sábado, 13 de outubro de 2012

FERNÃO LOPES

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Fernão Lopes no "Painel do Arcebispo", pertencente aos "Painéis de São Vicente de Fora", atribuídos a Nuno Gonçalves (séc. XV).Fernão Lopes (Lisboa, entre 1380 e 1390 - Lisboa cerca de 1460) foi guarda-mor da Torre do Tombo, tabelião geral do reino e cronista dos reis de Portugal D. João I e D. Duarte e do infante D. Fernando[1][2]



Índice [esconder]

1 Biografia

2 Cronista-historiador

3 O estilo e a metodologia

3.1 Mundanall afeiçom

3.2 As variações da mundanall afeiçom: a artificial e a natural

4 Referências

5 Bibliografia





[editar] BiografiaA respeito da vida de Fernão Lopes carecem os dados biográficos conclusivos[3]



A hipótese é de que o cronista-historiador teria nascido na cidade de Lisboa entre os anos de 1380 e 1390, e frequentado o Estudo Geral, apesar de uma provável origem familiar mesteiral.



O registro mais antigo sobre sua vida é um documento datado de 1418 que informa ser Fernão Lopes guarda-mor da Torre do Tombo, cargo de alta confiança em que era encarregado de guardar e conservar os arquivos do Estado.



Registra-se também que ele ocupou a função de “escrivão dos livros” de D. Duarte passando, em 1419, a escrivão de D. João I]]. Neste momento teria começado a escrever a Crónica dos Sete Primeiros Reis de Portugal.



Em 1422 ocupa a função de escrivão de puridade do Infante D. Fernando.



Algum tempo depois, em 1434, sob o reinado (1433-1438) de D. Duarte inicia, “sob a incumbência oficial de colocar os feitos dos reis portugueses na forma de crônica”[4], a escrita da Crônica de D. Joao I. Seria substituído como cronista no ano de 1451, por Gomes Eanes de Zurara.



Deixa de ser, em 1454, guarda-mor da Torre do Tombo, em virtude da avançada idade. A última informação dá conta de que Fernão Lopes ainda vivia em 1459, sendo incerta a data de sua morte.[5] Segundo informações no prefácio da Chronica de El-Rei D. Pedro I, escrito por Luciano Cordeiro, após deixar a função de guarda-mor, Fernão Lopes teria ainda vivido por mais 5 anos, falecendo próximo aos 80 anos de idade.[6]





Fernão Lopes forma-se num contexto próximo a acontecimentos que se faziam recentes na memória dos portugueses, a saber, os mais significativos: Crise de 1383-1385 e a Batalha de Aljubarrota (1385). O primeiro acontecimento foi um golpe sucessório “auxiliado pela população camponesa, comerciantes, alguns membros da nobreza e ordens religiosas, principalmente franciscanos”[7], que assegurou a ascensão do Mestre de Avis, D. João I, ao trono português. D. João I sairia fortalecido como rei de Portugal com o reconhecimento da legitimidade da dinastia avisina através da assinatura do Tratado de Windsor (1386), entre Portugal e Inglaterra e do seu casamento com D. Filipa de Lencastre.



Ao rei eleito e popular, D. João I, sucedeu um rei mais aliado a aristocracia, D. Duarte. Cresceu o poder feudal dos filhos de D. João I, e com ele o predomínio da nobreza, que saíra gravemente abalada da crise da independência. Assistiu-se à guerra civil subsequente à morte de D. Duarte, à insurreição de Lisboa contra a rainha viúva D. Leonor, e à eleição do infante D. Pedro por esta cidade, e em seguida pelas cortes, para o cargo de Defensor e Regedor do Reino, em circunstâncias muito parecidas com as que tinham levado o Mestre de Avis ao mesmo cargo e seguidamente ao trono em 1383-1385.



Sendo assim, Fernão Lopes entrara, certamente, em contato com testemunhos dos acontecimentos, sendo estes eventos relatados em sua obra de 1443, Crônica de D. João I. Pode, dessa forma, consultar os protagonistas envolvidos na resistência contra Castela e na paz firmada no ano de 1411 com o mesmo reino, através do Tratado de Ayllón, ratificado em 1423.



Diante desta conjuntura política e social conturbada Fernão Lopes foi designado, por D. Duarte, a croniciar as façanhas da dinastia de Avis. No entanto, mesmo designado oficialmente para compor uma história portuguesa, sua historiografia não é regiocêntrica. O autor, mesmo que utilize o rei como centro da história, demonstra em sua narrativa grande interesse pelo povo e pelas influências destes nas conformações sociais de Portugal. Das crónicas que Fernão Lopes escreveu, restam-nos apenas três:



Crónica de el-rei D. Pedro[8]

Crónica de el-rei D. Fernando[9]

Crónica de el-rei D. João I[10]

[editar] Cronista-historiadorFernão Lopes é considerado um cronista-historiador. Ele redimensiona o gênero cronístico ao limitar as narrativas tradicionais panegíricas[11], abrindo espaço de autonomia da narrativa histórica através de uma metodologia em que pudesse chegar a uma “verdade nua”. Nessa metodologia Fernão Lopes ordena as “estórias” cronologicamente, buscando uma hierarquia explicativa para os acontecimentos. Enquanto cronista assumia uma posição de autoridade, de distanciamento e isenção, atributos capazes de detectar e controlar os subjetivismos dos discursos (mundanal afeiçom) e, assim, chegar à “verdade nua”.



[editar] O estilo e a metodologiaDo ponto de vista da forma, o seu estilo representa uma literatura de expressão oral e de raiz popular. Ele próprio diz que nas suas páginas não se encontra a formosura das palavras, mas a nudez da verdade. Era um autodidacta. Foi um dos legítimos representantes do saber popular, mas já no seu tempo um novo tipo de saber começava a surgir: de cunho erudito-acadêmico, humanista, classicizante.



Para uma metodologia da escrita da história comprometida com a “verdade nua” a partir da Crônica de D. João I: a mundanall afeiçom, ordenação das “estórias”, autoridade e concepção temporal



[editar] Mundanall afeiçomFernão Lopes entende que a afeição é inerente à condição humana, que escapa ao controle racional. Assim, considera que as paixões e certas influências modificam a narrativa, o que implicaria em uma dificuldade de se apreender a verdade. Daí, a necessidade de o cronista-historiador em controlar a mundanall afeiçom, a fim de garantir o espaço de autonomia do discurso histórico, separando os desejos e interesses. Desta forma, compreende que os atributos do cronista devem ser a isenção e a autoridade.



[editar] As variações da mundanall afeiçom: a artificial e a naturalMesmo inferindo que a mundanall afeiçom afeta a todos os homens, Fernão Lopes entende que esta muda de acordo com os grupos sociais em diferentes níveis de subjetividade. Assim, analisa a mundanall afeiçom em dois grupos: os da ordem senhorial, mais próximos ao rei; e os mais distantes da ordem senhorial e do rei. No primeiro grupo, ela se caracterizaria pelos valores tradicionais presos ao servilismo ao rei e ao modelo panegírico, conferindo uma parcialidade e um artificialismo que poderia trazer um falseamento da realidade. Já, os indivíduos do segundo grupo (os mais afastados do rei), seriam os portadores da “nua verdade”, pois a mundanall afeiçom destes, corresponderia aos laços de afeição e paixões naturais do homem, portanto, desligada do artificialismo e cerimônias do servilismo. Contudo, Fernão Lopes compreende que o discurso precisaria de um tratamento adequado à verdade textual conferida pelo cronista devido sua posição de autoridade, distanciamento e isenção. Assim, podemos dizer que Fernão Lopes enquanto cronista tinha uma preocupação de uma construção textual comprometida com a “verdade nua”. Para isso, estabeleceu uma metodologia para a escrita da história em que controlava a subjetividade da mundanall afeiçom – através de sua autoridade, distanciamento e isenção – cerceando a retórica tradicional formulada no modelo encomiástico (discursos de enaltecimento do monarca) para então ordenar as “estórias” conservando o espaço de autonomia do discurso histórico. Desta forma, Fernão Lopes, não só ordenava as “estórias” cronologicamente, mas também produzia uma hierarquia explicativa para os acontecimentos.



Podemos entender que Fernão Lopes buscava certo equilíbrio entre o discurso propriamente histórico e o discurso panegírico (escrita elogiosa). Assim, mesmo quando o cronista precisava se utilizar do discurso panegírico, ele o fazia apenas para cumprir uma necessidade formal (decoro), mas optando por um panegírico fraco e breve para não comprometer seu compromisso em mostrar a “verdade nua”. Através disso, podemos compreender que a concepção de tempo para o cronista se dá de forma bipartida, à medida que ele faz a distinção da forma panegírica e do discurso propriamente histórico, abrindo um espaço de autonomia para a narrativa histórica, que possibilite a produção de uma “verdade nua”.



Referências1.↑ ARRUDA, Ana Margarida. «Fernão Lopes», in MEDINA, João (dir.). História de Portugal dos Tempos Pré-Históricos aos Nossos Dias. Amadora: Ediclube, 2004, vol. IV, pg. 299 a 301. ISBN 972-719-272-6

2.↑ Humanismo II, site www.qieducacao.com

3.↑ Ver, na bibliografia, algumas obras onde este tema é desenvolvido.

4.↑ GIANEZ, Bruno. Fernão Lopes (c.1389/90-1459): Crônica e História em Portugal (Séc. XIV e XV). Dissertação de Mestrado, UFF, 2009, p. 97.

5.↑ ARAUJO, Valdei Lopes de; GIANEZ, Bruno. A emergência do discurso histórico na crônica de Fernão Lopes. Revista de História e Estudos Culturais, Vol. 3, Ano III, nº 2, Abril/Maio/Junho de 2006, p.2.

6.↑ LOPES, Fernão. Chronica de el-rei D. Pedro I. Versão digital, disponível em: http://purl.pt/422 Acesso em: 09/12/2011.

7.↑ ARAUJO, Valdei Lopes de; GIANEZ, Bruno. op. cit., p.2.

8.↑ Versão digital disponível no site da Biblioteca Nacional de Portugal.

9.↑ Versão digital disponível no site da Biblioteca Nacional de Portugal.

10.↑ Versão digital disponível no site da Biblioteca Nacional de Portugal.

11.↑ Devido à crise dos valores tradicionais, propiciados pela Revolução de Avis, Fernão Lopes se afasta das formas tradicionais panegíricas do gênero cronístico, por entender que estas seriam insuficientes “para explicitar uma nova ordem distinta da senhorial vigente” (ARAUJO, Valdei Lopes de; GIANEZ, Bruno. op. cit., p.1.).

[editar] BibliografiaARAUJO, Valdei Lopes de; GIANEZ, Bruno. A emergência do discurso histórico na crônica de Fernão Lopes. Revista de História e Estudos Culturais, vol. 3, ano III, n.º 2, abril/maio/junho de 2006

CINTRA, Luís Filipe Lindley. «Prefácio» in LOPES, Fernão. Cronica del rei Dom Joham I – de boa memoria e dos reis de Portugal o décimo. Lisboa: Imprensa Nacional–Casa da Moeda, 1997, v. I. p. 15-16

GIANEZ, Bruno. Fernão Lopes (c.1389/90-1459): Crônica e História em Portugal (Séc. XIV e XV). Dissertação de Mestrado, UFF, 2009

MOISES, Massaud (org.). A literatura portuguesa através dos textos. 25.ª ed. São Paulo: Cultrix, 1997

SARAIVA, António José. Iniciação à literatura portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1999

SARAIVA, António José. O crepúsculo da Idade Média em Portugal. Lisboa: Gradiva, 1988. p. 161-177

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