quinta-feira, 11 de outubro de 2012

ALBERTO CAIEIRO : FERNANDO PESSOA .

"Um dia,


lá para o fim do futuro,

alguém escreverá sobre mim um poema,

e talvez só então eu comece a reinar no meu Reino."

Alberto Caeiro



“Nascido em 16 de Abril de 1889 e mestre de todos os heterônimos”, Alberto Caeiro é o poeta que foge para o campo, tentando viver na mais absoluta depuração, como as flores, os regatos, os prados, etc., os quais obviamente são incapazes de refletir e questionar o mundo. Portanto, são felizes em sua própria inconsciência. Caeiro admira a Natureza e busca atingir a mesma impassibilidade dos elementos naturais. Para este heterônimo o mundo não encerra mistérios: Deus, metafísica, “sentido último das coisas”, nada disso importa, as coisas são apenas as coisas. E é esta realidade pura, sem símbolos de qualquer espécie, que constitui o alvo de sua criação poética, como se vê no fragmento do poema V de O Guardador de Rebanhos:









Há metafísica bastante em não pensar em nada.

O que penso eu do mundo?

Sei lá o que penso do mundo!

Se eu adoecesse pensaria nisso.

Que idéia tenho eu das cousas?

Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos?

Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma

E sobre a criação do Mundo?

O mistério das cousas? Sei lá o que é mistério!

O único mistério é haver quem pense no mistério. [...]

Metafísica? Que metafísica têm aquelas árvores?

A de serem verdes e copadas e de terem ramos

E a de dar fruto na sua hora, o que não nos faz pensar,

A nós, que não sabemos dar por elas.

Mas que melhor metafísica que a delas,

Que é a de não saber para que vivem

Nem saber que o não sabem?

“Constituição íntima das cousas”…

“Sentido íntimo do Universo”…

Tudo isto é falso, tudo isto não quer dizer nada. [...]

Pensar no sentido íntimo das cousas

É acrescentado, como pensar na saúde

Ou levar um copo à água das fontes.

O único sentido íntimo das cousas

É elas não terem sentido íntimo nenhum.







Observe este outro trecho de O Guardador de Rebanhos, poema XX:







O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,

Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia

Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia. (…)

O Tejo desce de Espanha

E o Tejo entra no mar em Portugal.

Toda a gente sabe disso.

Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia

E para onde ele vai

E donde ele vem.

E por isso, porque pertence a menos gente,

É mais livre e maior o rio de minha aldeia.

Pelo Tejo vai-se ao Mundo.

Para além do Tejo há a América

E a fortuna daqueles que a encontram.

Ninguém nunca pensou no que há para além

Do rio da minha aldeia.



O rio da minha aldeia não faz pensar em nada

Quem está ao pé dele está só ao pé dele.





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20 Comentários to “Alberto Caeiro”

Bill,

amo esse trecho:

“Pega-me tu ao colo

E leva-me para dentro da tua casa

Despe meu ser cansado e humano

E deita-me na tua cama

E conta-me histórias, caso eu acorde,

Para eu tornar a adormecer.

E dá-me sonhos teus para eu brincar

Até que nasça qualquer dia

Que tu sabes qual é”



Alberto Caeiro é o meu preferido!!!

beijinhos pra ti



Marie

15th agosto, 2006



Alberto Caeiro com certeza é um mestre em poesia, pois ele consegue transformar em versos as coisas mais simples do viver, como a natureza, o amor e outros sentimentos.



Marcelle Romanine

2nd dezembro, 2006



Fernando Pessoa apresenta em seus poema uma confusao de alguem que nao tem muita certeza do seu presente e se perde em palavras



celestina moreira carinhanha

24th março, 2007



é um poeta sem pessamento



viviane cristina

28th maio, 2007



é um poéta engenuo nascido no campo humilde sem pensar no metafisica



viviane cristina

28th maio, 2007



ele é uns dos principais heterõnimos de Fernando Pessoa dos 53



víví

28th maio, 2007



“Pega-me tu ao colo

E leva-me para dentro da tua casa

Despe meu ser cansado e humano

E deita-me na tua cama

E conta-me histórias, caso eu acorde,

Para eu tornar a adormecer.

E dá-me sonhos teus para eu brincar

Até que nasça qualquer dia

Que tu sabes qual é”

ABSOLUTAMENTE FANTÁSTICO!



Ernesto

26th agosto, 2007



estudei muito sobre Alberto Caiero e percebo sua inteligencie e seu auto controle de quase tudo!!!!!!!!!!!



ethienne monick

18th setembro, 2007



Alberto Caeiro soube descrever a vida da maneira mais sábia ,bebeu da fonte de Deus e eu fiel a ambos também quero provar dessa àgua viva e se for preciso afogar-me na sua fonte.



Flávia Botelho

18th setembro, 2007



adorei conhecer as famosas letras escritas por Caeiro.

bjsss

ass:railania



Railania dos santos

23rd março, 2008



Amei todos os poemas de Caeiro!!!!!!sao um mais lindo q o outro em lingua portuguesa quando se fala dele paro sempre de conversar pois seus poemas sao muitos mais muitos lindos!!!!!bjux



gleiga athyla

10th junho, 2008



Alberto Caiero,

Caeiro alberto,

se o alberto

não fosse o Caeiro

o Caeiro

não seria o alberto…

kkkkk



fabio

20th junho, 2008



Achei muito interessante a proposta do site, de reunir, de forma sintética e intensa, as produções de Fernando Pessoa.



Michelle Nina

23rd junho, 2008



Caeiro é o poeta. Ano tds os seus poemas



Dayane de Lima

18th agosto, 2008



ele era muito bom



gleinilson mirada freitas

2nd setembro, 2008



‘Alberto Caeiro‘….faz qualquer um do alto de sua ignorancia sentir o mais imtimo perfumes das coisas nesses dias que tão cheiram mal…..



wallace

3rd setembro, 2008



Alberto Caeiro: despindo o gosto da rosa somente em vela e sentindo-a…´

provando sempre que naum presisava provar nada pra ninguem ….



WALLACE DE JESUS

4th setembro, 2008



o poema ´´A GUERRA´´ilustra muito bem os dias de hoje.



joel pereira

7th setembro, 2008



Tudo comentado acima é de muita emportante para cada um de nós alunos e leitores pois é de suma importancia para nossa formação…..



João da Costa Lima

8th setembro, 2008



Simplesmente um dos melhores escritores do mundo: Fernando Pessoa



Bah

27th outubro, 2008

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