domingo, 10 de junho de 2012

CATEDRAIS MEDIEVAIS NA ITÁLIA

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Todas as fotos deste post são de obras de Pugin O estilo de uma época pode ser um fator de regeneração social, cultural, moral e religiosa? Evidentemente, depende do estilo. Mas, em concreto, a arquitetura da cidade medieval poderia ser – e segundo veremos abaixo, historicamente o foi – um fator poderoso para a recuperação social e moral de um país. E, em concreto, para a Gra-Bretanha do século XIX, segundo o mais famoso arquiteto inglês dessa época A. W. N. Pugin. Pugin é o criador do famoso Big Ben, hoje símbolo de Londres e da Inglaterra. Augustus Welby Northmore Pugin, nascido em Londres em 1º de Março de 1812, tinha apenas 24 anos quando publicou o livro Contrastes. O autor ofereceu nele todo um programa que redefiniu a arquitetura como uma força moral, imbuída de significado político e religioso. Foi um primeiro ensaio sobre os problemas da cidade moderna. Uma década depois, aconteceram os primeiros surtos de cólera e alguns dos piores episódios de agitação civil na história britânica. Em Bristol o Palácio do Bispo foi queimado pelos manifestantes, e em Nottingham o castelo foi destruído. Foto aérea da cidade de Tallinn, Estônia, modelo vivo de uma cidade medieval saudável, bonita que convida à virtude numa existência aprazível A mensagem de Pugin era simples: se algo está errado em nossas cidades, algo está errado conosco, sendo necessárias reformas na sociedade e na arquitetura. Em Contrastes ele defendeu um renascer da arquitetura gótica medieval, e com ela um retorno à fé e às estruturas sociais da Idade Média. Cada desenho reproduzia um prédio urbano moderno comparado com o seu equivalente no século XV. Assim, a representação de uma pousada no estilo tardio da época do rei George, construída grotescamente num bloco de casas geminadas, aparecia ao lado do Hotel Angel de Grantham com suas sacadas encantadoras e suas adegas repletas de cerveja. Um de seus mais lucrativos empregos consistiu em fornecer detalhes decorativos para o projeto vencedor do Parlamento de Londres. Ele desenhou alguns de seus mais admirados ambientes, como o interior da Câmara dos Lordes. Rothenburg-ob-der-Tauber, Alemanha, é outro exemplo de ambiente medieval próspero, belo, saudável, que fala para a alma e convida a viver bem na amizade. Pugin quis reconstruir a Grã-Bretanha através de uma arquitetura de tipo medieval católica. Foi uma cruzada inimaginável, mas o sucesso foi maior do que o esperado. Quando completou 30 anos, Pugin havia construído 22 igrejas, três catedrais, três conventos, meia dúzia de casas, escolas diversas e um mosteiro cisterciense. continua no próximo post (Fonte: Excertos de Rosemary Hill, autora de "Arquiteto de Deus: Pugin e a construção da Grã-Bretanha romântica" (Penguin Ed.). Clarin Arquitectura, Buenos Aires, 2012/05/03) GLÓRIA CRUZADAS CASTELOS CATEDRAIS HEROIS ORAÇÕES CONTOS SIMBOLOS Postado por Luis Dufaur às 03:30 0 comentários Share | Marcadores: Big-Ben, Estônia, Inglaterra, Leeds, Pugin, Rothenburg ob der Tauber, Tallinn terça-feira, 22 de maio de 2012 Professor medieval: cavaleiro andante no mundo do pensamento Eu peguei restos de uma concepção do homem que vai espantar muito aos senhores. A mais bela condição para o homem civil era ser professor universitário. Mas professor universitário especialmente, porque ele era uma espécie de cavaleiro andante no mundo do pensamento. Então, ele ia refutar os sofismas abomináveis, e ia esmagar os hereges mostrando que estavam falsos nisso, naquilo, naquilo outro, e passava a vida pensando nisto e combatendo os inimigos de Cristo com o pensamento. Bom, o arquétipo disso foi São Tomás de Aquino. Hoje seria um exagero estender a figura de São Tomás de Aquino a todos os professores universitários. Mas, na Idade Média não, porque ele encarnava um ideal que muitos professores universitários procuravam seguir. O professor universitário que não vara com a espada os inimigos da fé, mas vara com a argúcia da inteligência os erros contrários à fé, ele forma alunos que são por sua vez capazes de perfurar as heresias, e assim construir as muralhas de pensamento que defendem a fé. Então, ele é mais ou menos do que o guerreiro? Aos professores Nossa Senhora chamou para horizontes mais insaciáveis. São Tomás de Aquino, até onde ele foi? E quanto outros, não é verdade? O que é preciso é que cada um na sua condição e sem ter a ambição de se promover, tenha as mais altas cogitações e queira fazer do modo mais perfeito aquilo que é próprio à sua profissão. (Fonte: Plinio Corrêa de Oliveira, 28/2/91. Sem revisão do autor) GLÓRIA CRUZADAS CASTELOS CATEDRAIS HEROIS ORAÇÕES CONTOS SIMBOLOS Postado por Luis Dufaur às 03:00 0 comentários Share | terça-feira, 8 de maio de 2012 O guerreiro medieval participava da glória do martírio. Beleza do cavaleiro andante De um certo ponto de vista, o homem de paz, de uma profissão pacífica, era muito mais do que o guerreiro. Mas de outro ponto de vista ele era muito menos. Porque o guerreiro corria o risco por Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele dava a vida por Nosso Senhor e ali entravam a glória incomparável do martírio. Toda santidade tem glória, mas o martírio tem uma glória especial. Dessa glória era participante o guerreiro que guerreia por Deus, por Nossa Senhora, etc. Uma forma de cavalaria que se adulterou muito, etc., mas cujo ideal era muito bonito, era a cavalaria andante. O cavaleiro que ia sozinho ou em grupo de dois ou três por vales e montes, para procurar as injustiças para reparar. Então, defendia as viúvas, os órfãos, os pobres oprimidos por um senhor tirânico, etc. Enfim, ele restaurava a prática da Lei de Deus onde quer que se encontrasse. É muito bonito. Então, ver no alto de uma montanha a silhueta de um cavaleiro que anda. Está à procura do quê? De um mal a esmagar. Do alto de uma montanha — eu estou pensando nas montanhas da Espanha, que são magníficas porque dão a impressão de que elas caíram do céu durante um acontecimento cósmico fabuloso —num cavalo magro, um cavaleiro vai andando com o sol batendo na couraça, no capacete, e não prestando atenção em nada. O que ele está fazendo? É um cavaleiro andante que está à procura de uma injustiça para reparar. É muito bonito. Historicamente isso se deteriorou, mas é muito bonito. (Fonte: Plinio Corrêa de Oliveira, 28/2/91. Sem revisão do autor) GLÓRIA CRUZADAS CASTELOS CATEDRAIS HEROIS ORAÇÕES CONTOS SIMBOLOS Postado por Luis Dufaur às 03:00 1 comentários Share | terça-feira, 24 de abril de 2012 Maravilhosa estabilidade do povinho medieval: trabalho sem pressa, sem aflição –crônicas da família Em geral, as iluminuras da Idade Média representam um operário trabalhando no seu métier, uma dona de casa cozinhando ou costurando, ou um calígrafo no seu pupitre desenhando uma letra. Em cima tem um passarinho, e o passarinho tem um rolinho de pergaminho no qual se encontra um trecho da Escritura, umas coisas assim. Todos eles são representados com uma coisa que eu não me farto de admirar quando me cai debaixo dos olhos: o sossego, a estabilidade, a tranqüilidade e o gosto de viver na repetição das mesmas coisas, no interior do mesmo ambiente, fazendo o mesmo trabalho que leva longos dias, meses e, às vezes, anos, executado sem pressa, contanto que ele saia perfeito. Representa mais ou menos o que na ordem material representa a lei da gravidade. A lei da gravidade no campo artístico é uma coisa sem valor porque é a força que nos puxa para um elemento vil como é a terra. Mas sem a gravidade o mundo todo estaria louco. E sem este estilo de vida representado nessas iluminuras medievais, o mundo enlouqueceria. O pequeno burguês, o operário qualificado ou não qualificado, o pedreiro medieval podiam passar cinco anos cinzelando uma volta de uma coluna de uma catedral. Faziam isso sem pressa, sem aflição, e terminavam o dia na hora em que se reza o Ângelus. Ele terminava o trabalho do dia, guardava os instrumentos, ia para casa direto, sem estar borboleteando pelas ruas à procura de aventuras, e encontrava a mulher que estava preparando o jantar para ele. Ele se sentava, os filhos se punham em torno dele, calçava uns chinelões que seriam bons para pés de elefantes, e começava então a doutorar, a contar histórias da família, dos antepassados, da região; depois lê um trecho da Escritura, da vida dos Santos, etc. E uma coisa tocante era que naquele tempo em toda casa, por mais modesta que fosse, a família escrevia seu livro de história. Nele se registrava o que aconteceu na família: Hoje nasceu Carlinhos, filho da Maria e do Pedro pedreiro. Ele é forte, tem não sei o quê... mas nasceu com o nariz torto. Não tinha remédio. Mais adiante: Fulano e o irmão dele foram despedidos do emprego. Ele foi ato contínuo contratado para ir servir em Valença, no condado de Barcelona. Mas ele antes de ir quer fazer uma peregrinação a tal lugar assim da Itália, depois voltará e deve estar em Barcelona em tal data. Assim, tudo que acontecia iam tomando nota, etc., etc., e de vez em quando, nas longas noites de inverno em que anoitecia cedo e levava muito tempo para o pessoal dormir, lia-se o livro de memórias do passado da família. Essa estabilidade eu acho maravilhosa. Essa estabilidade do povinho eu ainda peguei muito, porque em frente minha casa na rua Barão de Limeira havia todo um renque de casas operárias misturadas com as casas das melhores famílias de São Paulo, porque o terreno valia pouco. Eu via os operários viverem e achava a vida deles muito mais sossegada que a nossa. Sempre que eles entravam em casa, entravam pé ante pé, devagar. Em geral, quando eu era moço, os rapazes da família entravam na minha casa subindo a escada de dois em dois, e mal chegavam acima já iam tirando não sei o quê. E eu, que sou amigo do sossego, suspirava e dizia: “Afinal, aqueles operários lá não ficaram com o melhor da vida?” O que havia nessa atitude do povinho medieval? Era o recolhimento. E a compreensão do nexo com o que há entre o mais alto e mais sobrenatural com as coisas menores e mais sem importância. Uma dona-de-casa preparando as malas dela — as malas! hoje se viaja com uma mala só, porque os vestidos não ocupam quase volume — para ir passar uma temporada na casa de uma prima. E ela, enquanto se prepara, se lembra de Nossa Senhora preparando a viagem para visitar Santa Isabel e ficava pensando naquilo, etc., etc. Depois, antes de ir embora, pede a Santa Isabel que proteja a viagem, vai... assim... tudo isso é densamente impregnado de perfume, de aroma sobrenatural. (Fonte: Plinio Corrêa de Oliveira, 28/2/91. Sem revisão do autor) GLÓRIA CRUZADAS CASTELOS CATEDRAIS HEROIS ORAÇÕES CONTOS SIMBOLOS Postado por Luis Dufaur às 02:30 0 comentários Share | terça-feira, 10 de abril de 2012 Sindicatos da Idade Média: com espírito familiar trazendo concórdia e alegria para o trabalho “Elas (as corporações) se glorificavam por suas obras de caridade. Os joalheiros obtiveram assim permissão para vender nas festas dos apóstolos, no domingo e nos feriados em geral. Tudo o que o joalheiro ganhasse então era colocado na caixa da confraria, e do dinheiro desta caixa dava-se todo ano, no dia da Páscoa, um jantar aos pobres do Hospital de Paris. Na maioria dos ofícios, os órfãos da corporação são educados às suas custas. “Tudo se passa numa atmosfera de concórdia e de alegria, da qual o trabalho moderno não pode dar uma idéia. “As corporações e confrarias tinham cada uma suas tradições, suas festas, seus ritos piedosos e cômicos, canções e insígnias. “Ainda segundo Thomas Deloney, para ser adotado como filho do “nobre ofício” um sapateiro deve saber “cantar, soar o corno, tocar flauta, martelar, combater com a espada e cantar seus instrumentos de trabalho em versos”. “Nas festas da cidade e nos cortejos solenes, as corporações expunham seus estandartes e ocupavam lugares de destaque. São pequenos mundos extraordinariamente vivos e ativos, que dão à cidade seu impulso e sua fisionomia original. “Em resumo, não se poderia melhor caracterizar a vida urbana na Idade Média do que citando o grande historiador das cidades medievais, Henri Pirenne: “A economia urbana é digna da arquitetura gótica, da qual é contemporânea. Ela criou uma legislação social inteira, mais completa que a de qualquer outra época, inclusive a nossa. Suprimindo os intermediários entre vendedor e comprador, ela assegurou aos burgueses o benefício da vida barata. Impiedosamente perseguiu a fraude, protegeu o trabalhador contra a concorrência e a exploração, regulamentou seu trabalho e seu salário, velou por sua higiene, providenciou a aprendizagem, impediu o trabalho da mulher e da criança, ao mesmo tempo que conseguiu reservar para a cidade o monopólio de prover com produtos os campos circunvizinhos e encontrar ao longe escoadouros para o seu comércio”. Fonte: Régine Pernoud, “Lumière du Moyen Âge”, Bernard Grasset Éditeur, Paris, 1944) GLÓRIA CRUZADAS CASTELOS CATEDRAIS HEROIS ORAÇÕES CONTOS SIMBOLOS Postado por Luis Dufaur às 03:00 1 comentários Share | Marcadores: aprendizagem, corporações, mestres, oficios Postagens mais antigas Início Assinar: Postagens (Atom) Inscreva-se gratis RECEBA AS ATUALIZAÇÕES EM SEU E-MAIL Digite seu email: Orvieto comemora milagre eucarístico, Corpus Christi Fotos deste blog Pesquisar este blog Carregando... Seguidores NAS CATEDRAIS MEDIEVAIS (Plinio Corrêa de Oliveira, 13/10/79, sem revisão do autor) Mais lidos Universidades: genial criação da Igreja medieval As cidades medievais foram o marco do aparecimento de uma das máximas criações medievais: a Universidade. Hoje elas estão tão difundidas no... Tirol: tesouro da Europa central, seriedade, inocência e contemplação A cidade medieval estava profundamente impregnada pela vida do campo. Não havia conflito mas sim armonia profunda entre uma e outra. 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Uma noite, em presença de dois carregadores que ele tinha pago, fez com que o morto fosse desenterrado, perguntou se queria vender sua terra e propôs-lhe um preço. Naturalmente, o defunto nem se mexeu. Quem cala, consente. Em seguida, algumas moedas foram postas em suas mãos, e o defunto recolocado em seu caixão. Com grande espanto, a viúva viu seus domínios usurpados e se dirigiu ao rei. Convocado, o bailio compareceu ladeado por suas duas testemunhas, que atestavam a realidade da venda. Filipe Augusto percebeu que era trapaça. Levou para um canto um dos carregadores e lhe disse em voz baixa: — Recita-me no ouvido o Padre-nosso. Concluída a oração, o rei exclamou em alta voz: — Muito bem! O segundo carregador foi também convocado. Convencido de que seu companheiro denunciara a tramóia, apressou-se a dizer o que sabia. O bailio foi condenado. (Funck-Brentano, “Ce qu’était un Roi de France") Civilização Cristã: triunfo do Evangelho em toda a vida "O que é uma civilização cristã senão aquela em que todas as esferas da vida pública e privada, os costumes, as instituições, a cultura, a arte, a economia, a política e as leis recebem o influxo do Evangelho?" Plinio Corrêa de Oliveira Catedrais medievais Neste blog: a ordem social medieval. Clique na foto para ampliar Loading... 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