.
REVIVESCENCIA GREGA
A Grécia foi vista como a raiz da arquitetura ocidental. A opinião, no século XVIII, era de que não havia
arquitetura mais perfeita que a ateniense. O Parthenon era o modelo. A arquitetura mais perfeita de todas,
era racional e natural.
Foi na Prússia que a revivescência grega foi mais evidente. Sob o governo de Frederico, o Grande, a
arquitetura grega tornou-se um símbolo deste novo e poderoso Estado. A entrada para a capital de
Frederico, Berlim, possui o famoso Portão de Brademburgo.
A revivescência grega fez-se sentir na Áustria, na Polônia, na Hungria, na Suécia, na Finlândia.
Este imponente portão, baseado na Propylaea, na Acrópole de Atenas, completou arquitetonicamente o
bulevar Unter den Linden e foi utilizado como alfândega. Mais recentemente, tornou-se o símbolo da divisão
e posterior reunificação da Alemanha
SCHINKEL
O maior arquiteto da revivescência grega foi o prussiano Schinkel. No entanto, Schinkel, mais traduziu que
copiou a arquitetura grega. O que mais caracteriza a sua arquitetura não é simplesmente a beleza de
seus edifícios, mas o seu rigor. Schinkel foi, talvez, o primeiro funcionalista de verdade. Seus edifícios
são perfeitos para as tarefas que lhes foram atribuídas, alem de usar tecnologia e materiais novos.
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Schinkel era um funcionário público sustentado por um gabinete governamental. Na sua pessoa, vemos o
surgimento, na história da arquitetura, do administrador-arquiteto.
RÚSSIA IMPERIAL
No início do séc XVIII Pedro, o Grande, decide construir uma nova cidade na Rússia: São Petersburgo. A
corte russa era fascinada por tudo o que vinha da França. Foi assim que o estilo neoclássico napoleônico
ofereceu o impulso para os edifícios descomunais. Na verdade, após a derrota de Napoleão na Rússia, é
que a arquitetura russa imperial chegou ao seu clímax.
Catarina, a Grande, empregou não apenas arquitetos italianos e russos, mas franceses e escoceses. A
Catedral da Virgem de Kazan, em São Petersburgo, é inspirada na basílica de São Pedro, em Roma, e pela
vila Badoer, de Palladio.
A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A Revolução Industrial inicia na Inglaterra, na década de 1750. A revolução industrial prometia
mecanizar, também, a arquitetura, e extinguir o artesão. Os primeiros monumentos estruturais da era
industrial foram construídos por engenheiros. Foram necessários muitos anos para que a maioria dos
arquitetos estivesse preparada para aceitar o fato que os engenheiros estavam projetando algumas das
estruturas mais belas e mais baratas que o mundo já vira.
No entanto, não percebendo a evolução, a maioria dos arquitetos persistia na "batalha dos estilos" que
continuaria até a primeira guerra mundial, enquanto a Europa recém industrializada produzia suas fábricas.
Como os arquitetos reagiam aos desafios e oportunidades da Revolução Industrial? A maioria achou difícil
ou, simplesmente, impossível.
Em Paris, foram utilizados ferro fundido e metal de maneira ousada no interior grandioso da Biblioteca
Nacional. O interior claro e arejado da sala de leitura exibe novos materiais.
As estruturas de ferro fundido podiam ser vistas como o esqueleto do edifício, mas a pele tinha de ser
de outra coisa. O museu da Universidade de Oxford exibe esqueletos de dinossauros sob abóbadas de
ferro fundido. No entanto, a pele do edifício é em gótico veneziano.
Um dos edifícios mais radicais e importantes de todos os tempos é o Palácio de Cristal. Foi o Parthenon
da era industrial. Foi, porque este templo de ferro foi consumido pelo fogo em 1936. O Palácio de Cristal
foi escolhido entre mais de 250 projetos, para abrigar a grande exposição de Londres de 1851. Foi a
chance da Inglaterra exibir os frutos da revolução industrial para o mundo, e o Palácio foi visitado por seis
milhões de pessoas. Foi a primeira construção pré-fabricada de grande escala, com materiais modernos, do
mundo.
Na verdade, prenunciava-se os grandes edifícios envidraçados do século XX. O Palácio não apenas
sugeriu a arquitetura de aço e vidro do séc. XX, mas permaneceu na mente dos arquitetos que tinham a
visão de futuro.
AS FERROVIAS
Os primeiros edifícios ferroviários refletiam a mentalidade do séc XIX do que era o domínio dos
engenheiros, e do que era domínio dos arquitetos. As ferrovias iniciaram-se na Inglaterra. A Estação de
São Pancras, em Londres, tem a estrutura em arcos metálicos, e a fachada gótica.
Um aspecto importante da chegada das ferrovias foi a velocidade sem precedentes que arquitetos e
construtores puderam transportar idéias, desenhos e materiais através dos países e dos continentes. Isto
tinha o lado bom, e o ruim: bons arquitetos podiam elevar os padrões construtivos e estéticos de cidades
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antes negligenciadas, mas os edifícios poderiam ficar muito semelhantes entre sí. A febre de casas de
tijolos vermelhos que sufocou a Inglaterra vitoriana espalhou-se com a ajuda das ferrovias.
CIDADES INDUSTRIAIS
A revolução industrial não somente levou o povo do campo para a cidade, mas deu um grande impulso
à construção civil, já que a partir daquele momento as casas poderiam ser construídas em massa. A
paisagem urbana, primeiro na Inglaterra, depois na Europa, nos Estados Unidos e, pouco a pouco, em boa
parte do resto do mundo, mudou para sempre.
A instantaneidade com que os bairros pobres foram construídos foi tão espantosa quanto a velocidade
com que as ferrovias atravessaram o mundo. A cidade industrial havia nascido. Os problemas se somavam.
Era preciso um novo tipo de profissional, o planejador urbano, alguém que tivesse em mente como uma
cidade poderia melhor funcionar e ser um lugar descente e saudável para viver.
No fim o séc XIX a questão não apenas de como o operário deveria viver, mas de como uma cidade
moderna e saudável deveria ser, era predominante entre os arquitetos. A solução mais radical, foi a criação
da cidade-jardim. Concebida pelo reformador social Howard, a idéia era de cidades com 35.000
habitantes, que deteriam o crescimento de Londres.
Letchworth foi a primeira dessas cidades ideais, e foi iniciada em 1903. No entanto, como foi estabelecida
de forma excêntrica, tornou-se o paraíso de vegetarianos, abstêmios, adeptos da cura natural e intelectuais.
Os operários pobres dos bairros de Londres iam em excursão à Letchworth, para rir dos seus moradores.
PUGIN E A REVIVESCENCIA GÓTICA
Nascido na França e criado na Inglaterra Puglin desejava, apaixonadamente, recriar um mundo medieval
e, acima de tudo, católico (religião tornada ilegal na Inglaterra a partir de Henrique VIII e só permitida a
partir de 1829). Usou as ferrovias para construir por toda a Grã Bretanha igrejas católicas, para uma
comunidade renascida. Puglin foi o responsável pela modelagem interior e pelo detalhamento exterior do
Palácio de Westminster.
A revivescência gótica chegou a praticamente todas as partes do mundo, impelido por uma onda de
vigoroso e reanimado cristianismo. Encontra-se obras neo góticas em Melbourne, Xangai, Bombaim,
Japão, Seul, Coréia.
O estio gótico revivido não seria apenas para igrejas. Como demonstrou Puglin, por ser o neo gótico
flexível, recebeu todos os tipos de uso: prefeituras, casas de ópera, tribunais de justiça, estações
ferroviárias, grandes hotéis.
O imponente estilo gótico do Parlamento de Londres é uma recriação anacrônica dos arquitetos Barry e
Puguin. Nele, a exaltação dos estilos nacional (gótico vertical inglês) é a constante do período.
ROMANTISMO – DECADÊNCIA MONUMENTAL – ESTILO LIVRE
O romantismo foi um movimento artístico e intelectual ocorrido na Europa, principalmente na literatura e
filosofia, que se estendeu, aproximadamente de 1800 a 1850, para depois alcançar as artes plásticas.
Diante do racionalismo anterior à revolução, ele propunha a elevação dos sentimentos acima do
pensamento. Curiosamente, não se pode falar de uma estética, estilo, técnica ou atitude tipicamente
romântica, visto que nenhum dos artistas se afastou completamente do academicismo, mas sim de uma
homogeneidade conceitual pela temática das obras.
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A iconografia romântica caracterizou-se por sua estreita relação com a literatura e a poesia, especialmente
com as lendas heróicas medievais e dramas amorosos, assim como com as histórias recolhidas em países
exóticos, metaforizando temas políticos ou filosóficos da época e ressaltando o espírito nacional. Não se
pode esquecer que o romantismo revalorizou os conceitos de pátria e república. Papel especial
desempenharam a morte heróica na guerra e o suicídio por amor.
A arquitetura e a escultura românticas se caracterizaram por sua linguagem nostálgica e pela pouca
originalidade. Quando não se mesclaram estilos históricos obtendo-se obras bem mais ecléticas,
reproduziram-se fielmente castelos e igrejas medievais, estilo que foi chamado de neogótico. Mistura de
patriotismo com um lirismo gótico irracional, o castelo do rei louco Ludwig II da Baviera emerge como um
sonho impossível do século passado.
A arquitetura do romantismo foi definitivamente historicista. No início do século XIX, deu-se o movimento
do ressurgimento das formas clássicas, chamado de neoclassicismo; mais tarde, apareceram as
manifestações neogóticas, consideradas ideais para igrejas e castelos e, em determinados casos, como na
Inglaterra, inclusive para edifícios governamentais. Esse reaparecimento de estilos mais antigos teve
relação com a recuperação da identidade nacional.
Em Paris experimentou-se um renascimento do barroco, como aconteceu em Viena. Um caso à parte foi
a Alemanha que, sob a orientação de Luís II da Baviera, experimentou arquiteturas neo-otônicas, neoromânicas
e neogóticas, além das neoclássicas já existentes. A Europa estava voltada para a construção
de edifícios públicos e, esquecendo-se do fim último da arquitetura, abandonava as classes menos
favorecidas em bairros cujas condições eram calamitosas.
Na Espanha deu-se um renascimento curioso na arte mudéjar na construção de conventos e igrejas, e na
Inglaterra surgiu o chamado neogótico hindu. Este último, em alguns casos, revelou mais mau gosto do
que arte.
Este capricho oriental do inglês Nash, fusão desconcertante dos estilos chinês, hindu, islâmico e bizantino é
uma boa amostra do extremo a que se chegou durante o período na busca do exótico e na exaltação do
passado.
Idéias, pessoas e matérias viajavam rápido na segunda metade do séc XIX. A impressão era de que
qualquer coisa era possível e, para alguns arquitetos, era mesmo. Com o declínio do classicismo e a
oferta de diversidade da revivescência gótica, um número crescente de arquitetos misturaram de
tudo.
MORALIDADE E ARQUITETURA
A partir de meados do séc XIX, não apenas os arquitetos e seus clientes olharam para o passado, mas
tentaram recriá-lo. Mais que isso, eles tinham os meios tecnológicos e financeiros para fazer o que
quisessem com a história da arquitetura. O resultado foi uma enxurrada de bobagens vulgares. Nasce,
então, a crítica : a sociedade precisava pensar sobre o que fazia, e os motivos por que fazia.
Dois ingleses vitorianos, Morris e Ruskin, tiveram grande participação neste processo. Eles afetaram o
pensamento e a obra não apenas dos arquitetos, criadores e artesãos do movimento Artes e Ofícios, mas
dos arquitetos que vieram a construir casas operárias na Europa e de alguns dos mais radicais arquitetos
do séc XX, sendo Le Corbusier o maior deles.
A arquitetura havia perdido a inocência do séc XIX, tornara-se consciente de sí mesma num grau em que
nunca fora, nem mesmo quando os maneiristas estavam em seu auge, na Itália do séc XVI. Como valia
tudo, era tempo de parar e pensar. O que realmente importava? Como a arquitetura deveria servir à
sociedade? E, se era possível uma sociedade melhor, o que o arquiteto poderia fazer por ela? Essas eram
perguntas que, às vezes de maneira inteligente, outras de maneira desastrosa, os arquitetos tentariam
responder durante o séc XX. Morris e Ruskin as apresentaram: ninguém tinha as respostas ainda.
MÁQUINAS PARA TRABALHAR
Os Estados Unidos impulsionaram os novos desenvolvimentos com um dinamismo que chocou a Europa.
Com a deflagração da 1ª Guerra Mundial a terra dos direitos individuais, da liberdade de expressão e da lei
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das armas de fogo era, claramente, o líder econômico mundial. Foi então nos EUA que a arquitetura
começou a grande ruptura com o passado. Finalmente, vemos a estrutura metálica e a arquitetura essencial
do séc XX irromperem. A arquitetura de Chicago inicia uma nova era na história da arquitetura.
RUMO AOS CÉUS
O Edifício Woolworth, construído entre 1910 e 1913 em Nova York, foi, por 25 anos, o mais alto do mundo.
Dominava o horizonte de Nova York e, exceto pela Estátua da Liberdade, era a primeira visão dos
imigrantes europeus que chegavam pela costa leste. Sua torre com 241 metros de altura falava aos que
chegavam, de um país absolutamente confiável e comercialmente ousado.
ARTES E OFÍCIOS
Encorajados por Morris e Ruskin, os arquitetos do movimento Artes e Ofícios inglês, abominavam a era da
máquina e detestavam o uso de estruturas de aço e concreto armado que haviam se interposto em sua
visão pseudomedieval. Queriam casas inglesas construídas por honestos artesãos ingleses. Tudo deveria
ser feito à mão. Apenas materiais locais deveriam ser usados. As formas de construção deveriam ser
honestamente expressas. Para eles, as casas do estilo Artes e Ofícios ofereciam uma fuga à dura realidade
da Inglaterra industrial.
Alem do mundo refinado da casa de campo inglesa, o movimento Artes e Ofícios afetaria o projeto da
casa comum ou suburbana do séc XX, dos conjuntos residenciais dos governos locais e de casas
grandiosas e humildes em toda a extensão do império britânico.
MODERNISMO – ART NOUVEAU
Modernismo é uma designação comumente dada a diversos movimentos literários e artísticos surgidos
na última década do século XIX, tais como o expressionismo, o cubismo, o fovismo, o futurismo, o
dadaísmo, o surrealismo, etc. Esta corrente artística, com preferência por tudo quanto é moderno e com
facilidade para aceitar inovações, adotando idéias e práticas modernas que o uso ainda não consagrou,
surgiu como resposta às conseqüências da industrialização, revalorizando a arte e sua forma de realização.
O modernismo (ou Art Noveau), cujo termo foi tomado da Maison de l'Art Noveau (loja aberta pelo
comerciante alemão Sigfried Bing em Paris, no ano de 1895), difundiu-se pelo resto da Europa com
diferentes traduções: Modernismo, na Espanha; Jugendstil, na Alemanha; Secessão, na Áustria; e Modem
Style, na Inglaterra e Escócia, com características próprias em cada um desses países.
Foram as primeiras exposições internacionais organizadas nas capitais européias que contribuíram para
forjar uma certa homogeneidade estilística do modernismo. A arquitetura foi a disciplina integral à qual se
subordinaram as outras artes gráficas e figurativas, reafirmando o aspecto decorativo dos objetos de uso
cotidiano, mediante uma linguagem artística repleta de curvas e arabescos, de acentuada influência
oriental.
Contrariamente à sua intenção inicial, o modernismo conseguiu a adesão da alta burguesia, que apoiava
entusiasticamente essa nova estética de materiais exóticos e formas delicadas, e não teria sido possível
sem a subvenção desses ricos mecenas. O objetivo dos novos desenhos reduziu-se meramente ao
decorativo, e seus temas, como que surgidos de antigas lendas, não tinham nada em comum com as
propostas vanguardistas do início do século.
Em Barcelona, o arquiteto catalão Antoni Gaudí (1852-1926) revolucionou a arquitetura com uma obra
totalmente simbolista e natural, constituindo por si só um estilo. Gaudí não foi apenas um gênio
transbordante de idéias novas. Seus conhecimentos de engenharia e seu sentido prático tornaram-no
também um pioneiro de melhorias estruturais modernas na construção de edifícios. As fantasmagóricas
sacadas da Casa Batlló estão entre os exemplos mais brilhantes do estilo de Gaudí, que funde elementos
medievais, desenhos de plantas e animais e inúmeras curvas sinuosas.
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CONTEMPORÂNEA
Contemporâneo é o termo utilizado para designar as mudanças ocorridas na arte nos meados do século
XIX e durante o século XX. Como aconteceu no campo das outras artes, a arquitetura também modificou
os princípios estéticos vigentes, recorrendo ao emprego das novas técnicas e materiais industriais, como o
concreto, o aço laminado e o vidro em grandes dimensões.
Durante muito tempo, a arquitetura esteve voltada para a decoração de grandes igrejas, palácios e
mansões de uma clientela privilegiada. Os ornamentos que embelezavam as casas de uma pequena elite
rica constituíam o trabalho central dos arquitetos. No final do século XIX, o desenvolvimento industrial e
tecnológico colocava à disposição dos arquitetos novos materiais e sugeria novas maneiras de aproveitar
materiais já existentes. Assim, o ferro fundido e o aço, já utilizados nas construções desde o século XVIII,
mas, por serem considerados pouco estéticos, permaneciam escondidos no interior das construções,
adquiriram maior destaque.
A industria da época colocava também novas necessidades e possibilidades, conseguindo produzir, aos
milhares, as diversas partes dos edifícios, que antes eram confeccionados manualmente. Esta revolução
industrial mudou o contexto tecnológico e social da construção e, portanto, os preceitos e objetivos
tradicionais da composição arquitetônica perderam validez. Foi aproximadamente a partir de 1840 que os
principais artistas e críticos procuraram novas formas de abordar problemas construtivos.
Essas transformações prenunciavam, claramente, o fim de uma era da arquitetura com suas velhas
concepções de beleza. Mas a adequação entre a arquitetura e essa nova época não se realizou de
imediato. Somente após um vigoroso movimento que reuniu, na Alemanha, arquitetos, pintores e escultores,
a linguagem e as concepções tradicionais da arquitetura foram totalmente substituídas. Este movimento,
que marca ainda a arquitetura e o desenho industrial contemporâneos, teve como centro a escola que
sistematizou e realizou os novos conceitos, a Bauhaus (casa de construção).
BAUHAUS
A Bauhaus ou Escola de Weimar, fundada em Weimar (1919) pelo arquiteto Walter Gropius, pretendia
combinar a Academia de Belas Artes e a Escola de Artes e Ofícios de Weimar. Baseando-se nos
princípios do escritor e artesão do século XIX William Morris e no movimento Arts & Crafts, afirmava que a
arte devia responder às necessidades da sociedade, sem fazer distinção entre as Belas Artes e o
artesanato utilitário. Concentrando suas atenções no projeto da estrutura das construções e não em seus
ornamentos, enfatizava a utilidade e a funcionalidade. Conduzindo a arquitetura à "idade da máquina",
pregava o aproveitamento de todas as vantagens resultantes do desenvolvimento tecnológico. Dessa
maneira pretendia unir a arte à industria.
BAUHAUS - ARTE E INDÚSTRIA
Inovadores culminaram na obra do alemão Walter Gropius, designado diretor da Escola de Arte de Weimar
depois da I Guerra Mundial. Ao terminar a guerra, em 1919, Gropius assumiu a direção da Escola de Arte
de Weimar, inaugurando-a com o nome de Staatliches Bauhaus. O principal objetivo da escola era
aproximar o mundo da arte ao mundo da produção industrial, formando artífices cujo trabalho deveria
fundamentar-se sobre o princípio da cooperação.
Para Gropius, a era do artista isolado e marginal chegara ao fim. O amadorismo característico das
academias de arte deveria ceder lugar à competência técnica, considerada a verdadeira fonte de inspiração
criadora. A fusão entre arte, artesanato e indústria permitia a formação dos projetistas modernos, que, antes
de tudo, deveriam estar aptos a orientar a indústria quanto à forma de seus produtos. Derrubando as
barreiras que separavam a arte da ciência, a arte passaria a ser parte integrante da vida.
A Bauhaus aglutinava artistas de todas as áreas: além da arquitetura, pintura e escultura, outras atividades
como o teatro, a dança e a fotografia também eram praticadas. Gropius tornava a Bauhaus o ponto de
encontro de todas as artes e idéias mais inovadoras da época. Sem pretender criar um estilo, a Bauhaus
mantinha-se aberta a todos os movimentos, comportando expoentes do construtivismo, do cubismo e da
arte abstrata, e seus professores eram alguns dos maiores artista do século: Kandinsky, Klee, Moholy-Nagy,
Feininger, Schlemmer. Preocupada em exercer uma influência estimulante na arte de projetar, a Bauhaus
reagia violentamente contra a arquitetura tradicional e inadequada ao mundo moderno.
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Durante a breve República de Weimar (1919-1933), as prefeituras socialistas de muitas cidades
enfrentaram problemas, decorrentes da crise econômica por que passou a Alemanha após a I Guerra
Mundial e da grave escassez de moradias nos grandes centros urbanos. Com o objetivo de solucionar estes
problemas, e contando com um programa social, a Bauhaus pesquisou o conceito de Existenzminimum
(mínimo espaço habitável), declarando que os conhecimentos técnicos deveriam ser aplicados para
melhorar as condições de vida do conjunto da sociedade e não apenas uma elite. Sob este ponto de vista,
os arquitetos com sensibilidade e consciência social se utilizaram dos materiais industriais e rejeitaram os
materiais caros e exóticos, tentando aproveitar as qualidades dos recursos mais baratos.
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