domingo, 17 de junho de 2012

D. PEDRO II

Pedro II do BrasilOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Ir para: navegação, pesquisa Nota: Se foi redirecionado(a) para esta página e não é a que procura, consulte: Pedro II (desambiguação). Pedro II Imperador do Brasil O Imperador Dom Pedro II aos 61 anos de idade, 1887 Governo Reinado 7 de abril de 1831 — 15 de novembro de 1889 Coroação 18 de julho de 1841 Consorte Dona Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias Antecessor Dom Pedro I Herdeiro Dona Isabel, Princesa Imperial do Brasil Sucessor Brasil República (Deodoro da Fonseca) Dinastia Bragança Vida Nascimento 2 de dezembro de 1825 Rio de Janeiro Morte 5 de dezembro de 1891 (66 anos) Paris, França Sepultamento Mausoléu imperial, Catedral de Petrópolis Filhos Dom Afonso, Príncipe Imperial do Brasil Dona Isabel, Princesa Imperial do Brasil Dona Leopoldina, Princesa do Brasil Dom Pedro, Príncipe Imperial do Brasil Pai Dom Pedro I Mãe Dona Leopoldina de Áustria ver Dom Pedro II (2 de dezembro de 1825 — 5 de dezembro de 1891), alcunhado o Magnânimo,[1][2] foi o segundo e último monarca do Império do Brasil, tendo reinado o país durante um período de 58 anos.[A] Nascido no Rio de Janeiro, foi o filho mais novo do Imperador Dom Pedro I do Brasil e da Imperatriz Dona Maria Leopoldina de Áustria e, portanto, membro do ramo brasileiro da Casa de Bragança. A abrupta abdicação do pai e sua viagem para a Europa deixaram Pedro com apenas cinco anos Imperador e levaram a uma infância e adolescência triste e solitária. Obrigado a passar a maior parte do seu tempo estudando em preparação para imperar, ele conheceu momentos breves de alegria e poucos amigos de sua idade. Suas experiências com intrigas palacianas e disputas políticas durante este período afetaram grandemente o seu posterior caráter. Pedro II cresceu para se tornar um homem com forte senso de dever e devoção ao seu país e seu povo. Por outro lado, ele ressentiu-se cada vez mais de seu papel como monarca. Tendo herdado um Império no limiar da desintegração, Pedro II transformou o Brasil numa potência emergente na arena internacional. A nação cresceu para distinguir-se de seus vizinhos hispano-americanos devido a sua estabilidade política, a liberdade de expressão zelosamente mantida, respeito aos direitos civis, a seu crescimento econômico vibrante e especialmente por sua forma de governo: uma funcional monarquia parlamentar constitucional. O Brasil também foi vitorioso em três conflitos internacionais (a Guerra do Prata, a Guerra do Uruguai e a Guerra do Paraguai) sob seu reinado, assim como prevaleceu em outras disputas internacionais e tensões domésticas. Pedro II impôs com firmeza a abolição da escravidão apesar da oposição poderosa de interesses políticos e econômicos. Um erudito, o Imperador estabeleceu uma reputação como um vigoroso patrocinador do conhecimento, cultura e ciências. Ele ganhou o respeito e admiração de estudiosos como Charles Darwin, Victor Hugo e Friedrich Nietzsche, e foi amigo de Richard Wagner, Louis Pasteur e Henry Wadsworth Longfellow, dentre outros. Apesar de não haver desejo por uma mudança na forma de governo da maior parte dos brasileiros, o Imperador foi retirado do poder num súbito golpe de Estado que não tinha maior apoio fora de um pequeno grupo de líderes militares que desejam uma república governada por um ditador. Pedro II havia se cansado da posição de Imperador e se tornado desiludido quanto as perspectivas do futuro da monarquia, apesar de seu grande apoio popular. Ele não permitiu qualquer medida contra sua remoção e não apoiou qualquer tentativa de restauração da monarquia. Ele passou os seus últimos dois anos de vida no exílio na Europa, vivendo só e com poucos recursos. O reinado de Pedro II veio a um final incomum — ele foi deposto apesar de altamente apreciado pelo povo e no auge de sua popularidade, e algumas de suas realizações logo foram desfeitas visto que o Brasil deslizou para um longo período de governos fracos, ditaduras e crises constitucionais e econômicas. Os homens que o exilaram logo começaram a enxergá-lo como um modelo para a república brasileira. Algumas décadas após sua morte, sua reputação foi restaurada e seus restos mortais foram trazidos de volta ao Brasil como os de um herói nacional. Sua reputação perdurou até o presente. Os historiadores o enxergam numa visão extremamente positiva, e ele é comumente considerado o maior brasileiro. Índice [esconder] 1 Primeiros anos 1.1 Nascimento 1.2 Educação 1.3 Coroação antecipada 2 Consolidação 2.1 Casamento 2.2 Estabelecimento da autoridade imperial 3 Crescimento 3.1 Pedro II a a política 3.2 Vida doméstica 3.3 Patrono das artes e das ciências 3.4 Popularidade e conflito com a Grã-Bretanha 4 Guerra do Paraguai 4.1 Primeiro Voluntário da Pátria 4.2 Conclusão da guerra 5 Apogeu 5.1 Um abolicionista no trono 5.2 Viagem a Europa e norte da África 5.3 A questão religiosa 5.4 Viagem aos EUA, Europa e Oriente Médio 6 Declínio e queda 6.1 Decadência 6.2 A abolição da escravatura e o golpe de Estado republicano 7 Exílio e legado 7.1 Últimos anos 7.2 Legado 8 Títulos e honrarias 8.1 Formas de tratamento e títulos 8.2 Honrarias 9 Genealogia 9.1 Ascendência 9.2 Posteridade 10 Notas de rodapé 11 Referências 12 Bibliografia 13 Ligações externas Primeiros anosNascimento Pedro II aos 10 meses de idade, 1826Pedro nasceu as 02:30 da manhã do dia 2 de dezembro de 1825 no Paço de São Cristóvão, na cidade do Rio de Janeiro.[3][4][5] Foi batizado em homenagem a São Pedro de Alcântara,[6][7] seu nome completo era Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga.[1][8][9][7] Pelo seu pai, o Imperador Pedro I, ele era membro do ramo brasileiro da Casa de Bragança e seu nome era precedido pelo honorífico "Dom" ("Senhor" or "Lorde") desde o nascimento.[10] Ele foi neto do rei português Dom João VI e sobrinho de Dom Miguel I.[11][12] Sua mãe foi a Arquiduquesa Maria Leopoldina da Áustria, filha de Francisco II, último monarca do Sacro Império Romano-Germânico. Pela sua mãe, Pedro era sobrinho de Napoleão Bonaparte e primo carnal dos Imperadores Napoleão II de França, Francisco José I de Áustria-Hungria e Dom Maximiliano I do México.[12][13][14] O único filho do sexo masculino legítimo de Pedro I a sobreviver a infância, ele foi oficialmente reconhecido como herdeiro do trono brasileiro com o título de Príncipe Imperial em 6 de Agosto de 1826.[8][15] A Imperatriz Leopoldina morreu em 11 de dezembro de 1826, poucos dias após dar a luz a um menino natimorto,[16] quando Pedro tinha um ano de idade.[14] Pedro não guardou recordações de sua mãe, a não ser pelo o que depois foi contado a ele.[17][18] A influência e lembrança de seu pai também apagou-se com o tempo, e não guardou fortes imagens de Pedro I, mas apenas algumas poucas e vagas lembranças.[19] Dois anos e meio após a morte de Leopoldina, o Imperador casou-se com Amélia de Leuchtenberg. O Príncipe Pedro passou pouco tempo com sua madrasta; no entanto, eles criaram um relacionamento afetuoso[20][21][22] e mantiveram contato até a morte dela em 1873.[23] O Imperador Pedro I abdicou em 7 de Abril de 1831, após um longo conflito com a facção liberal (que por sua vez iria mais tarde dividir-se nos dois partidos dominantes na monarquia, os partidos Conservador e Liberal) dominante no parlamento. Ele e Amélia partiram imediatamente para a Europa, onde Pedro I iria lutar para restaurar sua filha Maria II, cujo trono em Portugal havia sido usurpado por seu irmão Miguel I.[24][25] Deixado para trás, o Príncipe Imperial Pedro tornou-se "Dom Pedro II, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil".[5] Educação O Imperador Pedro II aos 12 anos de idade vestindo o uniforme imperial de gala, 1838Ao deixar o país, o Imperador Pedro I selecionou três pessoas para cuidarem de seu filho e das filhas remanescentes. A primeira foi José Bonifácio de Andrada, seu amigo e líder influente da independência brasileira, nomeado tutor.[26][27] A segunda foi Mariana Carlota de Verna Magalhães Coutinho (depois Condessa de Belmonte), que detinha o cargo de aia desde o nascimento de Pedro II.[28] Quando bebê, Pedro II a chamava de "dadama", pois não pronunciava corretamente a palavra "dama".[15] Ele a considerava sua mãe de criação, e continuaria a chamá-la por afeto de "dadama" mesmo já adulto.[3][29] A terceira pessoa escolhida foi Rafael, um veterano negro da Guerra da Cisplatina.[28][30] Rafael era um empregado do paço pelo qual Pedro I possuía uma profunda confiança e pediu para olhasse por seu filho—um pedido no qual levaria a termo até o resto de sua vida.[8][30] José Bonifácio foi destituído de sua posição em dezembro de 1833 e substituído por outro tutor.[31][32][33] Pedro II passava os dias estudando,[34] com apenas duas horas livres para recreação.[35] Ele acordava as 06:30 da manhã e começava seus estudos as sete, continuando até as dez da noite, quando ia para cama.[36] Um grande cuidado foi tomado em sua educação para incentivar valores e uma personalidade diferente da impulsividade e irresponsabilidade demonstradas pelo seu pai.[31][37] Sua paixão por leitura o permitiu assimilar qualquer informação.[38] Pedro II não era um gênio,[39] mas era inteligente[40] e tinha grande capacidade para acumular conhecimento com facilidade.[41] O Imperador teve uma infância solitária e infeliz.[8][42] A perda súbita de seus pais o assombraria por toda a vida;[43] ele teve poucos amigos de sua idade[28][36][44] e o contato com suas irmãs era limitado.[31][34][44] O ambiente em que foi criado o tornou uma pessoa tímida e carente[45][46] que enxergava nos livros um refúgio e ao mesmo tempo uma fuga do mundo real.[47][48] Coroação antecipada A coroação de Pedro II aos 15 anos de idade em 18 de julho de 1841A elevação de Pedro II ao trono imperial em 1831 levou a um período de crises, o mais conturbado da história do Brasil.[49] Uma regência foi criada para governar em seu lugar até que atingisse a maioridade.[24] Disputas entre facções políticas resultaram em diversas rebeliões e levaram a uma situação instável, quase anárquica, sob os regentes.[50] A possibilidade de diminuir a idade em que o jovem Imperador seria considerado maior de idade, ao invés de esperar até que completasse 18 anos de idade em 2 de dezembro de 1843, era levada em consideração desde 1835.[51][52][53] A ideia era apoiada, de certa forma, pelos dois principais partidos políticos.[52][54] Acreditava-se que aqueles que o auxiliassem a tomar as rédeas do poder estariam em posição para manipular o jovem inexperiente.[55] Aqueles políticos que haviam surgido na década de 1830 haviam se tornado familiares aos perigos de governar. De acordo com o historiador Roderick J. Barman, "eles haviam perdido toda a fé em sua habilidade para governar o país por si só. Eles aceitaram Pedro II como uma figura de autoridade cuja presença era indispensável a sobrevivência do país."[56] O povo brasileiro também apoiava a diminuição da maioridade, e consideravam Pedro II "o símbolo vivo da união da pátria"; esta posição "deu a ele, aos olhos do público, uma autoridade maior do que a de qualquer regente."[57] Aqueles que defendiam a imediata declaração de maioridade de Pedro II passaram uma moção requisitando ao Imperador que assumisse poderes plenos.[58] Uma delegação foi enviada a São Cristóvão para perguntar se Pedro II aceitaria ou rejeitaria a declaração antecipada de sua maioridade.[58][59][60] Ele respondeu timidamente que "sim" quando perguntado se desejaria que a maioridade fosse diminuida, e "já" quando indagado se desejaria que viesse a ter efeito naquele momento ou preferiria esperar até o seu aniversário em dezembro.[61][62] No dia seguinte, em 23 de julho de 1840, a Assembléia Geral (o parlamento brasileiro) declarou formalmente Pedro II maior aos 14 anos de idade.[63][64] Lá, a tarde, o jovem Imperador prestou o juramento de ascenção.[65][66] Foi aclamado, coroado e consagrado em 18 de julho de 1841.[67][68] ConsolidaçãoCasamento Teresa Cristina, esposa de Pedro II, aos 24 anos de idade, 1846O fim da regencia facciosa estabilizou o governo. Com um legítimo monarca no trono, a autoridade foi revestida numa única e clara voz.[69] Pedro II percebia o seu papel como o de um árbitro, mantendo seus conceitos pessoais de lado para não afetarem o seu dever de desemaranhar disputas políticas partidárias.[69] O jovem monarca era dedicado, realizando inspeções diárias pessoais e visitas a repartições públicas. Seus súditos eram impressionados com a sua aparente auto-confiança,[69] apesar de que sua timidez e falta de desenvoltura eram vistas como defeitos. Seu jeito reservado de falar apenas uma ou duas palavras a cada vez tornavam conversações diretas extremamente difíceis.[70] Sua natureza taciturna era manifestação de uma prevenção quanto a relações próximas que tinha origem nas experiências de abandono, intriga e traição que vivenciou na infância.[71] Por trás das cenas, um grupo de servos palacianos de alto nível e notáveis políticos tornou-se conhecido como "Facção Áulica" (e também "Clube da Joana") por estabelecerem influência sobre o jovem Imperador—e algum eram de fato próximos, como Mariana de Verna.[72] Pedro II foi usado com maestria pelos áulicos para eliminar seus inimigos (reais ou imaginários) através da remoção de seus rivais. Acesso a pessoa do monarca por políticos rivais e as informações que este recebia eram cuidadosamente controladas. Uma rodada contínua de negócios de governos, estudos, eventos e aparições pessoais, utilizadas como distrações, mantiveram o Imperador ocupad, isolando-o efetivamente e impedindo-o de perceber a extensão do quanto estava sendo explorado.[73] Preocupados com a taciturnidade e imaturidade do Imperador, os áulicos acreditavam que um casamento poderia melhorar o seu comportamento e sua personalidade.[74] O governo do Reino das Duas Sicílias ofereceu a mão da Princesa Teresa Cristina.[75][76][77] Um retrato foi enviado e este revelava uma jovem e bela mulher, o que levou Pedro II a aceitar a proposta.[78][79] Eles foram casados por procuração em Nápoles em 30 de maio de 1843.[80][81][82] A nova Imperatriz do Brasil desembarcou no Rio de Janeiro em 3 de setembro.[83][84] Ao vê-la pessoalmente o Imperador aparentou estar claramente decepcionado.[85][86][87] A pintura que havia recebido era claramente uma idealização; a Teresa Cristina real era baixa, um pouco acima do peso, coxa e apesar de não ser feia, também não era bonita.[85][86][88] Ele fez pouco para esconder sua desilusão. Um observador afirmou que ele deu às costas a Teresa Cristina, outro disse que ele estava tão chocado que precisou sentar, e é possível que ambos tenham ocorrido.[85] Naquela noite Pedro II chorou e reclamou para Mariana de Verna, "Eles me enganaram, Dadama!"[85][87][89] Foram necessárias horas para convencê-lo de que o dever exigia que ele seguisse em frente com o matrimônio.[85][87][89] Uma celebração nupcial, com a ratificação dos votos tomados por procuração e o conferimento de uma benção nupcial, ocorreu no dia seguinte, 4 de setembro.[90][91][92] Estabelecimento da autoridade imperial Pedro II, aos 20 anos de idade, 1846Por volta de 1846 Pedro II já havia amadurecido fisicamente e mentalmente. Ele não era mais o jovem inseguro de 14 anos idade que se permitia levar por boatos, por sugestões de complôs secretos, e outras táticas manipuladoras.[93] Ele cresceu num homem, que com 1, 90 m de altura,[94][95] olhos azuis e cabelos loiros,[60][85][94] era descrito como belo.[38][85][96] Com seu crescimento, suas fraquezas desapareceram e suas qualidades de caráter vieram a tona. Ele aprendeu não só a ser imparcial e dedicado, mas também cortês, paciente e sensato. A medida que ele começou a exercer por completo sua autoridade, suas novas habilidades sociais e dedicação no governo contribuíram grandemente para sua eficiência imagem pública.[93] O historiador Roderick J. Barman o descreveu: "Ele mantinha suas emoções sob disciplina férrea. Ele nunca era rude e nunca perdia a cabeça. Ele era excepcionalmente discreto com as palavras e cauteloso na forma de agir."[97] No fim de 1845 e no início de 1846 o Imperador realizou uma viagem pelas províncias mais ao sul do Brasil, passando por São Paulo (do qual o atual Paraná então fazia parte), Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ele ficou surpreso pela recepção entusiástica e calorosa que recebeu em todas as províncias.[98] Este sucesso o encourajou, pela primeira vez na vida, a agir de forma confiante por iniciativa e juízos próprios.[99] Mais importante, este período viu o fim da Facção Áulica. Pedro II eliminou com sucesso toda e qualquer influência que os áulicos detinham ao removê-los de seu círculo íntimo ao mesmo tempo em que evitava uma perturbação pública.[100] Pedro II por volta dos 22 anos de idade, c. 1848. Esta é uma cópia posterior de um daguerreótipo presumivelmente perdido. É a fotografia sobrevivente mais antiga do ImperadorPedro II enfrentou três graves crises entre 1848 e 1852.[97] O primeiro teste veio como a confrontação ao tráfico ilegal de escravos provenientes do continente africano. Este havia sido legalmente extinto como parte de um tratado com a Grã-Bretanha.[101] O tráfico permaneceu inalterado, no entanto, e o parlamento britânico promulgou o Bill Aberdeen em 1845, autorizando navios de guerra britânicos de abordarem navios de carga brasileiros e apreender os que estivessem envolvidos no tráfico, Enquanto o Brasil se encontrava preso a este problema, a Revolta Praieira eclodiu em 6 de novemro de 1848. Se tratou de um conflito entre facções políticas locais na província de Pernambuco, e foi suprimida em março de 1849. A lei Eusébio de Queirós foi promulgada em 4 de setembro de 1850, provendo ao governo brasileiro autoridade ampla para combater o tráfico liegal de escravos. Com esta nova ferramenta, o Brasil passou a eliminar a importação de escravos. Por volta de 1852 esta primeria crise estava eliminada, com a Grã-Bretanha reconhecendo que o tráfico havia sido suprimido.[102] A terceira crise envolveu um conflito com a Confederação Argentina relacionado a ascendência sobre os territórios ao redor do Rio da Prata e da livre navegação de seus afluentes.[103] Desde a década de 1830 que o ditador argentino Dom Juan Manuel de Rosas apoiava rebeliões dentro do Uruguai e do Brasil. Somente em 1850 que foi possível ao Brasil reagir a ameaça que representava Rosas.[103] Uma aliança foi forjada entre o Brasil, Uruguai e províncias rebeldes argentinas,[103] levando a Guerra do Prata e a consequente queda do governante argentino em Fevereiro de 1852.[104][105] Nas palavras do historiador Roderick J. Barman, uma "porção considerável do crédito deve ser ... assinalado ao Imperador, cuja cabeça fria, tenacidade em seu propósito, e um senso do que era possível se revelaram indispensáveis."[97] O sucesso do Império em sua atuação nas três crises aumentou consideravelmente a estabilidade e prestígio da nação, e o Brasil emergiu como um poder no hemisfério.[106] Internacionalmente, os europeus começaram a enxergar o país como personificador de ideais liberais familiares, como liberdade de imprensa e respeito constitucional a liberdades civis. Sua monarquia parlamentarista representativa se firmava em grave contraste a mistura de ditaduras e instabilidade endêmica as demais nações da América do Sul durante este período.[107][108][109] CrescimentoPedro II a a política Pedro II, por volta dos 25 anos de idade, c. 1851No início da década de 1850, o Brasil gozava de estabilidade interna e de prosperidade econômica.[110][111] A nação estava sendo ligada de um ponto a outro através de linhas férreas, telegráficas e de navios a vapor, unindo-a em uma única entidade.[110] Na opinião pública em geral, tanto em casa quanto no exterior, esses feitos foram possíveis devido a duas razões: "ao seu governo como uma monarquia e pela personalidade de Pedro II".[110] Pedro II não era nem uma figura ornamental como os monarcas da Grã-Bretanha e nem um autocrata à maneira dos czares russos. O Imperador exercia poder através da cooperação com políticos eleitos, interesses econômicos e apoio popular.[112] Esta interdependência e interação fizeram muito para influenciar a direção do reinado de Pedro II.[113] Os mais notáveis sucessos políticos do Imperador foram alcançados devido a maneira cooperativa e de não-confrontação no qual ele agia quanto a interdependência e interação com interesses diversos e com as figuras partidárias nos quais ele tinha que lidar. Ele era impressionantemente tolerante, raramente se ofendendo com críticas, oposição, ou mesmo incompetência.[114] Ele era cuidadoso em nomear somente candidatos altamente qualificados para posições no governo, e buscava coibir a corrupção.[115] Ele não tinha autoridade constitucional para forçar a aceitação as suas iniciativas sem o devido apoio, e sua maneira colaboradora quanto a governar manteve a nação progredindo e permitiu ao sistema político funcionar com sucesso.[116] As incertezas de sua infância e a exploração sofrida nas mãos de outros durante a sua juventude fizeram com que o Imperador se determinasse a manter um controle sobre seu próprio destino. Em sua visão, para atingir a auto-determinação seria necessário obter poder necessário e mantê-lo.[117] Ele usava sua ativa e essencial participação no direcionamento do governo como meios de influência. Sua direção se tornou indispensável, apesar de que nunca resultou em um "governo de um homem só".[118] O Imperador respeitava as prerrogativas da lesgislatura, mesmo quando os políticos resistiam, postergavam ou frustravam seus objetivos e nomenações.[119] O sistema político nacional brasileiro assemelhava-se ao de outras nações parlamentaristas. O Imperador, como Chefe de Estado, pediria a um membro do Partido Conservador ou do Partido Liberal para formar um gabinete. O outro partido formaria a oposição na legislatura, como contrapeso ao novo goberno. "Em seu manejo dos dois partidos, ele tinha que manter uma reputação de imparcialidade, trabalhar de acordo com a vontade popular, e evitar qualquer imposição flagrante de sua vontade na cena política."[120] A presença ativa de Pedro II na cena política era parte importante da estrutura do governo, que também incluia o gabinete de ministros, a Câmara dos Deputados e o Senado (os últimos dois formavam a Assembléia Geral ou Parlamento). A maior parte dos políticos apreciavam e apoiavam o papel do Imperador. Muitos haviam vivido durante o período regencial, quando a falta de um monarca que poderia manter-se acima de interesses mesquinhos e próprios levou a anos de luta entre facções políticas. Suas experiências com a vida pública criaram neles a convicção de que o Imperador era "indispensável para paz e prosperidade permanente do Brasil."[121] Vida doméstica As crianças remanescentes de Pedro II em 1855: Princesas Leopoldina e Isabel (sentada)O casamento de Pedro II e Teresa Cristina começou mal. Com maturidade, paciência, e o nascimento de seu primeiro filho, Afonso, o relacionamento melhorou.[104][122] Mais tarde Teresa Cristina teve outros três filhos: Isabel, em 1846; Leopoldina, em 1847; e por último, Pedro, em 1848.[89][123][124] Contudo, ambos os meninos morreram na infância, o que devastou o Imperador.[89][125][126] Além de sofrer como pai, sua visão do futuro do Império mudou completamente. Apesar de sua afeição por suas filhas, ele não acreditava que a Princesa Isabel, apesar de sua herdeira, teria qualquer chance real de prosperar no trono. Ele acreditava que o seu sucessor precisava ser um homem para que a monarquia fosse viável.[127] Ele passou cada vez mais a enxergar o sistema imperial como inexorávelmente preso a si, que não sobreviveria a sua morte.[128] Isabel e sua irmã receberam uma educação excepcional,[129] apesar de não terem sido preparadas para governar sobre a nação. Pedro II excluía deliberadamente Isabel da participação nos negócios e decisões de governo.[130] Por volta de 1850, Pedro II começou a ter casos discretos com outras mulheres.[131] A mais famosa e duradoura dessas relações envolveu Luísa Margarida de Barros Portugal, Condessa de Barral, com quem ele formou uma relação de amizade romântica e íntima, mas não adúltera, depois que a nomenou aia de suas filhas em novembro de 1856.[125][132][133] Por toda a sua vida, o Imperador manteve a esperança de encontrar a sua alma gêmea, algo que ele sentia ter sido roubado de si[134] ao ser obrigado a casar por razões de Estado com uma mulher pelo qual ele nunca teve paixão.[135] Isto é apenas um dos exemplos que ilustram a dupla personalidade do Imperador: uma que era "Dom Pedro II", que levava com afinco o seu dever no papel de Imperador que o destino havia lhe imposto, e outra que era "Pedro de Alcântara", que considerava o cargo imperial um fardo ingrato e que estava mais feliz nos mundos da literatura e da ciência.[136] Pedro II era o que atualmente se considera um trabalhador compulsivo, e sua rotina era exigente. Ele normalmente acordava as sete da manhã e não dormia antes das duas da madrugada do dia seguinte. Seu dia inteiro era reservado aos negócios de Estado e o pouco tempo livre disponível era gasto lendo e estudando.[137] O Imperador vestia diariamente uma simples casaca, calça e gravata pretas. Para ocasiões especiais ele usava o uniforme de gala e só aparecia vestido com o manto imperial e portando a coroa e cetro duas vezes ao ano na abertura e encerramento da Assembléia Geral.[138][139] Pedro II obrigava políticos e funcionários públicos a seguirem seus exemplos de padrões exigentes.[107] O Imperador exigia que os políticos trabalhassem oito horas por dia e adotou uma política exigente de seleção de funcionários públicos baseada na moralidade e mérito.[140] Para estabelecer o padrão, ele vivia de forma simples. Bailes e eventos de corte cessaram após 1852.[136][141] Ele também recusou as reiteradas propostas para aumentarem o valor de sua lista civil (Rs 800:000$000 por ano, ou cerca de $405,000 ou £90,000 em 1840[142]) desde 1840, quando representava 3% dos gastos públicos, até 1889, quando havia caído para 0,5%.[143][144] Ele recusava luxo,[145][146][147] uma vez explicando: "Também entendo que despesa inútil é furto a Nação".[148] Patrono das artes e das ciências Pedro II por volta dos 32 anos de idade, c. 1858. Na década de 1850, livros começaram a ser representados de maneira prominente em seus retratos, uma referência a seu papel como defensor da educação[149]"Nasci para consagrar-me às letras e às ciências ", o Imperador comentou em seu diário pessoal em 1862.[150][151] Ele sempre teve prazer em ler e encontrou nos livros um refúgio para a sua posição.[152][153] Sua habilidade para relembrar trechos que havia lido no passado era notável.[154][155] Os interesses de Pedro II eram diversos, e incluíam antropologia, geografia, geologia, medicina, Direito, estudos religiosos, filosofia, pintura, escultura, teatro, música, química, poesia e tecnologia.[156][157] No final de seu reinado, havia três livrarias em São Cristóvão contendo mais de 60.000 livros.[158] Sua paixão por linguística o levou por toda a vida a estudar novas línguas, e ele era capaz de falar e escrever não somente em português, mas também em latim, francês, alemão, inglês, italiano, espanhol, grego, árabe, hebraico, sânscrito, chinês, provençal e tupi.[159][160][161][162][163] Tornou-se o primeiro brasileiro fotógrafo quando adquiriu uma câmera de daguerreótipo em março de 1840.[164][165] Criou um laboratório fotográfico em São Cristóvão e outro de química e física. Ele também construiu um observatório astronômico no paço.[154] A erudição do Imperador surpreendeu Friedrich Nietzsche quando ambos se conheceram.[125][166][167] Victor Hugo falou dele: "Senhor, és um grande cidadão, és o neto de Marco Aurélio",[168][169] e Alexandre Herculano o chamou de um "príncipe cuja opinião geral o considera como o primeiro de sua era graças à sua mente dotada, e devido à sua constante aplicação desse dom para as ciências e cultura."[150] Tornou-se membro da Royal Society,[170] da Academia de Ciências da Rússia,[171] das Reais Academias de Ciências e Artes da Bélgica[172] e da Sociedade Geográfica Americana.[173] Em 1875 foi eleito membro da Académie des Sciences francesa, uma honra dada anteriormente a somente dois outros chefes de estado: Pedro, o Grande e Napoleão Bonaparte.[169][174] Pedro II trocou cartas com cientistas, filósofos, músicos e outros intelectuais. Muitos de seus correspondentes se tornaram seus amigos, incluindo Richard Wagner,[175] Louis Pasteur,[176] Louis Agassiz, John Greenleaf Whittier, Michel Eugène Chevreul, Alexander Graham Bell,[177] Henry Wadsworth Longfellow,[178] Arthur de Gobineau,[179] Frédéric Mistral,[180] Alessandro Manzoni,[181] Alexandre Herculano,[182] Camilo Castelo Branco[183] e James Cooley Fletcher.[184] Pedro II cedo percebeu que tinha a oportunidade para utilizar seu conhecimento que havia acumulado em uso prático para o benefício do Brasil.[185] O Imperador considerava a educação como de importância nacional e era ele mesmo um exemplo do valor do aprendizado.[186] Ele comentou: "Se eu não fosse Imperador, eu gostaria de ser um professor. Eu não conheço tarefa mais nobre do que direcionar as jovens mentes e preparar os homens de amanhã."[187] A educação também colaborou no seu objetivo de criar um sentimento de identidade nacional brasileira.[188] Seu reino viu a criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro para promover pesquisa e preservação nas ciências históricas, geográficas, culturais e sociais.[188] A Imperial Academia de Música e Ópera Nacional[189] e o Colégio Pedro II também foram fundados, o último servindo como modelo para escolas por todo o Brasil.[190] A Imperial Escola de Belas Artes, estabelecida por seu pai, recebeu maior apoio e fortalecimento.[191] Utilizando sua lista civil, Pedro II providenciou bolsas de estudo para brasileiros frequentarem universidades, escolas de arte e consevatórios musicais na Europa.[192][193] Ele também financiou a criação do Instituto Pasteur, assim como a casa de ópera Bayreuth Festspielhaus de Wagner, além de outros projetos semelhantes.[194] Seus esforços foram reconhecidos tanto em casa quanto no exterior. Charles Darwin falou dele: "O Imperador faz tanto pela ciência, que todo sábio é obrigado a demonstrar a ele o mais completo respeito."[125][195] Popularidade e conflito com a Grã-Bretanha Pedro II aos 35 anos de idade juntamente com sua esposa e filhas ao visitarem uma fazenda no sul da província de Minas Gerais, 1861No fim de 1859, Pedro II partiu em viagem as províncias ao norte da capital, visitando Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Paraíba. Após quatro meses, ele retornou em fevereiro de 1860. A viagem foi um grande sucesso, com o Imperador sendo alegre e calorosamente recepcionado em todos os lugares.[196][197][198] A primeira metade dos anos 1860s viu paz e prosperidade no Brasil. Liberdades civis foram mantidas.[199][200] Liberdade de expressão existia desde a independência do Brasil[201] e continuou a ser defendida com veemência por Pedro II.[202][203] O Imperador encontrou em jornais da capital e das províncias uma forma ideal de manter conhecimento da opinião pública e da situação em geral da nação.[148] Outra maneira de monitorar o Império foi através de contato direto com seus súditos. Uma oportunidade para isto era durante as audiências públicas regulares nas terças e sábados, onde qualquer pessoa de qualquer classe social (inclusive escravos[204]) poderiam ser admitidos e apresentar suas petições e estórias.[205][206] Visitas a escolas, colégios, prisões, exibições, fábricas, quartéis, e outras aparições públicas apresentavam mais oportunidades a ele de reunir informação em primeira mão.[207] A tranquilidade desapareceu quando o cônsul britânico no Rio de Janeiro, William Dougal Christie, quase iniciou uma guerra entre sua nação e o Brasil. Christie, que acreditava na diplomacia das canhoneiras,[208] enviou um ultimato contendo exigências abusivas provenientes de dois incidentes menores ocorridos no fim de 1861 e começo de 1862. O primeiro foi o naufrágio de uma barca comercial na costa do Rio Grande do Sul que resultou no saque de sua carga pela população local. O segundo foi a prisão de dois oficiais britânicos embriagados que causavam distúrbios nas ruas do Rio.[208][209][210] O governo brasileiro se recusou a ceder, e Christie enviou ordens para que navios de guerra britânicos capturassem embarcações mercantes brasileiras como indenização.[211][212][213] A Marinha do Brasil foi preparada para o conflito iminente,[214] foi ordenada a compra de artilharia costeira,[215] assim como de encouraçados[216] e as defesas nas costas tiveram permissão para atirar contra qualquer navio de guerra britânico que tentasse capturar embarcações mercantes brasileiras.[217] Pedro II foi a maior razão da resistência do Brasil, ele rejeitou qualquer sugestão para que o país cedesse.[218][219] A resposta veio como surpresa para Christie, que mudou seu tom e propôs um acordo pacífico através de arbitragem internacional.[220][221][222] O governo brasileiro apresentou suas demandas e, ao ver a recusa do governo britânico, cortou relações diplomáticas com a Grã-Bretanha em junho de 1863.[222][223] Guerra do ParaguaiPrimeiro Voluntário da Pátria Pedro II aos 39 anos de idade, 1865Com a ameaça de guerra com a Grã-Bretanha, o Brasil teve que dirigir suas atenções para suas fronteiras ao sul. Outra guerra civil havia começado no Uruguai jogando seus dois partidos políticos um contra o outro.[224][225][226] O conflito interno levou ao assassinato de brasileiros e ao saque de suas propriedades no Uruguai.[227] O governo brasileiro decidiu intervir, temeroso de aparentar fraqueza frente a possibilidade de conflito com os britânicos.[228] Um exército brasileiro invadiu o Uruguai em Dezembro de 1864, iniciando a breve Guerra do Uruguai, que terminou em 20 de fevereiro de 1865.[229][230][231] Enquanto isso, em dezembro de 1864 o ditador do Paraguai, Francisco Solano López se aproveitou da situação para estabelecer seu país como poder regional. O exército paraguaio invadiu a província brasileira do Mato Grosso (atual estado do Mato Grosso do Sul), resultando na Guerra do Paraguai. Quatro meses depois, tropas paraguaias invadiram território argentino como um prelúdio de uma invasão à província brasileira do Rio Grande do Sul.[229][232][233] A par da anarquia reinante no Rio Grande do Sul e da incapacidade e incompetência de seus chefes militares em resistirem ao exército paraguaio, Pedro II decidiu ir à frente de batalha pessoalmente.[234] Tanto o gabinete quanto a Assembleia Geral se recusaram a aquiescer ao desejo do Imperador.[234] Após receber também a recusa do Conselho de Estado, Pedro II fez o seu memorável pronunciamento: "Se os políticos podem me impedir que siga como imperador, vou abdicar e seguir como voluntário da Pátria"—uma alusão aos brasileiros que se voluntariaram para ir a guerra e que ficaram conhecidos por toda a nação como "Voluntários da Pátria".[234][235][236][237] O próprio monarca foi chamado popularmente de "Voluntário número um".[125][238] Pedro II partiu para o sul em Julho de 1865.[239][240][241] Ele desembarcou no Rio Grande do Sul poucos dias depois e seguiu de lá por terra.[242] A jornada foi realizada montada a cavalo e por carretas, e à noite o imperador dormia em tenda de campanha.[243] Pedro II alcançou Uruguaiana, uma cidade brasileira ocupada pelo exército paraguaio, em 11 de setembro. Quando de sua chegada, a força paraguaia já se encontrava cercada.[244][245] Vestido com o uniforme de almirante aos 44 anos de idade—os anos de guerra envelheceram prematuramente o Imperador[246]O Imperador cavalgou a uma distância de um tiro de rifle de Uruguaiana para demonstrar sua coragem, mas os paraguaios não o atacaram.[247] Para evitar mais derramamento de sangue, ele ofereceu os termos de rendição ao comandante paraguaio, que os aceitou.[244][248][249] A coordenação das operações militares por Pedro II' e seu exemplo pessoal teve um papel decisivo na repulsa à invasão paraguaia do território brasileiro.[250] Havia uma crença generalizada de que a guerra estava próxima de seu fim e que a rendição de López era iminente.[244][251][252] Antes de partir de Uruguaiana, ele recebeu o embaixador britânico Edward Thornton, que se desculpou publicamente em nome da Rainha Vitória e do governo britânico pela crise entre os dois Impérios.[248][249] O Imperador considerou suficiente esta vitória diplomática sobre a mais poderosa nação do mundo e reatou relações amistosas entre as duas nações.[249] Ele retornou ao Rio de Janeiro e foi recebido com enormes celebrações.[253] Conclusão da guerraContra todas as expectativas, a guerra prosseguiu por cinco anos. Durante este período, o tempo e a energia de Pedro II foram dedicados ao conflito.[254][255] Ele se ocupou no recrutamento e equipamento de tropas para reforçar as linhas de frente de batalha, e na construção de novos navios de guerra.[237] Ao mesmo tempo procurou impedir que querelas entre os partidos políticos prejudicassem o esforço de guerra.[256][257] Sua recusa em aceitar qualquer resultado que não a total vitória sobre o inimigo foi essencial para o resultado final da guerra.[258][259] Sua tenacidade foi recompensada com a notícia de que López morrera em batalha em 1 de março de 1870, levando ao fim do conflito bélico.[260][261] Mais de 50 mil soldados brasileiros morreram[262] e os custos da guerra foram equivalentes a onze vezes a receita anual do governo.[263] No entanto, o país se encontrava tão próspero que o governo pôde quitar o débito em apenas dez anos.[264][265] O conflito foi um estímulo para a produção e para o crescimento econômico nacional. [266] Pedro II recusou a proposta da Assembléia Geral de erguer uma estátua equestre sua para comemorar a vitória e ao invés preferiu utilizar o dinheiro necessário para construir escolas de ensino primário. [267][268][269][270] ApogeuUm abolicionista no trono Pedro II aos 46 anos de idade e vestido com a Regalia Imperial do Brasil durante a Fala do trono, em 1872A vitória diplomática sobre o Império Britânico e a vitória militar sobre o Uruguai em 1865, seguida da bem-sucedida conclusão da guerra com o Paraguai em 1870, resultou no que foi chamado de "era dourada" e apogeu do Império brasileiro.[271] A década de 1870 foram bons anos para o Brasil e a popularidade do imperador era maior do que nunca. Progressos foram feitos tanto na esfera política quanto na social e todos os segmentos da sociedade foram beneficiados com as reformas e pela prosperidade nacional crescente.[272] A reputação internacional do Brasil melhorou consideravelmente graças a sua estabilidade política e potencial de investimento. O império era visto como uma nação moderna e progressiva sem equivalente nas Américas, com a única exceção dos Estados Unidos.[271] A economia começou rapidamente a crescer e a imigração floreceu. Estradas de ferro, navegação e outros projetos de modernização foram adotados. Com "a escravidão fadada à extinção e outras reformas projetadas, as perspectivas de 'avanços morais e materiais' pareciam vastas".[273] Em 1870, poucos brasileiros eram contrários à escravidão, e ainda menos brasileiros opunham-se publicamente à ela. Pedro II era um dos poucos que o faziam,[274][275] considerando a escravidão "uma vergonha nacional".[276] O imperador nunca possuiu escravos.[275] Em 1823, escravos formavam 29% da população brasileira, mas essa porcentagem caiu para 15,2% em 1872.[277] A abolição da escravatura era um assunto delicado no Brasil. Escravos eram usados por todos, do mais rico ao mais pobre.[278][279] Pedro II desejava por fim à escravidão gradualmente[280][281] para pouco impactar a economia nacional.[282] Ele conscientemente ignorava o crescente prejuízo político à sua imagem e à monarquia em consequência de seu suporte à escravidão.[283] O imperador não tinha autoridade constitucional para diretamente intervir e por um fim na escravidão.[284] Ele precisaria usar todas seus esforços para convencer, influenciar e ganhar suporte entre os políticos para atingir sua meta.[285] Seu primento movimento público contra a escravidão[276] ocorreu em 1850, quando ele ameaçou abdicar a menos que a Assembléia Geral declarasse o tráfico negreiro no Atlântico ilegal.[286] Após a fonte estrangeira do fornecimento de novos escravos ter sido eliminada, Pedro II dedicou sua atenção no começo dos anos 1860s em remover a fonte restante: a escravidão de crianças nascidas como escravos.[287][288] Legislação foi feita através de sua iniciativa,[287] mas o conflito com o Paraguai atrasou a discussão da proposta na Assembléia Geral.[288][289] Pedro II abertamente pediu a gradual erradicação da escravidão na Fala do trono em 1867.[290] Ele foi pesadamente criticado, e seu movimento foi condenado como "suicídio nacional".[289][291][292] Opositores frequentemente diziam que "a abolição era seu desejo pessoal e não o desejo da nação"[293] Por fim, foi decretada a lei "Lei do Ventre Livre" em 28 de setembro de 1871, sob a qual todas crianças nascidas de mulheres escravas após aquela data eram consideradas livres.[293][294][295] Viagem a Europa e norte da África Um grande grupo rodeia o imperador (sentado, à direita) e Auguste Mariette (sentado, à esquerda), durante a visita às pirâmides e à Esfinge do Egito, no fim de 1871Em 25 de maio de 1871 o imperador e sua esposa viajaram à Europa.[296][297] Ele há tempo ansiava por férias no exterior. Quando chegou a notícia de que sua filha mais nova, a princesa Leopoldina, então com 23 anos, havia morrido de tifo em Viena, ele finalmente encontrou um motivo forte para partir.[296][298][299] Ao chegar em Lisboa, imediatamente dirigiu-se ao Palácio das Janelas Verdes, onde encontrou-se com sua madrasta, Amélia de Leuchtenberg, que não via há quarenta anos. O encontro foi emocionante e Dom Pedro escreveu no seu diário: "Eu chorei de felicidade e também de dor por ver minha mãe tão afetuosa para comigo, mas também por vê-la tão idosa e doente".[296][300][301] Em seguida ele visitou a Espanha, a Grã-Bretanha, a Bélgica, a Alemanha, Áustria, Itália, Egito, Grécia, Suíça e França. Em Coburgo visitou a tumba de sua filha.[301][302] Sua impressão sobre a viagem foi de um tempo de "alívio e liberdade". Viajando com o nome de "Dom Pedro de Alcântara", insistia em ser tratado informalmente e em parar apenas em hotéis.[296][303] Passava seus dias em passeios e encontrando com cientistas e outros intelectuais com quem partilhava interesses.[296][301] A viagem foi um sucesso, e suas maneiras nobres e curiosidade valeram-lhe notícias respeitosas nas nações que visitou. Este prestígio aumentou quando chegaram à Europa as notícias sobre a aprovação da Lei do Ventre Livre. Ele e sua comitiva voltaram em triunfo ao Brasil em 31 de março de 1872.[273] A questão religiosaLogo após sua chegada Dom Pedro enfrentou uma crise inesperada, a chamada Questão religiosa. No Brasil vigorava o regime de união entre Igreja e Estado, o padroado, significando que o governo exercia controle sobre vários aspectos da vida religiosa nacional, nomeando padres e bispos para suas designações e pagando-lhes salário. Reservava-se também o direito de aprovar ou não as determinações canônicas da Santa Sé.[304][305] Na mesma época, sob influência da corrente ultramontana do catolicismo, conservadora e ortodoxa, a qual reivindicava a supremacia absoluta da Igreja em todos os assuntos, os bispos de Olinda e do Pará interditaram irmandades sob sua jurisdição alegando que entre seus membros havia maçons, uma vez que a maçonaria era condenada pela Igreja. Entretanto, legalmente a maçonaria era autorizada a funcionar no Brasil.[306][307][308] Havia inclusive inúmeros padres maçons, pois no país havia uma forte tendência liberal.[309] O governo tentou fazer com que os bispos obedecessem às leis em vigor, mas ambos recusaram, alegando fidelidade às orientações ultramontanas. Os bispos acabaram presos e condenados a trabalhos forçados em 1874. Pouco depois a sentença foi comutada em prisão simples.[310][311][312] O imperador era católico, mas aceitava algumas ideias liberais, como a liberdade de pensamento e a teoria da evolução. Nem ele nem a Igreja desejavam um rompimento, mas o governo não poderia tolerar uma desobediência explícita à lei.[313][314][307][315] A questão religiosa desencadeou uma grande polêmica, que nem a anistia dos bispos em 1875 aplacou, vindo a enfraquecer a posição do governo.[316][312][317][307] Viagem aos EUA, Europa e Oriente Médio Dom Pedro, sentado, junto às cataratas do Niágara, 1876Em 1876 o imperador se ausentou do país outra vez, viajando para os Estados Unidos acompanhado de seu criado Rafael.[318] Eles chegaram em Nova Iorque em 15 de abril, partindo em seguida em um roteiro pelo interior, alcançando San Francisco, New Orleans, Washington, D.C., e visitando também Toronto, no Canadá.[319][320][321] A viagem foi descrita como um "completo triunfo", Dom Pedro deixando uma profunda impressão positiva no povo norte-americano por sua simplicidade e gentileza.[173][322][323] Depois partiram para a Europa, visitando a Dinamarca, Suécia, Finlândia, Rússia, o Império Otomano e a Grécia. Em sequência foram para a Terra Santa, Egito, Itália, Áustria, Alemanha, França, Grã-Bretanha, Países Baixos, Suíça e Portugal.[324][325] Voltaram ao Brasil em 22 de setembro de 1877.[326] As viagens de Dom Pedro pelo exterior deixaram uma notável marca em sua personalidade. Ele sentia-se livre das restrições impostas por sua posição.[327] Usando o nome de "Pedro de Alcântara", gostava de comportar-se como uma pessoa comum,[327] e tornava-se difícil para ele readaptar-se à rotina quando retornava à sua pátria e reassumia suas obrigações de Estado.[328] Isso provocou-lhe até um certo desencanto a respeito da monarquia, ressentindo-se da carga que lhe pesava aos ombros desde tenra infância. Segundo Besouchet, se antes ele não fazia muita questão de assegurar o trono para as próximas gerações de sua família, depois das viagens ele já parecia desinteressado em preservá-lo até para si mesmo.[329] Declínio e quedaDecadência Dom Pedro em 1887, com 61 anosNa década de 1880 o Brasil continuou a prosperar e aumentava a diversidade social, testemunhando inclusive um primeiro movimento feminista.[330] Por outro lado, as cartas que o imperador escreveu neste período revelam um homem cansado do mundo, cada vez mais distante e pessimista. Ele permanecia fiel às suas obrigações e desempenhava-as meticulosamente, mas frequentemente sem entusiasmo.[331] Por causa de sua crescente indiferença a respeito do futuro da monarquia, como afirmou Lyra,[332] e por sua falta de energia na defesa do sistema quando ele começou a ser questionado, Barman atribuiu-lhe a maior culpa pela queda do regime.[333] Enquanto que nas décadas anteriores ele era visto como o maior sustentáculo para a sobrevivência do governo e da nação,[56] o imperador encanecido passou a se retirar da cena pública, substituído por uma nova geração de políticos que não haviam vivido as tensões e perigos da Regência, que haviam ameaçado a própria existência da nação, e só conheciam a estabilidade e prosperidade do auge de seu reinado, mas que fora conquistada a duras penas.[56] Em flagrante contraste com o período anterior, os jovens políticos não viam uma razão forte para apoiar o sistema imperial como uma força benéfica e unificadora do país,[334] e o papel decisivo que Dom Pedro desempenhara para a conquista da unidade e da estabilidade foi esquecido e menosprezado pelas elites. Por causa mesmo do seu sucesso, sua presença agora parecia dispensável.[335] A falta de um herdeiro homem também contribuiu para fragilizar as perspectivas da monarquia a longo prazo. O imperador amava sua filha Isabel, mas considerava uma mulher inadequada para a responsabilidade de imperar, e viu a morte precoce dos seus dois filhos como um sinal de que o império teria um fim.[336] Outros políticos também compartilhavam da sua resistência a um governo feminino.[337] Mesmo que a Constituição autorizasse a sucessão feminina, havia um tradicionalismo arraigado de que somente um homem seria capaz de assumir a chefia do Estado.[128] O republicanismo nunca fora a opção favorita do povo brasileiro, e a ideia só circulava entre as elites, com fraco apoio das províncias.[338][339][340] Mas a combinação desse ideário com a influência positivista sobre os militares de baixo e médio escalão, levou a indisciplina às forças armadas, que passaram a sonhar com uma república ditatorial, que acreditavam ser uma forma de governo superior à monarquia liberal.[341][342] A abolição da escravatura e o golpe de Estado republicano A última fotografia da família imperial no Brasil, 1889A saúde do imperador declinava sensivelmente,[343] e seus médicos sugeriram que ele buscasse tratamento na Europa.[344] Ele partiu em 30 de junho de 1887[344] e chegando em Milão passou duas semanas entre a vida e a morte, recebendo até a extrema unção.[345][346][347] Recuperou-se, e em 22 de maio de 1888 recebeu a notícia de que a escravidão havia sido abolida no Brasil pela sua filha, a princesa Isabel, então regente.[348] Ainda de cama, com uma voz fraca e lágrimas nos olhos, ele disse: "Grande povo! Grande povo!".[348][349][350] Dom Pedro retornou ao Brasil em 22 de agosto de 1888,[351][352] sendo recebido entusiasticamente, chegando provas de afeto de todas as províncias.[353] Com tanto apoio, a monarquia parecia segura,[354] e atingia o máximo de sua popularidade,[351][355][356] aproveitando também o elevado prestígio de que a nação desfrutava internacionalmente.[357] As previsões sobre uma crise econômica e social por causa da abolição não se materializaram, e a safra do café deste ano foi um sucesso.[358] Contudo, o fim da escravidão desencadeou uma nítida transferência do apoio da monarquia para a ideia republicana pelos grandes fazendeiros,[359][360] uma vez que encararam a abolição como um confisco de propriedade privada.[361] Para evitar uma revolução, o governo lançou mão do crédito disponível para o Brasil como resultado de sua prosperidade, obtendo grandes empréstimos a juros baixos em favor dos cafezais, acrescentando a isso uma farta distribuição de títulos de nobreza e outras honrarias entre os fazendeiros e políticos descontentes.[362] O governo também tomou medidas para administrar a crise entre as milícias ressuscitando a Guarda Nacional, que até então existia quase só no papel.[363] Isso alarmou os republicanos civis e os militares positivistas. Os republicanos entenderam as ações do governo como uma ameaça aos seus propósitos, o que os incitou à reação,[342] cogitando em atos extremos.[364] Tanto para os republicanos como para os militares dissidentes, pareceu chegar a hora crítica,[365] embora entre a massa do povo não houvesse desejo pela mudança de regime.[340] Os positivistas acabaram por conseguir dar um golpe de Estado, instituindo a república em 15 de novembro de 1889.[366][367][368][369] As poucas pessoas que testemunharam a movimentação não perceberam seu alcance.[370][371] Durante o transe Dom Pedro não esboçou reação, aparentemente desinteressado,[372] e rejeitou todas as sugestões de seus conselheiros para reprimir a revolta.[373][374][375] Quando soube da notícia de sua deposição, comentou: "Se assim é, será minha aposentadoria. Trabalhei demais e estou cansado. Agora vou descansar".[376] Ele e sua família foram mandados para o exílio na Europa, partindo em 17 de novembro.[377] Exílio e legadoÚltimos anos Pedro II em seu leito de morte, 6 de dezembro de 1891: o livro embaixo do travesseiro sob sua cabeça simboliza que mesmo após a morte sua mente descansa sobre o conhecimentoHouve resistência monarquista significante após a queda do Império, o qual foi sempre reprimida.[378] Distúrbios contra o golpe ocorreram, assim como batalhas renhidas entre tropas monarquistas do Exército contra milícias republicanas.[379] O "novo regime suprimiu com rápida brutalidade e total desdenho por todas as liberdades civis quaisquer tentativas de criar um partido monarquista ou de publicar jornais monarquistas.[380] A Imperatriz Teresa Cristina faleceu poucos dias após a sua chegada à Europa[381][382] e Isabel e sua família se mudaram para outro lugar enquanto seu pai se estabeleceu em Paris.[383][384] Seus últimos dois anos de vida foram solitários e melancólicos, vivendo em hotéis modestos com quase nenhum recurso e escrevendo em seu diário sobre sonhos em que lhe era permitido retornar ao Brasil.[385][386][387] Certo dia realizou um longo passeio pelo rio Sena em carruagem aberta, apesar da temperatura extremamente baixa. Ao retornar para o hotel Bedford à noite, sentiu-se resfriado.[388][389] A doença evoluiu nos dias seguintes até tornar-se uma pneumonia.[388][390] O estado de saúde de Pedro II rapidamente piorou até a sua morte às 00:35 da manhã do dia 5 de dezembro de 1891.[391][392] Suas últimas palavras foram: "Deus que me conceda esses últimos desejos—paz e prosperidade para o Brasil."[393] Enquanto preparavam seu corpo, um pacote lacrado foi encontrado no quarto com uma mensagem escrita pelo próprio Imperador: "É terra de meu país, desejo que seja posta no meu caixão, se eu morrer fora de minha pátria".[392][394][395] O pacote que continha terra de todas as províncias brasileiras foi colocada dentro do caixão.[394][396] A Princesa Isabel desejava realizar uma cerimônia discreta e íntima,[397] mas acabou por aceitar o pedido do governo francês de realizar um funeral de Chefe de Estado.[392][398][399] No dia seguinte, milhares de personalidades compareceram a cerimônia realizada em Madeleine. Além da família de Pedro II, estavam: Francisco II, ex-rei das Duas Sicílias, Isabel II, ex-rainha da Espanha, Luís Filipe, Conde de Paris, e diversos outros membros da realeza européia.[400][401] Também estavam presentes o General Joseph Brugère, representando o Presidente Sadi Carnot, os presidentes do Senado e da Câmara, assim como senadores, deputados, diplomatas e outros representantes do governo francês.[402] Quase todos os membros da Academia Francesa, do Instituto de França, da Academia de Ciências Morais e da Academia de Inscrições e Belas-Artes também participaram.[398][403] Representantes de outros governos, tanto do continente americano, quanto europeu se fizeram presentes, além de países longínquos como Turquia, China, Japão e Pérsia.[402] Em seguida o caixão foi levado em cortejo até a estação de trem, de onde partiria para Portugal. Apesar da chuva incessante e da temperatura extremamente baixa,[404] cerca de 300.000 pessoas assistiram ao evento.[405] A viagem prosseguiu até a Igreja de São Vicente de Fora, próximo a Lisboa, onde o corpo de Pedro II foi depositado no Panteão dos Braganças em 12 de dezembro.[406][407] Os membros do governo republicano brasileiro, "temerosos da grande repercussão que tivera a morte do Imperador", negaram qualquer manifestação oficial.[408] Contudo, o povo brasileiro não ficou indiferente ao falecimento de Pedro II, pois a "repercussão no Brasil foi também imensa, apesar dos esforços do governo para a abafar. Houve manifestações de pesar em todo o país: comércio fechado, bandeiras a meio pau, toques de finados, tarjas pretas nas roupas, ofícios religiosos".[406][409] Foram realizadas "missas solenes por todo o país, seguidas de pronunciamentos fúnebres em que se enalteciam D. Pedro II e o regime monárquico".[409] Legado Tumba de Dom Pedro II e de D. Teresa Cristina no Mausoléu Imperial, dentro da Catedral de PetrópolisOs brasileiros se mantiveram apegados a figura do imperador popular a quem consideravam um herói[410] e continuaram a vê-lo como o Pai do Povo personificado.[411] Esta visão era ainda mais forte entre os brasileiros negros ou de ascendência negra, que acreditavam que a monarquia representava a libertação. O fenômeno de apoio contínuo ao monarca deposto é largamente devido a uma noção generalizada de que ele foi "um governante sábio, benevolente, austero e honesto"[412] Esta visão positiva de Pedro II, e nostalgia por seu reinado, apenas cresceu a medida que a nação rapidamente caiu sob o efeito de uma série de crises políticas e econômicas que os brasileiros acreditavam terem ocorridas devido a deposição do Imperador.[413] Ele nunca cessou de ser considerado um herói popular, mas gradualmente voltaria a ser um herói oficial.[414] Surpreendentemente fortes sentimentos de culpa se manifestaram dentre os republicanos, que se tornaram cada vez mais evidentes com a morte do Imperador no exílio.[415] Eles elogiavam Pedro II, que era visto como um modelo de ideais republicanos,[416] e a era imperial, que acreditavam que deveria servir de exemplo a ser seguido pela jovem república.[417] No Brasil, as notícias da morte do Imperador "causaram um sentimento genuíno de remorso entre aqueles que, apesar de não possuirem simpatia pela restauração, reconheciam tanto os méritos quanto as realizações de seu falecido governante."[410][412][418][419] Seus restos mortais, assim como os de sua esposa, foram finalmente trazidos ao Brasil em 1921 a tempo do centenário da independência brasileira em 1922 e o governo desejava dar a Pedro II condizentes aos de Chefe de Estado.[420][421] Um feriado nacional foi decretado e o retorno do Imperador como herói nacional foi celebrado por todo o país.[416] Milhares participaram da cerimônia principal no Rio de Janeiro. O historiador Pedro Calmon descreveu a cena: "Os velhos choravam. Muitos ajoelhavam-se. Todos batiam palmas. Não se distinguiam mais republicanos e monárquicos. Eram brasileiros"[422] Esta homenagem marcou a reconciliação do Brasil republicano com o seu passado monárquico.[421] Os historiadores possuem uma grande estima por Pedro II e seu reinado. A literatura historiográfica que trata dele é vasta e, com a exceção do período imediatamente posterior a sua queda, enormemente positiva, e até mesmo laudatória.[423] O Imperador Pedro II é comumente considerado por historiadores o maior brasileiro.[424][425][1] De uma maneira bem similar aos métodos que foram usados pelos republicanos do começo do século XX, os historiadores apontam as virtudes do Imperador como exemplos a serem seguidos, apesar de que nenhum foi longe o bastante para propôr a restauração da monarquia. O historiador Richard Graham comentou: "A maior parte dos historiadores do século XX, além disso, têm olhado nostalgicamente para o período [do reinado de Pedro II], usando suas descrições do Império para criticar—as vezes sutilmente, outras vezes nem tanto—os regimes republicanos e ditatoriais subsequentes do Brasil."[426] Títulos e honrariasFormas de tratamento e títulos2 de dezembro 1825 – 7 de abril de 1831: Sua Alteza Imperial O Príncipe Imperial 7 de abril de 1831 – 15 de novembro de 1889: Sua Majestade Imperial O Imperador A forma de tratamento e o título completo do monarca foram "Sua Majestade Imperial Dom Pedro II, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil".[427] HonrariasO Imperador Pedro II foi Grão-mestre das seguintes ordens brasileiras:[428] Imperial Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo. Imperial Ordem de São Bento de Avis. Imperial Ordem de Sant'Iago da Espada. Imperial Ordem do Cruzeiro. Imperial Ordem de Pedro Primeiro. Imperial Ordem da Rosa. Ele foi membro das seguintes ordens estrangeiras:[429] Grã-Cruz da Ordem de São Estêvão da Áustria-Hungria. Grande Cordão da Ordem de Leopoldo da Bélgica. Grã-Cruz da Ordem da Estrela da Romênia. Cavaleiro da Ordem do Elefante da Dinamarca. Grã-Cruz da Ordem de São Januário das Duas Sicílias. Grã-Cruz da Ordem de São Fernando e do Mérito das Duas Sicílias. Grã-Cruz da Legião de Honra da França. Grã-Cruz da Ordem do Salvador da Grécia. Grã-Cruz da Ordem Neerlandesa do Leão dos Países Baixos. Cavaleiro da Ordem do Tosão de Ouro da Espanha. Cavaleiro Estrangeiro da Ordem da Jarreteira do Reino Unido. Grã-Cruz da Ordem Soberana e Militar de Malta. Grã-Cruz da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém. Grã-Cruz da Sagrada Ordem Militar Constantiniana de São Jorge. Grã-Cruz da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa de Portugal. Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito de Portugal. Grã-Cruz da Ordem da Águia Negra da Prússia. Grã-Cruz de todas as ordens de cavalaria da Rússia. Grã-Cruz da Ordem da Anunciação da Itália. Grã-Cruz da Ordem do Serafim da Suécia. Grã-Cruz da Ordem da Estrela Polar da Suécia. Grã-Cruz (Primeira Classe) da Ordem de Medjidie do Império Turco-Otomano. GenealogiaAscendênciaA ascendência do Imperador Pedro II:[430] [Expandir] Ancestrais de Pedro II do Brasil 16. João V de Portugal (= 36) 8. Pedro III de Portugal 17. Maria Ana de Áustria (= 37) 4. João VI de Portugal 18. José I de Portugal 9. Maria I de Portugal 19. Mariana Vitória de Espanha 2. Pedro I do Brasil (IV de Portugal) 20. Carlos III de Espanha 10. Carlos IV de Espanha 21. Maria Amália da Saxónia 5. Carlota Joaquina de Bourbon 22. Filipe, Duque de Parma 11. Maria Luísa de Parma 23. Princesa Luísa Isabel de França 1. Pedro II do Brasil 24. Francisco I, Sacro Imperador Romano-Germânico 12. Leopoldo II, Imperador da Alemanha 25. Maria Teresa de Áustria 6. Francisco II, Imperador da Alemanha 26. Carlos III de Espanha (= 20) 13. Maria Luísa de Espanha 27. Maria Amália da Saxónia (= 21) 3. Maria Leopoldina da Áustria 28. Carlos III de Espanha (= 20) 14. Fernando I das Duas Sicílias 29. Maria Amália da Saxónia (= 21) 7. Maria Teresa das Duas Sicílias 30. Francisco I, Sacro Imperador Romano-Germânico (= 24) 15. Maria Carolina de Áustria 31. Maria Teresa de Áustria (= 25) PosteridadeNome Retrato Nascimento e morte Notas Com Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias (14 de março de 1822 – 28 de dezembro de 1889; casamento por procuração em 30 de maio de 1843) Afonso, Príncipe Imperial do Brasil 23 de fevereiro de 1845 – 11 de junho de 1847 Príncipe Imperial do Brasil de seu nascimento até sua morte. Isabel, Princesa Imperial do Brasil 29 de julho de 1846 – 14 de novembro de 1921 Princesa Imperial do Brasil e Condessa de Eu através do casamento com Gastão de Orleães, Conde de Eu. Princesa Leopoldina do Brasil 13 de julho de 1847 – 7 de fevereiro 1871 Casou com o Príncipe Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota. Pedro, Príncipe Imperial do Brasil 19 de julho de 1848 – 9 de janeiro de 1850 Príncipe Imperial do Brasil de seu nascimento até sua morte. Notas de rodapé^ "O Segundo Reinado, isto é, o período em que foi nosso Imperador D. Pedro II, durou cinquenta e oito anos, da abdicação de seu pai, D. Pedro I, em 1831, até a proclamação da república em 1889." —Hélio Viana[424] Referências↑ a b c Bueno 2003, p. 196. ↑ Barman 1999, p. 85. ↑ a b Besouchet 1993, p. 39. ↑ Carvalho 2007, pp. 11–12. ↑ a b Olivieri 1999, p. 5. ↑ Calmon 1975, p. 3. ↑ a b Schwarcz 1998, p. 45. ↑ a b c d Vainfas 2002, p. 198. ↑ Calmon 1975, p. 4. ↑ Barman 1999, p. 424. ↑ Besouchet 1993, p. 40. ↑ a b Schwarcz 1998, p. 47. ↑ Barman 1999, p. 1. ↑ a b Besouchet 1993, p. 41. ↑ a b Calmon 1975, p. 5. ↑ Calmon 1975, p. 15. ↑ Carvalho 2007, p. 13. ↑ Calmon 1975, p. 16. ↑ Barman 1999, p. 22. ↑ Carvalho 2007, p. 16. ↑ Besouchet 1993, p. 46. ↑ Barman 1999, p. 26. ↑ Carvalho 2007, p. 20. ↑ a b Carvalho 2007, p. 21. ↑ Lyra 1977a, p. 15. ↑ Lyra 1977a, p. 17. ↑ Schwarcz 1998, p. 50. ↑ a b c Carvalho 2007, p. 31. ↑ Barman 1999, p. 29. ↑ a b Calmon 1975, p. 57. ↑ a b c Schwarcz 1998, p. 57. ↑ Carvalho 2007, p. 25. ↑ Lyra 1977a, p. 33. ↑ a b Carvalho 2007, p. 27. ↑ Olivieri 1999, p. 8. ↑ a b Vainfas 2002, p. 199. ↑ Besouchet 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ISBN 85-06-01999-0 Ligações externasOutros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema: Citações no Wikiquote Categoria no Commons Commons Wikiquote Casa de Bragança Nascimento: 2 de dezembro de 1825; Morte: 5 de dezembro de 1891 Precedido por Dona Maria da Glória mais tarde Rainha Dona Maria II de Portugal Príncipe Imperial do Brasil 1825–1831 Sucedido por Dona Maria II de Portugal Precedido por Dom Pedro I Imperador do Brasil como Dom Pedro II do Brasil 1831–1889 Sucedido por Nenhum Família Imperial Brasileira Precursores: D. João VI de Portugal | D. Carlota Joaquina 1.ª geração: D. Pedro I | D.Leopoldina de Áustria | D. Amélia de Leuchtenberg 2.ª geração: D. Pedro II | D. Teresa de Duas Sicílias | D. Januária Maria | D. Paula Mariana | D. Francisca Carolina D. Maria II de Portugal | D. Maria Amélia 3.ª geração: D. Isabel Leopoldina | D. Luís Gastão d'Eu | D. Afonso Pedro | D. Leopoldina Teresa | D. Pedro Afonso 4.ª geração: D. Luísa Vitória | D. Pedro de Alcântara | D. Luís Maria Filipe | D. Antônio Gastão | D. Pedro Augusto | D. Augusto Leopoldo 5.ª geração em diante: Ramo de Vassouras | Ramo de Petrópolis | Ramo de Saxe-Coburgo e Bragança Obtida de "http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Pedro_II_do_Brasil&oldid=30670262" Categorias: Nascidos em 1825Mortos em 1891Imperadores do BrasilMonarcas católicos romanosPríncipes Imperiais do BrasilCrianças soberanasNaturais do Rio de Janeiro (cidade)Luso-brasileirosAustro-brasileirosHispano-brasileirosFranco-brasileirosTeuto-brasileirosGrã-cruzes da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila ViçosaGrã-cruzes da Ordem Nacional da Legião de HonraCavaleiros da Ordem da JarreteiraSepultados na Catedral de São Pedro de AlcântaraCatólicos do BrasilFilhos de Pedro I do BrasilMonarcas BrasileirosCategorias ocultas: !Artigos destacados!Artigos destacados na Wikipédia em inglês!Artigos destacados na Wikipédia em francês Ferramentas pessoaisEntrar Criar conta Espaços nominaisArtigo Discussão VariantesVistasLer Ver código-fonte Ver histórico AçõesBusca NavegaçãoPágina principal Conteúdo destacado Eventos atuais Esplanada Página aleatória Portais Informar um erro ColaboraçãoBoas-vindas Ajuda Página de testes Portal comunitário Mudanças recentes Estaleiro Criar página Páginas novas Contato Donativos Imprimir/exportarCriar um livroDescarregar como PDFVersão para impressãoFerramentasPáginas afluentes Alterações relacionadas Carregar ficheiro Páginas especiais Ligação permanente Citar esta página CorrelatosCommons Wikiquote Noutras línguasAfrikaans Aragonés العربية Български Brezhoneg Català ᏣᎳᎩ Česky Dansk Deutsch Ελληνικά English Esperanto Español Eesti فارسی Suomi Français Galego עברית Hrvatski Magyar Bahasa Indonesia Italiano 日本語 ქართული 한국어 Latina मराठी Nederlands ‪Norsk (bokmål)‬ Polski Română Русский Simple English Slovenščina Српски / Srpski Svenska Türkçe Українська Tiếng Việt 中文 Esta página foi modificada pela última vez à(s) 18h33min de 13 de junho de 2012. Este texto é disponibilizado nos termos da licença Atribuição-Partilha nos Mesmos Termos 3.0 não Adaptada (CC BY-SA 3.0); pode estar sujeito a condições adicionais. Consulte as condições de uso para mais detalhes. Política de privacidade Sobre a Wikipédia Avisos gerais Versão móvel COPYRIGHT WIKIPÉDIA

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