sexta-feira, 12 de outubro de 2012

BOCAGE: CRÍTICA AO GOVERNO COLONIAL BRASILEIRO

skip to main

skip to left sidebar skip to right sidebar Home --- Matemática --- Física --- Química --- Biologia --- História --- Geografia --- Língua Portuguesa --- Sobre o Q.I. Quanta





Parceiros

Parceiros educação

Efeito Joule

Ligado na Facul

História Digital

Cursos Gratuitos

Faculdade a distância

Cursos a distância

Cursos Gratis Online

Outros parceiros

Artur Fujita

Divulgar Ciência

Tainan Rocha

Marcela Godoy

Química

•Substâncias e Misturas I

•Substâncias e Misturas II

•Substâncias e Misturas III

•Substâncias e Misturas IV

•Química Atomística - Introdução

•Modelo atômico I

•Modelo atômico II

•Modelos atômicos III

•Estrutura do átomo

•Isótopos, Isóbaros e Isótonos

•Ligações Químicas

•Íons

•Ligação Iônica

•Ligação covalente

•Ligação covalente dativa

•Ligação metálica

•Reações Químicas

•Tipo de reações químicas

•Estequiometria - introdução

•Estequiometria - excesso

•Estequiometria - pureza

•Estequiometria - rendimento

•Número de oxidação

•Cálculo do nox

•Reações de óxido-redução

•Óxido redução balanceamento

•Reações endotérmicas e exotérmicas

•Entalpia e entropia

•Lei de Hess

•Deslocamento de equilíbrio

•Equilíbrio molecular

•Equilíbrio iônico

•pH e pOH

•Ácido

•Nomenclatura de Ácidos

•Bases

•Sais

•Nomenclatura e classificação dos sais

•Equações de neutralização

•Hidrólise salina

•Funções orgânicas

Inlgês

•Simple Present Tense

•Conjugação no Simple Present ou Presente Simples:

Este Blog





Este Blog



Pesquisar este blog



tecnologia

Share on orkutShare on twitterShare on facebookShare on emailMore Sharing Services0 Bocage: "O Poeta Maldito"





Manuel Maria de Barbosa Du Bocage foi o mais renomado poeta português do século XVIII. Adotou na Nova Arcádia o pseudônimo de Elmano Sadino (Elmano é o anagrama de Manoel e Sadino é uma alusão ao rio Sado, que passa na terra natal do poeta).





Levou uma vida tumultuosa e intensa, na qual se incluem decepções amorosas, revolta contra as instituições da sua sociedade, prisões, vícios, doença e um fim de vida pobre. Devido a isso, em alguns de seus poemas, Bocage compara sua vida à do poeta Camões, como se vê no soneto abaixo:





“Camões, grande Camões, quão semelhante

Acho teu fado ao meu, quando os cotejo!

Igual causa nos fez, perdendo o Tejo,

Arrostar co'o sacrílego gigante.





Como tu, junto ao Ganges sussurrante,

Da penúria cruel no horror me vejo.

Como tu, gostos vãos, que em vão desejo,

Também carpindo estou, saudoso amante.





Ludíbrio, como tu, da Sorte dura

Meu fim demando ao Céu, pela certeza

De que só terei paz na sepultura.





Modelo meu tu és, mas... oh, tristeza!...

Se te imito nos transes da Ventura,

Não te imito nos dons da Natureza.”





Sua obra pode ser dividida em poesia satírica, na qual mostrou seu lado mais irreverente e provocador; poesia bucólica, ainda bastante influenciada pelo arcadismo, e poesia lírica pré-romântica, na qual se concentra o melhor de sua originalidade e engenho artístico.





Poesia satírica: poesia grosseira, vulgar e obscena. Cantada nos bares, nas noitadas, essas poesias eram, muitas vezes, improvisadas, o que leva alguns críticos a compararem Bocage à figura do repentista. Daí a marca mais interessante dessa poesia: a aproximação com o público. O “Poeta Maldito” (alcunha que levou justamente por sua poesia satírica) transferiu a poesia dos salões para a rua, construindo a imagem do “poeta do povo”: poeta dos palavrões; aquele que não tem vergonha; que abriu mão da noção de conveniências; é o poeta de fala aberta, direta, sem entremeios, sem receios.





Bocage ataca, nessas poesias, ora em termos mais elevados, ora em termos bem vulgares, as colônias, o absolutismo político e religioso, a monarquia, o clero, os colonos, os mestiços, os poetas seus contemporâneos, as instituições e todo tipo de hipocrisia moral. Por outro lado, e até mesmo por não se desvencilhar totalmente das visões de mundo de seu tempo, revelou, ao criticar os colonos e os mestiços, uma postura europeizada e preconceituosa.





Censurado e mal quisto pela sociedade de sua época, justamente por este lado mais desbocado, é ainda mal compreendido em suas sátiras, pois esta parte de suas poesias é ainda omitida, muitas das vezes completamente, pela maioria dos manuais de literatura. Para Massaud Moisés (2008), apesar de Bocage ter, na sátira, alcançado ser poeta de primeira grandeza, este lado de sua poesia ocupa lugar menos relevante em sua obra, “seja porque de cunho pessoal e bilioso, seja porque dura tanto quanto o acontecimento que lhe dá causa”. Abaixo, transcrevemos um exemplo dessa poesia:





"Casou-se um bonzo da China

Com uma mulher feiticeira

Nasceram três filhos gêmeos

Um burro, um frade e uma freira."





Poesia bucólica e encomiástica: representa uma primeira fase da poesia lírica do escritor, ainda presa aos moldes convencionais da Nova Arcádia. Trata-se da poesia não censurada de Bocage, a poesia oficial; justamente a menos interessante. Além dos poemas elogiosos e circunstanciais (para casamentos, mortos ilustres, etc.), destinados à louvação dos poderosos, Bocage também explorou os temas árcades, aderindo à moda bucólica e pastoril, além de resgatar os personagens da mitologia clássica, como os Zéfiros e as ninfas. Exemplo:





“Marília, se em teus olhos atentara,

Do estelífero sólio reluzente,

Ao vil mundo outra vez o onipotente,

O fulminante Júpiter baixara





Se o deus que assanha as Fúrias, te avistara

As mãos de neve, o colo transparente,

Suspirando por ti, do caos ardente

Surgira à luz do dia e te roubara.





Se a ver-te de mais perto o Sol descera,

No aúreo carro veloz dando-te assento,

Até da esquiva Dafne se esquecera.





E se a força igualasse o pensamento

Ó alma da minh’alma eu te of’recera

Com ela a Terra, o Mar e o Firmamento.”





Poesia lírica: nesta poesia, Bocage compõe idílios, odes, epigramas, cantatas, elegias, canções, epístolas, sonetos, etc. Mas foi com os sonetos que o poeta alcançou o máximo de seu talento lírico, sendo considerado pela crítica como um dos três maiores sonetistas da língua portuguesa, ao lado de Camões e Antero.





Bocage superou as regras e imposições estético-literárias do movimento arcádico, dando à lírica um tom pessoalista, libertando-se das emoções, às vezes de maneira calma e idealista, às vezes violentamente, como se gritasse. Estreando, na sua maneira de fazer poesia, uma novidade para seu tempo, Bocage representa a renúncia da hipocrisia, contenção e fingimento do Arcadismo, anunciando o que posteriormente veio a chamar-se de “visão romântica do mundo”. Bocage passa, então, a adentrar seu tumultuoso e ardente mundo interior, sendo, por isso, considerado predecessor dos sonetos metafísicos de Antero.

Os temas mais carregados de dramaticidade de sua poesia surgem nesse período, marcado pelo “sentimento de desamparo por falta de afetos seguros e de certezas filosóficas ou religiosas” e pela “tragédia da solidão em face do ‘outro’ e da realidade do mundo” (Massaud Moisés, 2008, p. 160).

Outro tema, que chega a constituir idéia fixa do poeta, é a Morte, à qual se liga uma poesia lúgubre, noturna, pessimista e fatalista, como se vê nos versos do poeta transcritos logo abaixo:





“Ó retrato da Morte!, ó Noite amiga

Por cuja escuridão suspiro há tanto!

Calada testemunha de meu pranto,

De meus desgostos secretária antiga!”





Essa poesia de auto-análise representa o momento mais rico da obra de Bocage, pois, na ânsia de encontrar versos que expressassem todos os seus conflitos interiores com a dramaticidade necessária, o poeta dá vida a novas soluções expressivas, demonstrando grande habilidade e maestria poética. Dividido entre o Sentimento (que se extravasa) e a Razão (os problemas individuais são elevados a uma reflexão universalista), o primeiro vence a segunda, fazendo o poeta avançar em direção ao Romantismo. Abaixo, transcrevemos uma das obras primas do escritor: “Já Bocage não sou!”.





“Já Bocage não sou!... A cova escura

Meu estro vai parar desfeito em vento...

Eu aos céus ultrajei! O meu tormento

Leve me torne sempre a terra dura:





Conheço agora já quão vã figura

Em prosa e verso fez meu louco intento;

Musa!... Tivera algum merecimento

Se um raio da razão seguisse, pura!





Eu me arrependo; a língua quase fria

Brade em alto pregão à mocidade,

Que atrás do som fantástico corria:





Outro Aretino fui... A santidade

Manchei!... Oh! Se me creste, gente ímpia,

Rasga meus versos, crê na eternidade!





CINEMA: O cinema já tomou como personagem o polêmico “Poeta Maldito”: primeiro em 1936, em “Bocage”, um filme português de Leitão Barros, e segundo em 1997, em “Bocage, o triunfo do amor”, filme brasileiro e português de Djalma Limongi Batista. Vale a pena conferir!

Nenhum comentário:



Postar um comentário





Educação



Digite seu e-mail para receber as atualizações:









Delivered by FeedBurner



Língua Portuguesa

O que é Literatura?

Trovadorismo I

Trovadorismo II

Humanismo I

Humanismo II

Auto da Barca do Inferno (Gil Vicente)

Classicismo

Camões: Drama e Lírica

Épica Camoniana I

Épica Camoniana II

Barroco

Cultismo x Conceptismo

Padre Antonio Vieira

Barroco Brasileiro: Gregório de Matos

Para saber: Rococó

Arcadismo

Arcadismo Brasileiro

Arcadismo Português

Cláudio Manuel da Costa

Tomás Antônio Gonzaga

Basílio da Gama

Santa Rita Durão

Bocage

Literatura Colonial

Literatura de informação

Romantismo

Romantismo - Brasil

Primeira Geração Romântica

Segunda geraçõa Romântica

Segunda geraçõa Romântica - poetas

Terceira geraçõa Romântica

Terceira geraçõa Romântica: Castro Alves

Nova Ortografia

Ortografia I

Ortografia II

Ortografia III

Parônimos e Homônimos

Acentuação

Formação das palavras

Classe e estrutura das palavras

Substantivo

Adjetivo

Numeral

Artigo

Pronomes

Pronomes indefinidos

Pronomes relativos

Pronomes interrogativos

Pronomes demonstrativo

Colocação Pronominal I

Colocação Pronominal II

Verbo I

Verbo II

Modo indicativo: emprego

Modo subjuntivo: emprego

Modo imperativo: emprego

Emprego do substantivo nas subordinadas

Emprego do Imperativo

Tempos primitivos e derivados

Predicação Verbal

Vozes Verbais

Regência Nominal

Regência Verbal

Infitinivo, Gerúndio, Particípio

Sujeito

Predicado

Aposto e vocativo

Frase, Oração e Período

Orações Subordinadas substântivas

Orações Subordinadas Adjetivas

Orações Subordinadas Adverbiais

Orações coordenadas

Orações reduzidas

Memória de um Sargento de Milícias (Manuel Antônio de Almeida)

Macedo manuel Antônio de Almeida

Emprego da Crase

Concordância Nominal

Concordância Verbal I

Concordância Verbal II

Pontuação I

Pontuação II

Biologia

O que é Biologia

Citologia

Composição química das células: água

Organelas Citoplasmáticas

ATP e Energia

Fotossíntese

Núcleo celular

Ácidos Nucléicos

Replicação, Transcrição e Tradução

Estrutura do DNA - Cromossomos

Estrutura do RNA

Vírus

Mitose

Meiose

Gametogênese

Genética: Primeira Lei de Mendel

Heredograma

Como descobrir genótipos

Condominância

Sangue: sistema ABO

Sangue: sistema Rh

Alelos Múltiplos

História

Antiguidade Oriental

Egito Antigo: Introdução

A Primeira Guerra Mundial

As Grandes Navegações: A Expansão Ultramarina Européia

Pensadores do iluminismo

A Revolução Francesa

Grécia: Período Pré-Homérico

Capitanias Hereditárias

Governo geral

Invasão Holandesa

Ciclo do açúcar I: antecedentes

Ciclo do açúcar II: economia

A Economia Brasileira No Final Do Século XX

Histótia da África e Cultura Afro-Brasileira

Partilha da África

Revolta da Chibata

Abolição da Escravidão

Quilombo

Geografia

Formação da Terra

Movimento de Translação

Movimento de Rotação

Expansionismo Geográfico: algumas comparações



copyright©2010 Q.I. Educação

BlogBlogs.Com.Br

COPYRIGHT @ 2010 q.i. EDUCAÇÃO.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contador de visitas